O Benfica venceu o Rio Ave por 1-2 numa reviravolta bastante polémica, em que os vilacondenses acabaram o jogo com oito jogadores. Com esta vitória, Benfica e Porto voltam a partilhar a liderança, com 64 pontos.
O conjunto orientado por Bruno Lage entrava para o jogo sobre “brasas”, com muita pressão e com a oportunidade de aproveitar o deslize dos azuis e brancos na Vila das Aves. No onze inicial, Weigl, Gabriel e Taarabt completavam o meio campo. Quando se pensava que o Benfica iria jogar no típico 4x2x3x1, a equipa apresentou-se em 4x3x3 com Gabriel e Taarabt à frente de Weigl. Esta mudança tática aumentou as dinâmicas no meio campo e levou a que os encarnados tivessem mais poder no miolo do campo do que o conjunto de Carlos Carvalhal. O Rio Ave, uma das melhores equipas a jogar futebol do campeonato (se não a melhor…), apresentou-se sem surpresas no onze e manteve o seu estilo de jogo a construir desde a defesa com muita paciência. Apesar de um ligeiro domínio e algumas oportunidades de golo do campeão nacional, quem chegou à vantagem foram os vilacondenses. Através de um livre direto, e depois de um toque de Dyego Sousa na área, Taremi, ao segundo poste, só teve de encostar. Estava feito o primeiro. O Benfica voltava a ser um golo de bola parada perante bastante passividade da defesa. Os encarnados reagiram ao golo, mas abusaram da procura do jogo aéreo de Dyego Sousa. Uma equipa com um meio campo tão belo como o que apresentou ontem tem de jogar com mais paciência e procurar desequilíbrios em bola corrida. Depois de algumas chances de golo dos visitantes, acabou por chegar o golo de Rafa em cima do intervalo. Mas, com recurso ao vídeo árbitro, Luís Godinho assinala fora de jogo de Dyego por interferência no lance (e bem). O nulo manteve-se até ao intervalo.
No segundo tempo, Seferovic entrou para render Dyego Sousa. O jogo ficou um pouco partido e dividido no início, com as melhores oportunidades a surgirem do lado benfiquista. Aos 62 minutos, Al Musrati tem uma entrada muito feia sobre Rafa e vê o segundo amarelo. A partir daqui o Benfica controlou completamente o jogo. Dois minutos depois, surgiu o empate. Depois de uma bela combinação entre Nuno Tavares e Gabriel na ala esquerda, o jovem lateral português desfere um cruzamento “açucarado” para o segundo poste e Seferovic só teve de encostar. A jogar contra 10, a vitória dos encarnados parecia bem encaminhada. Imediatamente, Carvalhal coloca Tarantini, o que foi importante para estagnar a superioridade benfiquista. Aos 74 minutos, Nuno Santos acerta com os ‘pitons’ no braço de Pizzi e recebe a cartolina vermelha. Seguiram-se várias oportunidades de golo para os encarnados, mas o tempo ia escasseando. Até que, aos 87 minutos, através de um canto de Pizzi, Weigl ganha a bola no coração da área e marca um grande golo, o primeiro pelas ‘águias’. Estava consumada a reviravolta. Até ao final, Diogo Figueiras ainda vê o cartão vermelho por palavras.
Apesar de uma vitória bastante suada, foi o melhor jogo da equipa de Bruno Lage desde o regresso do campeonato, perante um adversário e um reduto complicadíssimos. A luta pelo título continua ao rubro. O Rio Ave perde espaço na luta pela Europa.
Rio Ave FC:
Kieszek (3) – Teve pouco trabalho e não tem hipóteses nos dois golos adversários.
Diogo Figueiras (2) – Teve dificuldades em parar as incursões de Nuno Tavares pela ala. A expulsão desnecessária por palavras manchou a sua exibição
Borevkovic (3) – Teve sucesso em neutralizar Dyego na primeira parte, mas muitas dificuldades com a entrada de Seferovic.
Aderllan Santos (3) – Teve sucesso em neutralizar Dyego na primeira parte, mas muitas dificuldades com a entrada de Seferovic.
Matheus Reis (3) – Perdeu várias vezes a posse bola e falhou vários passes. Apesar disso, ganhou quase todas as disputas de bola com Pizzi.
Filipe Augusto (4) – O melhor em campo dos vilacondenses. Tem uma capacidade de construção muito forte e faz um equilíbrio impressionante a defender. Excelente jogo.
Al Musrati (2) – Fez várias faltas duras que lhe valeram a expulsão. Péssimo jogo.
Piazón (3) – Foi alvo de muitas faltas por parte da defesa benfiquista, e foi bem-sucedido nos dribles que tentou. Bom jogo.
Diego Lopes (2) – Jogo bastante apagado. Não teve qualquer influência na manobra ofensiva da equipa. Acabou substituído depois da expulsão de Al Musrati.
Nuno Santos (2) – Estava a jogar bem até deixar a equipa com nove jogadores, com uma entrada feia e bastante desnecessária.
Taremi (3) – Foi letal no primeiro golo e segurou bastantes bolas de costas, o que permitiu várias vezes que a equipa subisse no terreno.
Tarantini (3) – A sua entrada foi importante para equilibrar a equipa, depois da primeira expulsão.
SL Benfica:
Vlachodimos (2) – Fica a ideia de que se podia ter saído no golo de Taremi e em várias outras bolas paradas. De resto, muito pouco trabalho.
Nuno Tavares (4) – Colmatou muito bem a ausência de Grimaldo. Prático, não inventa e mostrou uma capacidade de cruzamento fenomenal, como na assistência para o golo de Seferovic.
Ferro (3) – Fez algumas faltas desnecessárias e foi um pouco passivo nos duelos com Taremi. Ganhou confiança na segunda parte.
Ruben Dias (2) – Teve um jogo abaixo da média. Ganhou poucos duelos e cometeu várias faltas.
Tomás Tavares (2) – Continua sem arriscar e sem subir muito no terreno. Tem de fazer muito mais se quer corresponder às expectativas que se tem dele.
Gabriel (2) – Continua sem corresponder ao seu melhor nível. Perdeu vinte vezes a posse de bola, o que é muito para um meio campista.
Weigl (4) – Não finta metade da equipa adversária e termina com um golo de chapéu, logo não serve. Mais uma vez, o melhor em campo dos encarnados. Está claramente um nível acima do resto da equipa.
Pizzi (3) – Melhorou em relação aos outros jogos, mas continua aquém da sua capacidade. Excelente cruzamento para o golo de Weigl.
Taarabt (3) – Esteve um pouco apagado, mas foi determinante a ligar o meio campo ao ataque. Faz uma jogada incrível no golo anulado a Rafa.
Dyego Sousa (2) – Jogo bastante infeliz. É apanhado em fora de jogo no golo anulado a Rafa e perdeu várias vezes a posse de bola.
Seferovic (4) – Entrou para a segunda parte e foi determinante para a reviravolta. Marca o golo do empate e atira à barra de cabeça.
Vinícius (3) – Entrou para jogar lado a lado a Seferovic. Cansou a defesa vilacondense e teve na cabeça uma grande oportunidade de golo, a passe de Chiquinho.