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Mariana Alvim: “Não acredito que o destino esteja escrito nas estrelas, mas sim que somos nós que fazemos o nosso caminho”

Ana Malta 21 Nov 2018 Entrevistas

A locutora do “Café da Manhã” da RFM confessa não se esquecer do gosto pela escrita e pela rádio. Já está previsto para breve o lançamento do seu site “Entre Amigas” e a nova edição da coleção de livros “Os Fininhos”, com muitas adaptações aos dias de hoje.

Mariana Alvim reservou um pouco do seu tempo, após mais uma emissão do “Café da Manhã”, para uma conversa num café que não teve nada de conversa de café. Nas instalações do grupo Renascença, com um tom descontraído, fala um pouco sobre a sua vida, sempre com o sorriso rasgado e simpatia genuína.
Alfacinha de gema, aos 39 anos é uma das vozes mais apreciadas da equipa do “Café da Manhã”, onde trabalha há cinco anos. Apesar de ter iniciado a vida profissional na área do marketing, é na locução de rádio que se sente um peixe dentro de água.

Como surgiu a decisão de abandonar o marketing, área a que se dedicava há sete anos?
Quando fui para a universidade, sempre pensei em ser jornalista, mas foi nesses anos de licenciatura que me apaixonei pela rádio. Só que, entretanto, o estágio do último ano foi no marketing. Pensei que ficaria durante um ano na área para fazer currículo, pois pensava em sair de Portugal. Sempre achei que Portugal era um país pequeno e que lá fora é que dava resultado, visto que já tinha feito Eramus, em Bruxelas, no meu percurso académico. Só que tive a sorte de estar a trabalhar na Unilever, em tempo de vacas gordas, na altura ganhava bem e era um trabalho sólido.
Durante esse tempo, aprendi imenso e o tempo voou. Passados cinco anos, ainda continuava lá, a dizer que queria fazer rádio e que adorava escrever. Comecei a frequentar cursos paralelos de escrita e de rádio, nas férias ou em pós-laboral. Depois, mudei de emprego para outra empresa de marketing. Na altura, continuava a dizer que não era isto que queria, mas naquela área ganhava-se realmente muito bem.
Com 27 anos, casei e tive um bebé. Sempre pensei que o marketing era o que me pagava as contas. Nessa empresa, a função que exercia era tão sénior, estava a trabalhar em excel o dia todo e a fazer análises. Estava infelicíssima. Sempre tive a mania que era mais velha, trabalhei desde os meus 20 anos e então pensei: “espera aí, eu tenho 28 anos, tenho um filho”. Foi então que concorri a uma empresa de guionismo. Escrevi para novelas na Casa da Criação, submeti-me aos testes e entrei. Falei com os meus pais dei-lhes um desgosto e disse: “vou largar uma carreira e seguir os meus sonhos. Vou ganhar uma miséria, vou começar do zero, vou ser júnior”. Mas juntei dinheiro durante os anos que trabalhei na área do marketing. E todos os meses, acabou-se jantar fora com o marido, em vez de andar de carro apanhava o autocarro, fiz o sacrifício, mas nada faltou ao meu filhote. Deixei de ir à Zara (risos), mas consegui ser guionista durante dois anos. Ao fim desse tempo, escrevi “Morangos com Açúcar” e uma novela da noite. Entretanto, houve um casting na RFM. A locutora da manhã, Carla Rocha, ia ter um bebé. E quem ocupou a cadeira da Carla, durante quatro meses, fui eu, a feliz vencedora. Durante esses meses, andei a conciliar a rádio de madrugada e, depois, ia a correr para o meu emprego como guionista.

Foi um risco calculado?
Quando temos filhos e somos obrigados a pagar uma renda, temos que ter dinheiro para as contas. Como ganhava bem, juntei dinheiro todos os meses. Tinha que ir à poupança para pagar contas porque ser júnior numa empresa de guionismo, ainda para mais, casada e com um filho, para além do mais não herdei fortunas. Foi calculado na medida em que “ok, dinheiro não me falta para o importante”, não sabia se na altura estava a ser corajosa ou se estava a ser irresponsável. Mas ainda bem que arrisquei, na medida do possível.

