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-Início»Entrevistas»Pedro Tochas: “Se queres uma vida artística não a podes levar como um sprint, mas sim como uma maratona”
Fotografia de Inês Rodrigues.

Pedro Tochas: “Se queres uma vida artística não a podes levar como um sprint, mas sim como uma maratona”

Catarina Pereira, Inês Cunha, Inês Rodrigues, Margarida de Sousa 28 Abr 2022 Entrevistas, Entrevistas

Pedro Santos, mais conhecido por “Pedro Tochas”, 49 anos, é atualmente um dos jurados do programa Got Talent Portugal. Natural de Avelar, iniciou os estudos na Universidade de Coimbra, em Engenharia Química. É um artista multifacetado com formação profissional em Teatro Físico e Comédia no Celebration Barn Theatre, nos Estados Unidos da América, e no Circomedia – Academy of Circus Arts and Physical Theatre, no Reino Unido.

Foi na Universidade de Coimbra que iniciaste os estudos em Engenharia Química e onde te juntaste à Orxestra Pitagórica. Porque é que decidiste entrar neste grupo?

No primeiro ano, fiquei um bocado desiludido com a universidade. Via vários filmes em que eram criados certos cenários e tinha expectativas que me ia divertir muito. Mas quando lá cheguei não era nada do que estava à espera. O pessoal estudava e, às vezes, lá se embebedava. Entretanto, descobri a Orxestra Pitagórica e pensei: “Isto sim, é aquilo dos filmes!” Decidi juntar-me. O grupo já existia há pelo menos cem anos. Não tocava música, mas isso nunca foi um problema porque existem os instrumentos “sérios” e os “seríssimos”. Os sérios são os comuns, como a guitarra e a bateria, e os “seríssimos” são sanitas, autoclismos, sinais de trânsito. Era um grupo engraçado. Tocava antena de televisão e fazia malabarismo com fogo.

Como surge a alcunha “Tochas”?

No início, a minha alcunha começou por ser o malabarista e, mais tarde, tochas por causa do malabarismo com fogo. Entrei numa peça de teatro e como o meu nome é vulgar, e em Coimbra havia outro Pedro Santos, a companhia de teatro colocou-me como Pedro Tochas. Achei engraçado e, como é um nome mais fixe, acabou por ficar.

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DR

“Faças o que fizeres, faz a sério!”

Decidiste deixar a licenciatura a meio para te dedicares à arte de rua. Como é que se passa de aluno de engenharia para palhaço de rua?

Foi uma péssima decisão, com a informação que tinha na altura. Um curso de Engenharia Química nos anos (19)90 era extremamente estável e ser palhaço de rua é como hoje: não melhorou (risos). Na altura, vi um documentário sobre um artista de rua que mudou a minha vida. Ele andava pelo mundo, de cidade em cidade e com 19 anos parecia a coisa mais romântica do mundo: pegar na mochila, viajar, conhecer pessoas e fazer espetáculos. Deslumbrei-me. Passado uns anos, essa era a minha vida! Pensava que era fixe, mas estava completamente enganado. Era muito mais espetacular do que podia imaginar! Só com espetáculos de rua, percorri 25 países e tive uma bolsa da Gulbenkian para ir estudar para Inglaterra. Foi daquelas decisões malucas, mas dediquei-me, que é o mais importante. Faças o que fizeres, faz a sério! Sou um bocado obcecado com isso. Quando quiserem uma coisa, façam! Dediquei-me muito, fui fazer muitas formações e correu bem.

Como reagiu a tua família?

Era o primeiro da família a ir para a universidade com boas notas e os meus pais pensaram: “o que é que se está aqui a passar?” Venho de uma classe trabalhadora, o meu pai trabalhava numa fábrica, a minha mãe era costureira e fez-lhes confusão. Estavam com medo e receavam a durabilidade. “É o sabor do mês, hoje é palhaço de rua; para a semana, quer ter um negócio de mel.” Qualquer coisa podia correr mal, como em qualquer profissão, mas de repente viram que estava a levar tudo a sério e a dedicar-me. Ainda há pessoas que não compreendem, porque não é uma profissão convencional. Antes, quando dizia que era comediante, a primeira coisa que perguntavam era se a comédia é rentável. Agora não, evoluímos, perguntam onde são os espetáculos. É uma mudança super interessante.

