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Explorerssaurus: O casal de viajantes português que conquistou o mundo e o Instagram

Verónica Moreira 16 Abr 2021 Entrevistas, Entrevistas

Raquel e Miguel conheceram-se numa noite no Algarve, mas foi através do Instagram que falaram pela primeira vez. Atualmente, dedicam as suas vidas a percorrer o mundo e transformaram a rede social na principal ferramenta de trabalho. Com mais  de um milhão de seguidores, a proeza inspirou o livro que lançaram recentemente: “As Aventuras Dicas e Segredos dos Viajantes mais Famosos do Instagram”.

Nasceram no Norte de Portugal, mais precisamente em Vila Nova de Gaia e Ponte de Lima, mas foi a Sul, a quilómetros de casa, que se cruzaram pela primeira vez. O encontro fugaz poderia ter sido o início de um romance entre dois jovens igual a tantos outros, mas a história agigantou-se e tornou-se num verdadeiro fenómeno de popularidade. Raquel Janeiro e Miguel Mimoso, 26 e 32 anos respetivamente, são hoje o casal de viajantes mais famoso do Instagram. “Vi a Raquel numa das minhas saídas à noite no Algarve. Ela na altura tinha dois trabalhos e um deles era numa discoteca, em part-time, para financiar as suas viagens. Já na altura ela era muito viajada”, conta. A timidez do jovem impediu-o de meter conversa. No entanto, Miguel Mimoso não desistiu daquele que chama de “amor à primeira vista” e, após uma procura intensiva pelo nome de Raquel, no Instagram, conseguiu encontrá-la. “Enviei-lhe mensagem por lá. Durante algum tempo, ela ignorou-me, mas passado quase um ano voltei a insistir, quando ela saltou de paraquedas, porque tinha sido algo que eu também tinha feito recentemente.” A partir desse momento e passados oito meses desde o encontro entre desconhecidos no Algarve, Miguel Mimoso recebeu resposta. “Foi a primeira vez que lhe respondi porque ele mandou mensagem relacionado com algo que eu realmente gostava”, admite Raquel. A partir daí e apesar de a resposta ter sido demorada, começaram a falar, encontraram-se e tudo o resto se desenrolou naturalmente. “Nunca mais nos largámos”, afirmam.

As viagens sempre estiveram presentes na vida de Raquel Janeiro. Desde os 15 anos que trabalha para juntar dinheiro e poder conhecer o mundo. Deu explicações, aulas de piano, trabalhou em cruzeiros e em bares com o objetivo de um dia ser das mulheres mais novas a dar a volta ao mundo. Acreditava que o sonho se concretizaria em solitude até aos 30 anos, mas, aos 22 e após já ter visitado 50 países, o destino trocou-lhe as voltas e conheceu Miguel. “Uma das coisas que pensei primeiro foi: ‘isto não vai resultar porque tenho este meu sonho’, mas enganei-me”, confessa.

Para viajar e conhecer o mundo, Raquel Janeiro estava disposta a tudo: “Naquela altura, viajava com orçamentos muito reduzidos. Utilizava plataformas como o couchsurfing, andava à boleia e ia aprendendo truques de como viajar mais barato.” Enquanto a jovem não perdia uma oportunidade para conhecer outros destinos, Miguel Mimoso era um apaixonado por fotografia. A primeira vez que se viu longe de casa e da família por mais de 15 dias foi numa viagem para a Índia, que realizou já na companhia de Raquel. Ao contrário da namorada, para o jovem, a experiência revelou-se assustadora. “A cultura é completamente diferente. Foi um choque muito grande comparado com a Europa.”

O desafio tem um nome: Explorerssaurus

A 9 de dezembro de 2017, Raquel e Miguel publicaram aquela que foi a primeira fotografia de casal oficial como Explorerssaurus. Namoravam há cerca de quatro meses, quando se viram longe um do outro e foi aí que passou a fazer sentido desenvolverem este projeto. Raquel tinha acabado de se mudar para Valência, à boleia do programa Erasmus, pela segunda vez, e Miguel continuava por Portugal. Apesar da distância, ansiavam pelo reencontro. “Combinámos que nos íamos encontrar uma vez por mês e, na altura, decidimos que todos os meses nos encontraríamos numa cidade diferente”, conta Raquel, licenciada em Engenharia Biomédica.