Risco certeiro

Concorreu ao casting para o “Café da Manhã” há cerca de nove anos. Que expectativas tinha com este desafio?
Era uma coisa que queria muito. Tinha concorrido a alguns castings antes e acabei por não ir. Uma vez aconteceu na altura do meu casamento. Como pensei que não iria conseguir pagar a renda da casa que tinha adquirido, não arrisquei, pois precisava de alguma estabilidade. O outro casting foi na altura em que estava a ganhar tão bem no marketing e era sénior naquele trabalho que, de repente, não queria voltar à estaca zero. E este casting da RFM foi a minha última chamada. Muitas vezes, esquecemo-nos que temos objetivos e, de repente, o tempo voa e estive sete anos a trabalhar na área do marketing. Não acredito que o destino esteja nas estrelas, mas sim, que somos nós que fazemos o nosso caminho. E este casting foi a minha última chamada porque houve uma altura em que pensei: “quero fazer rádio, digo que quero escrever e não estou a fazer nada disto, então bora lá fazer por isso”. Quando ganhei o casting, até chorei porque não estava a acreditar.

Alguma vez sonhou ou imaginou o quanto a sua vida iria mudar se realmente ficasse selecionada?
Não fazia ideia. Não sabia se era coragem ou um risco. Os quatro meses na cadeira da Carla Rocha podiam ser só uma experiência curta, mas continuava como guionista e felicíssima. Tenho imensas saudades de escrever todos os dias. Mas não fazia ideia que, nos quatro anos seguintes, iria estar no “Café da Manhã”. Até porque não queria o lugar da Carla, porque não gosto de acordar cedo.

Sempre pensou em dedicar a sua vida profissional à comunicação? Qual é a sua formação académica?
Na faculdade, pensei em seguir jornalismo, mas na realidade apaixonei-me por rádio e a escrita sempre foi um gosto que tenho desde os meus tempos de adolescente. Licenciei-me em Comunicação Empresarial, no Instituto Superior de Comunicação Empresarial. Era um curso que abrangia várias vertentes como marketing, publicidade e jornalismo.

Castigo diário, mas com recompensa

O que é que é a rádio para si? O que sente ao saber que é companheira de muitos portugueses todas as manhãs, desde há nove anos?
A rádio é comunicação, é o que gosto de fazer. A minha mãe diz-me que nasci a falar e nunca mais me calei. E é a proximidade com as pessoas, é um trabalho que gosto muito. Estou há nove anos na rádio, mas é há cinco que estou no “Café da Manhã”. É uma responsabilidade enorme, mas por mais que saiba que há pessoas a ouvir, parece que nunca temos essa noção.

Como é ter de se levantar todos os dias por volta das 5 da manhã, sobretudo, quando já confessou que não gosta de acordar cedo?
Odeio acordar cedo. No meu outro emprego, levantava-me às 9h e brincavam comigo porque era muito bem-disposta e muito faladora só a partir das 11 da manhã (risos). Os meus colegas chegavam a dizer para ninguém falar comigo porque ainda não eram 11 horas – eu até levava a mal. Não é o estar maldisposta, é simplesmente não gostar de falar de manhã. Acordo muito devagar, tenho imensa dificuldade em acordar. Mas a partir do momento em que fui mãe, tive de acordar cedo. Mas quem me conhece bem sabe que isto é um castigo, diário. E ao contrário do que se diz, não nos habituamos.

É um sacrifício recompensado pela paixão pela experiência de partilha com o ouvinte?
Sem dúvida. Quando comecei com Zé Coimbra no curso Carla Rocha, acontecia-me o que ainda me ocorre hoje: o despertador tocava às 5h20 e dizia: “Que horror, que horror isto, vou morrer mais cedo com este horário” (risos). E acabava o programa e dizia “fazer isto para o resto da minha vida…” e hoje ainda é assim.

