Bruna Gomes é conhecida pelo seu trabalho nas redes sociais. Em 2022, aceitou o desafio de participar no Big Brother em Portugal e foi aí que a sua vida deu uma volta de 180º. O UALMedia foi saber mais sobre a trajetória desta brasileira de 28 anos.
Conquistou muita notoriedade em Portugal após a participação no Big Brother. Para muitos, foi através deste programa que conheceram a sua personalidade. Como foi a experiência de estar num Big Brother sendo uma brasileira num reality show em Portugal?
Como brasileira, noutro país… Me senti super respeitada e acolhida. Fiz parte de um elenco super acolhedor, assim como as pessoas que conheci aqui fora. Foi uma experiência muito boa.
Como foi ganhar um reality show noutro país?
Não esperava ganhar. A única coisa que ganhei na vida foi um cabrito. Nunca ganhei nada, só um cabrito no bingo. Não estava esperando mesmo. Acho que todas as pessoas que já precisaram sair de casa para dar o passo seguinte têm esse frio na barriga, do tipo, se acontecer alguma coisa a família não está. Mas tive a maior sorte do mundo de ter conseguido uma família aqui. Posso chamar este lugar de lar [Portugal] e as pessoas da família.

“Um reality show te mostra da tua pior ou da melhor forma”
Alguma vez imaginou que esta participação transformaria tanto a sua carreira e a conectaria de forma tão intensa com o público português?
Nunca. Mas hoje, trabalhando com reality shows, ‘enxergo’ o quanto um programa que passa 24 horas te conecta com outras pessoas, e é uma janela super importante. Um reality show te mostra da tua pior ou da melhor forma, e as pessoas te conhecem mais rápido. Ali tu sabes que vais ter um público, porque é o público que assiste aquele reality. Então, as pessoas vão-te conhecer de alguma forma. O perigo está em como te vão conhecer.
Passando para um projeto mais pessoal, o livro Bruna por Bruna é uma janela para a sua alma, onde compartilha reflexões sobre a vida. O que a inspirou a escrever Bruna por Bruna?
É um projeto que já tinha há muito tempo, desde quando estava voltada para o público infantil. Quis lançar este último projeto para ser o marco dessa rutura com aquele público. Não que as pessoas não pudessem [quem já assistia] assistir agora, mas era uma página virada. Por isso fiz este produto, que chamamos de “livrão” no Brasil. É como se fosse uma revista, mas tem conteúdo de livro. Fala sobre a minha vida e sobre o que eu já passei, para as pessoas me conhecerem melhor. O mais difícil numa trajetória, quando tu expõe a tua vida, é as pessoas entenderem o passo que tu estás dando.
Como foi o processo de colocar no papel tantas emoções e vivências?
Foi difícil. Foi difícil até por isso, é como se eu estivesse escrevendo, colocando ali uma coisa que ia deixar para trás. De uma forma mais didática e infantil, justamente para aquelas pessoas, mas do tipo “vem comigo, a página virou, mas vem comigo que estou super disponível”. Foi difícil, mas fiquei muito orgulhosa com o resultado e com o feedback das pessoas.
O lançamento do livro foi um grande evento, o público compareceu em peso para ter esse momento especial consigo. Fale-nos sobre a experiência de lançar o livro em Lisboa e sentir esse carinho tão próximo dos seguidores portugueses?
Em todos os lugares que fui, foi muito bom. O evento do “livrão” foi o primeiro contacto que tive com as pessoas aqui em Portugal. Foi mesmo grandioso, porque uma coisa é tu imaginar como vai ser e depois é receber o abraço. No digital nós estamos muito acostumados com o “Olá, tudo bem?” de longe, mas quando vemos as pessoas cara a cara é muito mais ‘legal’.
Outro projeto muito bem recebido pelo público foi o livro Receitas da Bru. Diferente do anterior, mostra um lado relacionado com cozinha e saudades de casa. Qual é a sua relação com a culinária?