Como o combinado é devido, durante o período de Erasmus, encontraram-se sempre em cidades diferentes. Em Marraquexe, acabaria por nascer a página Explorerssaurus no Instagram e o blogue, já extinto. “Tudo começou de uma forma um pouco amadora, principalmente, comparando com o trabalho que desenvolvemos hoje. Nem sabíamos que podia ser uma atividade a sério e acreditamos que que foi por isso que resultou tão bem. Começámos a dedicar-nos a algo pelo qual éramos realmente apaixonados. Um por viagens e o outro por fotografia e não com a ganância de pensar: ‘o que é que temos de fazer para ganhar dinheiro?’. Por ter sido tão natural, espontâneo e algo que gostávamos tanto, correu tão bem”, consideram. Atualmente, a conta de Instagram Explorerssaurus conta com mais de um milhão de seguidores e mais de 800 fotografias publicadas. Como partilha Miguel Mimoso, o nome também esconde uma história particular: “Surgiu durante a nossa primeira viagem a Bali, onde existe uma praia muito famosa que se chama ‘Kelingking beach’ e tem a forma de um dinossauro. Para mim, foi muito desafiante chegar lá. Aquilo é um precipício com cerca de 200 metros ou mais, sem qualquer apoio na descida. Estava super nervoso porque tinha medo de alturas e, quando cheguei à praia, em abaixo pensei: ‘Este foi o momento em que me senti um verdadeiro explorador’ porque foi uma verdadeira aventura para mim. Então, juntámos o ‘explorer’ de explorador e o ‘ssaurus’.”

O casal na Kelingking beach, praia que deu origem ao nome “Explorerssaurus”, em Bali, em 2020 (Instagram Explorerssaurus)

Importância das fotos virais

Quando se uniram e desenvolveram a conta profissional, em 2017, ambos tinham vidas bem distintas. Miguel trabalhava como gestor numa empresa de construção civil; Raquel estava a terminar o mestrado em Engenharia Biomédica e trabalhava em part-time, em centros de estudo, onde dava explicações de matemática, físico-química e ciências. Oito meses depois de os Explorerssaurus terem nascido, o casal realizou uma viagem que incluiu Estados Unidos, Bahamas, Cuba e México, no verão de 2018. Nesse ano, ainda tinham pouco mais de 20 mil seguidores e repartiam-se entre o trabalho e as viagens, mas depressa perceberam o quanto a reação dos outros às suas imagens poderia ser gratificante. “Foi incrível e estávamos super felizes. Cada vez que atualizávamos a página do nosso Instagram, víamos a conta a crescer. Com a foto de Nova Iorque, inicialmente nem percebemos o que se estava a passar e até nos estávamos a perguntar: ‘Mas de onde é que eles (seguidores) estão a vir? O que é que está a acontecer?’. Depois é que nos começámos a aperceber que estávamos a ser identificados por muitas páginas de moda, de casais e de lifestyle e por isso é que se deu esse boom. A mesma coisa aconteceu com a foto das Bahamas”, recorda Raquel.

Quando regressaram dessa viagem já ultrapassavam os 50 mil seguidores, o que significa que naquele espaço de tempo, a conta cresceu cerca de 30 mil. Apesar do sucesso alcançado, o casal tinha o mundo real à sua espera e uma vida profissional, para além das viagens. Nesse instante, tudo se tornou mais complicado.

A primeira fotografia do casal a tornar-se viral, em Nova Iorque, em 2018. Com esta fotografia, alcançaram 50 mil seguidores (Instagram Explorerssaurus)

De hobby a modo de vida

Conciliar as viagens, a página, as parcerias e os trabalhos transformou-se numa missão impossível. Por esse motivo, tomaram a decisão de abandonar o que tinham e transformar as viagens num modo de vida. “No meu caso, foi muito mais difícil porque não estava habituado a viajar tanto como a Raquel e também porque estava bem financeiramente. Tive um bocado de medo de dar esse passo, mas correu tudo bem”, refere Miguel Mimoso, formado em Gestão.

Já com noção de que as redes sociais poderiam ser um emprego e com algumas parcerias fechadas, uniram-se, mais uma vez, para desenvolverem este projeto e juntaram cerca de 13 mil euros. A 6 de janeiro de 2019, partiram sem bilhete de volta rumo à Índia. Para Raquel, ao contrário de Miguel, foi fácil deixar tudo o que tinha, não só pelo hábito adquirido das viagens, mas também porque na altura ainda não tinha trabalho fixo. A jovem admite que conhecia os riscos da aventura: “Se resultasse, ótimo, se não, era um investimento. Nunca perderíamos nada porque viajar é das coisas onde que se gasta mais dinheiro, mas é também das que nos deixa mais ricos.”

