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Se calhar, Deus chama-se Baldwin

Luís Carmelo 12 Nov 2018 Crónicas, Crónicas

Na insónia, há um túnel viscoso que se forma. É coisa que faz alastrar o borboto das paisagens perdidas: praias inóspitas, areias tempestuosas, planícies extensas, estepes desertas, fundos soturnos de todos os oceanos. Vincado sobre esta cenografia, o momento da insónia coincide com o da tentação falhada, algo parecido com o hiato em que Orfeu, segundo o mito, se vira para trás, já perto da saída do Hades, e deita tudo a perder na vida. Para o evitar, Van Gogh tomava cânfora, Proust tomava Veronal e Marilyn Monroe tomava fenobarbital. Em vão.

Na insónia, a lira deixa de encantar panteras e propõe os seus rombos e soluções: Death in paradise na Fox Crime, pó de calcitrin para as cirurgias da Grey, Hailey Baldwin a passear na praia com um globo terrestre na palma da mão e o grande jipe cherokee na Syfy para penetrar a vénus amarelada dos candeeiros de rua que invadem os tectos do quarto. Para o bem e para o mal, há que saber percorrer o túnel da insónia como se não houvesse tempo no horizonte. Mas apenas e tão-só um brevíssimo instante, uma ínfima travessia, um logro que até poderá vir por bem (noites há em que um busto de Alexandre Magno caminha na nossa direcção com barbatanas avermelhadas, tudo é possível).

O que se vê, o que se delira e o que se pensa numa insónia não é nunca objectivo, claro está. É veludo pardo. Melhor: é uma ebulição de gases miríficos tipo esboço de arte expressionista à procura das tripas. Com mais clareza ainda, caros leitores: a insónia é um degredo sem geografia, um sarcófago que pôs a múmia à venda na feira do relógio, um canal sem qualquer tipo de Veneza à volta, por vezes uma simples Stabat Mater a propagar-se nos arrabaldes de Urano.

É voz comum afirmar-se que a ideia de perspectiva rareia na insónia. É da praxe. Leonardo da Vinci não faria a mínima ideia, mas tudo parece abater-se num mesmo plano que se esfuma, enquanto se entreabre. No entanto, apesar do tom crepuscular, sabe-se que o comboio da vida irá continuar. Para além do muro. Para além do roubo das armas de Tancos. Mais: sabe-se que o desconhecido percorrido pelos dedos da insónia se ajustará, em todo o caso, a coisas que já conhecemos. Mesmo se vagas, pouco gramaticais e deleitosas, pois, verdade se diga, ‘ele’ há sempre no universo uma mão amiga.

Numa das minhas mais recentes insónias, pus-me a imaginar as dores de cabeça por que passaram alguns investigadores europeus, quando, a partir de 1799, foram confrontados com um animal que misturava o ‘imisturável’: era um mamífero que punha ovos e que via o leite escorrer ao longo do seu corpo peludo; além disso, apoiava-se em patas que atrás tinham esporões e que à frente ostentavam umas pequenas asas. Um quebra-cabeças do diabo capaz de ameaçar regras estáveis. Coisa de insónia, realmente, ou, se se preferir, um panorama próprio dos prodígios de Boaistuau e das monstruosidades de Ravenna. O animal era o ornitorrinco, escapava a todos os modelos e um alemão, de nome Blumenbach, chegou a baptizar o bicho como Ornithorhynchus paradoxus precisamente por parecer incategorizável. Só quase um século depois, o mistério seria resolvido por W. H. Caldwell e o estado de insónia substituído pelo palavrão “monotrémato” (mamíferos que são, ao mesmo tempo, ovíparos).

No território da insónia o paradoxo dirige sempre a sua desmedida fauna. No território da insónia, confundimo-nos todos com um ornitorrinco com os faróis de nevoeiro acesos. No território da insónia, cruzamos inevitavelmente o nosso olhar com o de Medusa e por isso ficamos feitos de pedra. Imobilizados. Vimo-nos e já estamos a vislumbrar as vertigens de Bosch. Tentamos moldar o mundo, mas ele escapa-se-nos sempre: tanto põe ovos e dá de mamar ao busto de Alexandre Magno e às suas barbatanas avermelhadas, como é capaz de pressupor a existência de bolsonaros de bolso nos horizontes mais tropicais do planeta. Grande parte do globo terrestre insinua-se (e sempre se insinuou) em estado da mais pura insónia.

Tal como nos dias aziagos, o pião das horas mortas e florbelianas continua a girar. Gira sem parar. E eu com a convicção cristalina de que foi a mão de Hailey Baldwin quem o atirou sobre o veludo pardo que agora lentamente já se abre para a alvorada (dos dedos cor-de-rosa). O túnel, afinal, não era modelo para insónia nenhuma. O túnel era a próprio modelo. Nada de cyberstalking, confesso: apenas insónia, desatino, sôfrego abysmo.

Este texto foi publicado no jornal “Hoje Macau” e é aqui reproduzido com a devida autorização do seu autor.
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2018-11-12
Ana Cabeças
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