Como encontra energia e motivação para os diferentes papéis que desempenha no dia a dia?
Tem que ser. Imaginemos que sentia preguiça para cozinhar, e ainda sinto, mas tenho três filhos e há que preparar o jantar. Não lhes posso dar todos os dias torradas. E a pressão ajuda nesse sentido: tenho dias em que posso estar triste e cansada, tenho um bebé que não me deixa dormir há dois anos e meio está a ser difícil. Sou uma mulher normal que acorda cedo. Tenho dias que parece que vou abaixo, mas obviamente, quando estou no ar, nem é o profissionalismo, mas de facto é natural, parece que deixo tudo fora do estúdio e a paixão ou o bichinho pela rádio ajuda muito.

“Gosto do anonimato”

A rádio tem o mistério de esconder o rosto por trás da voz. As pessoas reconhecem-na? É abordada na rua?
Recentemente, sou mais reconhecida. Gosto do anonimato, de estar no restaurante com uma amiga sem ninguém a olhar para mim. Se tenho que ralhar com o meu filho no supermercado, não quero que olhem para mim. Sempre gostei do anonimato e a rádio sim era assim quando entrei. Não havia facebook, se calhar já, mas não era como hoje. De facto, hoje temos as câmaras a filmarem o decorrer da emissão. As coisas mudaram. Foi gradual e tive que ir aceitando, apesar de, no início, não querer. Às vezes, acontece ser reconhecida, mas não faço televisão, portanto, não estou à espera que me reconheçam. Sou sempre apanhada de surpresa. Acontece imenso com a voz, o que é giro. Vou comprar um jornal e dizem-me: “Ah! Conheço a sua voz”. É muito giro. O que acontece também é que, como a rádio não mostra caras, as pessoas imaginam que tenho uma aparência totalmente diferente do meu aspeto real. Acham que sou mais gorda porque tenho a voz mais grossa e também pensam que sou sempre mais velha, ao que respondo que espero que não fiquem desiludidas. Mas é sempre uma surpresa enorme quando alguém me reconhece pela voz ou pelo que digo.

Como é estar sempre rodeada por homens, tanto no trabalho como na vida pessoal?
É a minha sina. Tenho dois irmãos rapazes, um deles é meu gémeo. Já na barriga estava com um homem. Tenho três filhos rapazes. A brincar, digo que é por isso que tenho a voz grossa (risos). Estou rodeada de homens. É giro. Tem a sua graça. Ainda hoje quis fazer um comentário fora do ar. Comentei a fotografia de um jornal em que a namorada de Cristiano Ronaldo estava com uns saltos agulha enormes e olhei para o lado e disse: “Que horror! Olha estes saltos. Como é que ela consegue”. Mas estou habituada e tenho algum pragmatismo que os homens também têm. Então, torna tudo mais fácil. Mas quando era guionista, também trabalhei só com mulheres e adorei de igual forma. Graças a Deus não tenho problemas. Há homens e mulheres e há feitios e feitios. Não generalizo.

Todos os dias são diferentes no “Café da Manhã”? A boa energia é constante?
Claro que sim. Nem podia ser de outra forma. Mesmo às vezes, quando posso estar mais triste, quando entro no ar, todos os problemas ficam lá fora. Em estúdio, quando estou com os meus colegas, há sempre um grande à vontade, solidariedade e muita diversão.

Ritmo de trabalho alucinante

Além da rádio, também gosta de escrever? Como é que surgiu este gosto pela escrita?
Foi na leitura. Lembro-me que, quando era miúda, fiquei super feliz porque, nas férias da Páscoa, li cinco livros. Era apaixonada pela leitura e ainda sou. Ainda leio muito. Não vejo televisão. Se me perguntarem por séries, não consigo ter conversa. Os livros são a minha cena. Com 13 anos, disse à minha professora de Português que queria ser escritora, quando fosse grande. Tenho um capítulo que escrevi com 13 anos, que amor, a lápis num caderno.