Em pouco tempo, passaram a conseguir viver da produção de conteúdos de viagens. Ainda hoje, não se arrependem da escolha que assumiram. “Mesmo se amanhã perdêssemos tudo, se isto não funcionasse mais, não nos iríamos arrepender nunca. A quantidade de pessoas incríveis que conhecemos, sítios lindos que visitámos, experiências que tivemos vão ser memórias que guardaremos para sempre. Portanto, nunca nos iremos arrepender do que fizemos”, confessam.

As viagens deixaram de ser um hobby e passaram a um modo de vida. Hoje, já perderam as contas às aventuras e às peripécias que viveram. “Deixámos os nossos trabalhos em janeiro, quando começámos a viajar. Em março, na primeira semana, quando chegámos às Filipinas, perdemos logo o nosso drone e, na segunda semana, ficámos sem câmara com a nossa lente mais cara, ou seja, só nessa viagem às Filipinas perdemos quase seis mil euros”, relata Raquel. A Índia foi, de longe, o destino mais ousado. “A cultura é, realmente, muito diferente”, acrescenta.

O início de uma nova vida

O sucesso nas redes socias nem sempre é fácil de alcançar, mas a verdade é que, em pouco mais de três anos, os Explorerssaurus atingiram números astronómicos e que julgavam impossíveis. Atualmente, contam com mais de um milhão de seguidores (1,1 milhão) no Instagram. “Quando começámos a conta, o Miguel perguntou-me qual era o meu sonho e quantos seguidores queria ter. Na altura, respondi que seria 50 mil. Quando chegámos aos 50 mil, disse que queria ter 100 mil. Atingidos os 100 mil, acreditei que conseguíamos chegar a meio milhão, depois um milhão e não conto mais, mas é sempre aquela coisa de querer continuar a crescer. Até é um bocadinho viciante”, admite Raquel.

No meio de tantos números e de infinitas viagens, Raquel e Miguel têm locais que lhes ficaram para sempre no coração. Ambos partilham da opinião que a Indonésia, em concreto Bali, é um dos sítios prediletos, não só por ter sido o primeiro destino para onde viajaram juntos, mas também por que é neste lugar paradisíaco que desejam construir parte do seu futuro juntos. “Em conjunto com um casal que conhecemos nas nossas viagens, estamos a construir uma espécie de boutique hotel, mas que também vai funcionar para fazermos cursos presenciais. Começámos a realizar formações online com eles, mas queremos dar um passo mais à frente e conhecer realmente as pessoas que estão por trás do ecrã e providenciar uma experiência, que obviamente se for presencial é muito melhor. Além disso, como sou mesmo apaixonada pela ilha, chegámos a acordo que vamos viver meio ano em Portugal e meio ano em Bali. Também queremos começar a construir uma casa pequenina para termos lá, pois é do que sentimos mais falta quando viajamos: de ter um sítio que é a nossa casa e não estarmos constantemente a mudar”, explica Raquel. Já na Europa, Itália conquistou o coração dos Explorerssaurus. “É o destino mais completo. Tem praia, montanhas, boa comida… Gostamos da cultura e as pessoas são simpáticas”, refere Miguel. “Todas as cidades são muito diferentes umas das outras. Veneza não tem nada a ver com Roma, com Milão, com Florença. Se formos para o sul, Positano também é super característico e é o que me fascina nos países: o facto de ter cidades diferentes”, explica Raquel.

Em conjunto com outro casal de viajantes, os portugueses criaram uma academia com cursos de edição online, o Club Life Design. O projeto tem superado as expectativas. Começaram por ensinar técnicas de edição, mas a ideia é partilharem toda a informação sobre os seus percursos e como atingir resultados. “As pessoas perguntam-nos sempre que câmara ou computador devem comprar, mas neste momento, um telemóvel tem tudo o que precisamos para começar e para realizar um bom trabalho. Seguimos contas que têm conteúdos incríveis que só usam o telemóvel”, refere Miguel. No futuro – acrescenta Raquel – “queremos que a nossa academia online seja das mais reconhecidas, principalmente, no que toca a redes sociais, a crescimento de negócios digitais”.

Trabalhar com a cara-metade é, para muitos, considerado um verdadeiro desafio. O casal mais famoso do Instagram admite que a experiência de trabalhar, namorar e viajar em simultâneo também nem sempre é fácil.  “Em termos de relação amorosa nunca discutimos, damo-nos mesmo muito bem. A nível de negócios, discutimos muito”, diz Raquel. O segredo é separar bem as águas. “Há uma linha no meio. De um lado, está a nossa relação e do outro o nosso trabalho. Se as pessoas conseguirem manter essa linha – o que é muito difícil porque, muitas vezes, as coisas tornam-se emocionais -, é meio caminho andando para o sucesso.”