“Quando gostas de alguma coisa tens de fazer formação, só a inspiração e o talento não chegam”

Formaste-te em Malabarismo e Comédia Física nos EUA e, mais tarde, viajas até ao Reino Unido para aprofundares os estudos em Teatro Físico. Como foi esta experiência?

Percebi desde novo que, quando gostas de alguma coisa, tens de fazer formação. Só a inspiração e o talento não chegam. Com a aprendizagem, dás passos largos, tens pessoas a explicar, não é só instinto. Acabei por ir estudar para o estrangeiro por não haver formação em Portugal, a única escola de circo era o Chapitô, de ensino secundário. Como queria estudar ‘cadeiras’ específicas, comecei a procurar cursos que correspondessem às minhas necessidades. Desde muito novo, pesquiso e informo-me sobre workshops ou cursos intensivos que quero [frequentar]. É importante recuar ao básico e relembrar os alicerces.

Na altura, o processo para ir parecia complicado. No caso do Celebration Barn Theatre, tinha de pedir um visto, tratar do dinheiro e o meu inglês não era o que é hoje, então, às vezes não percebia bem o que estavam a dizer. O melhor foi quando cheguei à escola e percebi que havia pessoas como eu. Gostavam daquilo mesmo a sério. Podia discutir durante horas sobre a luz de um palco, a performance, a ordem para entrar e, do nada, percebi: isto é a minha tribo, sinto-me em casa. É difícil encontrar pessoas como tu quando tens uma carreira de nicho e há quem não goste das carreiras, mas sim do seu estatuto. Lá, encontrei pessoas que gostam do processo! Não é dizer que se é comediante, é gostar de fazer comédia! Passar pelo ciclo todo do processo, debater, escrever, afinar, questionar e ver como melhorar.

“Temos de estar alerta, viver e ser uma esponja para o que acontece à volta”

Um dos teus espetáculos premiados e que já passou pelos quatro cantos do mundo é o Palhaço Escultor. Quando surge esta ideia e em que consiste?

É um espetáculo de Teatro Físico com técnica de palhaços. No início, comecei por fazer mini espetáculos ou animações de feira, como a antiga Feira Internacional de Lisboa. Gostava imenso. Pensei que ia ser a minha vida: estar 8 horas por dia na feira a levar pontapés de miúdos porque pensam que os palhaços são de borracha (risos). Depois, comecei a criar a minha personagem. Era um bocado tímido e quando vais para a rua ou falas muito alto ou é melhor não falar. Fazia sons, mas não usava palavras, tinha uma linguagem muito universal. Comecei a atuar em países que não falavam a minha língua e este humor universal permitiu-me atuar em pontos distintos do globo.

Qual é o processo criativo antes de encarnares as personagens?

Depende dos espetáculos. O Palhaço Escultor foi-se unindo muito lentamente e, quando dei por mim, já o tinha feito. Tenho quatro tipos de espetáculos: os espetáculos de rua, stand up comedy a solo, dou palestras para empresas e faço também o Tochas e Telmo. No Tochas e Telmo, fazemos o divising, pegamos em conceitos e brincamos com eles. O comediante é aquela pessoa que, aconteça o que acontecer, mesmo com desgraças está sempre a pensar: “aqui há material”. Estou sempre a tirar notas e a escrever para depois haver um tema e uma estrutura. Depois da primeira fase, gosto de fazer espetáculos teste. Faço salas pequenas com 20 a 30 pessoas, testo o material para perceber como flui ao passar da teoria à prática. É importante viver, mas às vezes esquecemo-nos. Temos de estar alerta, viver e ser uma esponja para o que acontece à volta.