Como é que descreve a experiência de ser guionista de “Morangos com Açúcar”, uma série tão conhecida para o público português? Como é que era o ritmo de trabalho?
Foi giro. Tinha 28 anos quando escrevi e os protagonistas tinham 15. Sou uma pessoa conservadora em algumas coisas, como as cenas mais malandras de namoros nos “Morangos”. Era aí que defendia que eles não tinham idade para aquilo e as minhas colegas diziam-me: “ Mariana, tu já não tens a idade deles e, hoje em dia, é assim que os miúdos fazem”. Sou uma romântica e disse que não concordava. Quando o casal queria ir mais para a frente, dizia: “Não, desculpem lá. Ela é tímida, é romântica. Vai querer demorar porque não está preparada”. Mas foi giro porque, por mais que hoje em dia sejamos todos diferentes, as redes sociais mudaram tudo. Os jovens têm mais acesso à informação. Continuo a achar que somos todos parecidos de coração.
É uma grande responsabilidade escrever para muitas pessoas, mas também já tinha trabalhado para a TVI a parte do marketing de “Morangos com Açúcar”, conhecia a série enquanto marca. Escrever guiões para televisão é uma escola enorme. O ritmo de trabalho era alucinante, trabalhávamos feriados ou dias inteiros. Como estava no curso Carla Rocha, tinha dias que me acontecia não ter paciência para escrever durante o dia todo. Não sentia capacidade para escrever 15 cenas. Estava cansada e se isso acontecesse, nessa noite, era obrigada a ter as 15 cenas escritas porque, no dia seguinte, o autor ia ler as cenas. Foi um desafio que adorei, do qual tenho imensas saudades. Para além de ser muito exigente, foi uma grande história.

“Entre Amigas”

Lançou “Os Fininhos”, uma coleção de livros juvenis. De onde surge a necessidade de escrever para um público mais jovem? A inspiração partiu da sua adolescência?
A ideia partiu da editora. Sabiam que tinha escrito “Morangos com Açúcar”. Escrevi para adolescentes. Quiseram que escrevesse também para adolescentes e, na altura, estava muito na moda o “Harry Potter” e o “Crepúsculo”. Perguntei se pretendiam algo desse género, mas responderam-me que não. Apenas pretendiam um livro para jovens, mas que não tivesse nada a ver com isso. Na altura, falei com a minha mãe porque não sabia como havia de começar uma história para adolescentes, já que era adulta. Ao que a minha mãe, respondeu que a adolescência é toda igual. Aconselhou-me a pensar em mim. Então criei personagens à semelhança da minha adolescência. A história partiu da minha adolescência, não é autobiográfico. Mas como era magra demais, tinha complexos com isso e a personagem principal também. Havia sempre uma malandrona que roubava os namorados e essa figura também está lá, mas não tive nada disso na minha adolescência. Pensado bem, por acaso, houve uma rapariga que me roubou o namorado (risos). Mas sim. São os problemas do liceu. Lembro-me bem da minha adolescência e do meu liceu. Por isso, repliquei algumas coisas na coleção de livros. Na verdade, recebi imensos e-mails de jovens de raparigas de 13 anos a me dizerem que se relacionaram imenso com as personagens.
Comecei a escrever e vou relançar uma nova coleção de “Os Fininhos”, pela QuidNovi, só que os tempos mudaram nos últimos sete anos. Antes, não havia influencers, nem Instragram, nem Facebook. Estou a fazer bastantes alterações neste livro. A editora disse-me para arranjar um youtuber, portanto, vou reescrever.
Como tenho a mania de dizer que gosto muito de escrever e como nunca escrevi mais nada, brevemente vou lançar um site chamado “Entre Amigas”. É um site para mulheres, onde escrevo textos. Espero que as mulheres leiam textos sobre mim, mas sobretudo sobre ficções, contos, livros que fazem sucesso e muitas pessoas não leem. É um site entre amigas.

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2018-11-21
Ana Malta
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