É meio caótica. Não sou a melhor pessoa na cozinha, mas sabe o que eu gosto? Estar na cozinha com as pessoas que gosto preparando alguma coisa. Adoro preparar bolos e doces, são os meus preferidos. Acho que quem mora longe de casa também se identifica com isso, com coisinhas específicas que tu encontra num lugar novo que tu está, que te remetem à tua casa. A minha família adora tapioca e, quando estou com muita saudade dos meus pais, faço tapioca, e isso me dá um grande conforto. O livro foi meio para isso: para trazer também às pessoas, não só a Bruna brasileira, mas também o Brasil para Portugal.
“No começo fui muito criticada”
Além de influencer e escritora, entrou no mundo dos comentários televisivos. Hoje, está como comentadora do programa Secret Story, onde traz a sua visão sobre o jogo e os participantes. Como está a correr esta nova aventura de comentar programas como Secret Story?
É muito difícil esse papel. No Brasil acontece de forma diferente, a dinâmica é diferente. No começo, fui muito criticada, porque não é nada fácil tu estar acompanhando um programa e comentando sobre ele. Por mais imparcial que tu seja, as pessoas sempre vão-te cobrar. É igual aos times de futebol, o teu jogador preferido pode ter errado aquela bola, mas não ouse falar dele. Por isso é tão difícil comentar pessoas, porque nós estamos comentando pessoas em situações adversas. Por ser uma pessoa nada crítica, a primeira coisa que vou dizer é uma opinião positiva, sempre. Por mais que veja falhas e se for algo da minha área profissional, eu ‘enxergo’ as falhas, mas sempre vou elevar a tua autoestima, para depois falar dos detalhes. Para mim, os nossos defeitos são só detalhes, não podem ser aquilo que a gente enxerga de maior no outro. Essa é a minha visão do mundo. O que me atrapalha um pouco hoje no papel de comentadora é não ser uma pessoa tão crítica, isso incomoda as pessoas. Mas tudo o resto está me ajudando muito a evoluir como pessoa e como profissional.
É difícil trazer uma visão analítica de um reality show, sabendo que já esteve do outro lado, como concorrente?
Eu acho que é mais fácil. Na verdade não sei se é… porque aí tu já pensa: “o que é que eu faria no lugar daquela pessoa?”. E em algumas situações, dentro deste reality que está passando, já me imaginei lá, porque aconteceram situações parecidas no meu, e penso, “eu não reagiria assim”. Depois tenho de pensar, “mas eu não sou esta pessoa”.
Além dos livros e da presença na televisão, também se aventurou no mundo da beleza, com o lançamento de uma linha de maquilhagem, em parceria com a Andreia Professional. Lançar uma linha de maquilhagem era algo que já tinha planeado?
Já. Mas a primeira coisa em que eu pensei foi uma linha de skincare. Gosto de produtos de beleza e cremes. Mas o que sempre sonhava, e achava impossível, era ter uma base, e agora temos. Acho que é o produto premium de qualquer marca e é fundamental em qualquer maquilhagem. Depois de lançar o batom e a máscara, veio a base. Estou super feliz e grata pela Andreia, que é uma marca tão importante portuguesa, ter-me escolhido para isso. Fico muito grata por me unir a uma marca que também tem um propósito. E o terceiro passo, que é agradar o público, conseguimos. Não podia estar mais feliz.
“O humor é muito importante no momento que a gente está vivendo”
Agora, participa em mais um projeto da TVI, o programa Congela, que mistura humor e entretenimento, e é uma grande aposta do canal. É um formato bem diferente de reality shows ou outros programas em que já participou. O que mais a diverte neste novo desafio?
Adoro, porque é a minha cara. Não preciso de falar de ninguém, só preciso contar as minhas piadas, mesmo não tendo graça. Adoro a vida com humor, acho que o humor é muito importante no momento que a gente está vivendo. É um programa que traz isso para as pessoas, pode unir famílias, porque pode ser uma criança ou uma pessoa mais velha a assistir, que não vai ser chato, vai ser engraçado para todo o mundo. E eu me sinto muito feliz de estar a fazer o Congela.