Em noite de São João, o FC Porto recebeu e venceu o Boavista FC por uma margem confortável de 4-0. Com esta vitória, e a anterior derrota do rival Benfica, os azuis e brancos podem até perder ou empatar uma vez até ao final do campeonato, devido à vantagem no confronto direto perante os encarnados.
O Porto entrava em campo sabendo que o rival lisboeta acabara de perder em casa. Curiosamente, o conjunto orientado por Sérgio Conceição entrou passivo, sem fulgor ofensivo e perdulário na definição. A equipa sensação pós paragem orientada por Daniel Ramos, o Boavista, veio ao Dragão com a lição bem estudada e foi neutralizando as investidas ofensivas do Porto, não deixando de atacar e criar perigo, tendo como a sua arma mais audaz Yusupha Njie. Os axadrezados permitiram que os azuis e brancos controlassem sempre a posse de bola, decisão estratégica, devido à dificuldade da equipa de Sérgio Conceição em criar perigo de bola corrida. Perante uma primeira parte muito bem disputada taticamente, as equipas foram empatadas para o balneário sem ocasiões flagrantes de golo.
Na entrada para o segundo tempo, a equipa da casa entrou com uma outra faceta: mais agressividade, velocidade e grande eficácia na frente. Aos 53 minutos, depois de uma excelente receção orientada de Corona à entrada de área, o mexicano oferece a Marega, que não perdoa no frente a frente com Helton Leite. Estava feito o primeiro. Perante o golo que dava a vantagem mínima, o conjunto portista não desarmou e continuou à procura do golo da confortabilidade. Sete minutos depois do golo de Marega, o avançado maliano volta a ser protagonista ao sofrer uma falta na grande área axadrezada, cometida desnecessariamente por Gustavo Dulanto. Chamado a cobrar, Alex Telles engana Helton Leite e faz o segundo. A equipa de Sérgio Conceição estava confiante, agressiva e galvanizada. A liderança isolada estava cada vez mais perto. Com estes 15 minutos de grande categoria dos azuis e brancos, a equipa de Daniel Ramos nunca conseguiu reagir e ficou à mercê da intensidade ofensiva do Porto. Aos 70 minutos, Gustavo Dulanto volta a cometer uma grande penalidade, desta feita com o braço na bola. Sérgio Oliveira assume a grande penalidade, marca e dilata a vantagem da sua equipa para 3-0. Perante a vantagem confortável, Sérgio Conceição aproveitou para dar minutos a dois jovens da ‘cantera’: Fábio Silva e Fábio Vieira. Este segundo, aos 84 minutos, assiste Marega para o quarto e último golo do jogo, perante facilidades defensivas da defesa axadrezada.
Os azuis e brancos regressam, assim, às vitórias e isolam-se na liderança com mais três pontos que o Benfica, ficando mais perto do título.
FC Porto:
Marchesín (3) – Apesar de pouco trabalho, fez duas boas defesas.
Tomás Esteves (3) – Mais um jogo sólido do miúdo de 18 anos. Pode e deve arriscar muito mais ofensivamente, tem mais que qualidade para tal. Não se percebe a sua saída ao intervalo…
Mbemba (4) – Continua a subir e a realizar exibições seguras. Não se percebe como não era titular…
Pepe (4) – Mais um bom jogo ao lado de Mbemba. Se os azuis e brancos estão em primeiro devem muito à solidez defensiva que estes dois centrais dão à equipa.
Alex Telles (4) – Seguro defensivamente e muito participativo no ataque, concretizou ainda uma grande penalidade. Bom jogo.
Sérgio Oliveira (4) – Mais um bom jogo do médio português. Enche o meio campo portista.
Otávio (4) – Grande jogo do médio brasileiro. Bem-sucedido nos dribles, nos desarmes, nos duelos. Peça muito importante no sistema de Sérgio Conceição.
Luis Díaz (2) – Péssimo jogo do colombiano. Passou ao lado do jogo e saiu, sem surpresas, ao intervalo.
Soares (2) – Habitualmente bastante perigoso, o ponta de lança brasileiro não conseguiu ser influente no ataque portista e poucos duelos ganhou. Passou ao lado do jogo.
Marega (4) – Melhor em campo. Marcou dois golos e foi um perigo constante para a defesa boavisteira. Excelente jogo.
Manafá (3) – Entrou para a segunda parte, rendendo Tomás Esteves, mas nunca conseguiu entrar muito bem no jogo, apesar de ter cumprido.
Uribe (3) – Rendeu Diaz ao intervalo e foi essencial para equilibrar o meio campo portista, permitindo a subida no terreno de Otávio.
Fábio Vieira (4) – O jovem português entrou aos 80 minutos e assistiu para o quarto golo da equipa. Excelente entrada.
Boavista FC:
Helton Leite (2) – É um dos melhores guarda redes do nosso campeonato, já dado como certo no Benfica pela imprensa portuguesa. Ontem, revelou-se incapaz de lidar com o fulgor ofensivo portista.
Carraça (3) – Jogo equilibrado do lateral. Vários duelos ganhos, vários desarmes. Arriscou pouco ofensivamente.
Fabiano (3) – Dificuldades enormes na segunda parte. Foi vítima da falta de equilíbrio defensivo da equipa.
Ricardo Costa (2) – Péssimo jogo do central português. Revelou-se incapaz de controlar a segunda parte de Marega, cometendo um erro grave posicional no primeiro golo do mesmo.
Gustavo Dulanto (1) – O pior em campo. Cometeu dois penáltis desnecessários e perdeu a maior parte dos duelos.
Marlon (2) – Defensivamente esteve bastante infeliz, não tendo ganho nenhum duelo no chão em dez disputados (!). O seu corredor foi sempre o mais procurado pelo ataque portista.
Paulinho (2) – Apesar de algum acerto no passe, perdeu várias vezes a posse de bola e foi inexistente ofensivamente.
Idris (2) – Perdeu a maior parte dos duelos, cometeu várias faltas e perdeu a bola várias vezes. Muitas dificuldades.
Alberto Bueno (3) – No regresso ao Dragão, o ex-Porto esteve bem até à sua saída.
Yusupha (3) – O jogador mais inconformado do ataque axadrezado.
Fernando Cardozo (2) – O jovem paraguaio teve uma entrada infeliz. Passou ao lado do jogo e apenas assistiu aos últimos dois golos portistas.
Heriberto Tavares (2) – A par de Cardozo e Stojiljkovic, entrou depois do segundo golo adversário e teve muitas dificuldades. Tentou várias incursões sozinho, mas esbarrou na defesa portista.
Stojiljkovic (3) – Entrou bem e desferiu um cabeceamento perigoso perto do final.