Os dois casais de viajantes que formaram a academia online Club Life Design, na Berawa Beach, em Bali, em 2020 (Instagram Exporerssaurus)

O lado negro da fama

A fama tem sempre dupla face. E nem sempre foi fácil para o casal lidar com o lado menos positivo da exposição pública. Em fevereiro de 2019, viram uma foto da sua autoria, captada no Sri Lanka, correr os jornais e as televisões internacionais pelos piores motivos. A fotografia foi considerada a mais perigosa do mundo. O incidente transtornou Miguel Mimoso, que argumenta que a imagem foi descontextualizada: “Estavam a falar de coisas que não correspondiam à verdade. As pessoas não estiveram no local, não sabem como eram as circunstâncias da foto e também não nos conheciam. Por isso, não poderiam falar sobre o motivo em si, de termos feito aquela foto.”

O casal ainda hoje não entende o porquê de a foto ter ganho tamanha exposição: “Temos muitas fotos que realmente nos dão crédito e em que somos muito criativos, mas naquela foto não. Toda a gente que vai ao Sri Lanka e anda naquele comboio tira fotos a pendurar-se de fora. O que fizemos de diferente foi, provavelmente, termos sido um dos primeiros casais a tirar uma foto juntos nesse sítio. É um comboio que vai mesmo muito devagar 10 ou 15 km por hora e, além disso, o próprio governo vende mais bilhetes do que assentos. Os locais não percebiam porque é que aquilo era assunto de notícia, mas recebemos imensos comentários maus e mensagens”, desabafa Raquel.

Inicialmente a foto foi postada só na conta do casal e os seguidores estavam todos encantados. A questão foi quando o Daily Mail, no Reino Unido, lançou a notícia com o título “Casal estúpido de instagrammers arrisca a vida por likes”. Desde esse instante, explodiram os comentários negativos. Apesar do incidente, o casal acabou por sair desta história em vantagem numérica: “Durante essa semana em que estavam a ser lançadas as notícias, que começaram no Reino Unido, mas correram mundo, crescemos mais de 100 mil seguidores. Ganhámos seguidores que realmente são super amorosos e carinhosos connosco e que gostam mesmo de nós. Portanto, acabou por ser bom e nem aproveitámos da melhor maneira”, confessa Raquel. Atualmente lidam melhor com situações negativas, mas admitem que estas os acabam por afetar sempre. No entanto, justifica Raquel, “o volume de comentários e de mensagens positivas recebido comparativamente com os negativos não tem nada a ver. Portanto, é importante que o foco seja sempre no lado bom”.

A fotografia polémica tirada em Ella, no Sri Lanka, em 2019, que foi considerada a “fotografia mais perigosa do mundo” (Instagram Explorerssaurus)

O futuro e as dicas do casal

O universo de Raquel Janeiro e de Miguel Mimoso não se cinge apenas às viagens e à academia online. “No ano passado, começámos a nossa marca de roupa e, neste momento, estamos a trabalhar numa coleção de verão, de biquínis e fatos de banho”, divulga Raquel. No momento a passarem uma temporada em Bali, a longo prazo, o casal planeia conseguir construir outro hotel ou retiro na Europa, “provavelmente em Portugal”, adiantam. Os seguidores do casal e outros curiosos também podem encontrar as dicas de viagens no livro recentemente lançado “As Aventuras Dicas e Segredos dos Viajantes mais Famosos do Instagram”.

Para incentivar outros jovens aventureiros a seguir-lhes o trio, o casal sugere que deixem de acreditar em mitos e obstáculos. “Não é preciso ter muito dinheiro para viajar”, garantem. Raquel aconselha a terem sempre um plano B: “No nosso caso, demos um ano para ver se funcionava. Caso contrário, voltávamos ao nosso país e procurávamos trabalho. O mais importante é perseverança, nunca desistir. Também tivemos muitos contratempos e muitos projetos que tentámos e não correram bem”, admite Raquel. Miguel aconselha os jovens que pretendam viajar em casal a “manter sempre a calma e arranjar soluções da maneira mais pacífica possível”.

Por muito que conheçam o mundo, os Explorerssaurus confessam que Portugal será sempre o sítio onde se sentem em casa. “É conforto, é onde tenho a minha família, os meus amigos, a minha língua…”, diz Miguel. “É aqui que está a nossa vida em termos de família e amigos e, agora, a Mirah, a nossa cadela. É impensável estarmos muito tempo afastados de cá”, conclui Raquel.

Veja a entrevista realizada via Zoom

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2021-04-16
Ana Cabeças
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