A estreia na TVI foi um lançamento para o mundo da televisão que tanto gosta, mas sem nunca esquecer o amor que tem pela representação. Ainda a aguardar estreia, João Montez irá aparecer em breve no cinema, área em que gostava de estar mais presente.
Estar em frente das câmaras é, definitivamente, a paixão de João Montez. Estudou Ciências Sociais e Culturais por mero acaso e, desde o primeiro minuto, soube que foi um ótimo acaso. Começou pela rádio, na Cidade FM, passou pelo MEO SW, mas nunca esqueceu a televisão, o seu grande amor. Embora tenha assumido o papel de um barbeiro em ‘Quero-te Tanto’, o próximo filme de Vicente Alves do Ó, a aguardar estreia, confessa sentir falta da representação, área em que investiu a sério com formação em Los Angeles. O ator e apresentador admite que, em Portugal, conseguir uma oportunidade nem sempre é fácil. Atualmente, com 28 anos, é apresentador das ‘Ricas Quintas’ e ‘Somos Portugal’, na TVI.
Por que razão decidiu estudar Comunicação Social e Cultural, na Universidade Católica Portuguesa, em 2011?
Vinha do agrupamento de Economia e toda a minha vida pensei em ser um economista ou gestor devido à estabilidade da área. Acontece que não era assim tão bom a Matemática e, quando me candidatei à Católica para Gestão ou Economia, a funcionária da secretaria disse-me que com a nota do exame, ia ser difícil entrar. Entretanto, tinha um bom exame de Português. Supostamente, todos diziam que escrevia, falava e sabia discursar muito bem. Então, a senhora disse-me que com a nota do meu exame de Português era melhor candidatar-me a outra área, se queria mesmo a Universidade Católica. Nesse momento, fiquei um pouco reticente, pois queria mesmo seguir Economia, mas acabei por lhe perguntar o que é que me sugeria e mostrou-me Direito e Comunicação Social e Cultural. Candidatei-me às duas e entrei nas duas, mas na hora de optar por um só curso, escolhi Comunicação, porque depois de ter feito uma introspeção percebi que tinha muito mais a ver comigo, que estava na altura de valorizar a área em que era, realmente, bom. Pus de parte aquele grande objetivo da Economia e Gestão. Entrei em Comunicação Social e Cultural e adorei desde o primeiro minuto, percebi que era a minha cara, pois, apesar de não querer, parece que já estava destinado e acabou por ser engraçado.
Apesar da sua grande paixão ser a televisão, acabou por estagiar na rádio. Foi um caminho difícil até chegar aos ecrãs e provar o seu valor?
A minha paixão pela televisão foi descoberta com o curso, mas já tinha essa paixão enquanto mero espectador, adorava e via tudo o que passava. Estava a par de tudo, mas como sei e soube desde sempre que é uma área muito instável, acabou por ser não um segundo plano, não um terceiro, mas algo que nunca considerei. Entretanto, entrei no curso e percebi que, se calhar, não há assim tanta instabilidade. É claro que há sempre alguma, mas existem outras opções para lá de tudo isto. Poderia estar a trabalhar numa agência de comunicação ou de marketing, mas realmente a televisão tinha aquele peso maior e, com o descobrir da licenciatura, ainda se tornou mais evidente.
A minha passagem pela rádio foi mais no sentido de ainda estar com a ideia de que a televisão era muito instável. Durante o curso, apesar de ter uma ou outra cadeira ligada à televisão ou que abordava as suas temáticas, também gostei muito de rádio. Nesta altura, estava com uma adoração brutal pela rádio, que ainda tenho. Tive professores que, mesmo antes de terminar o curso, me abriram as portas para a rádio. Disseram-me que havia um estágio curricular ao qual me podia candidatar através da Universidade Católica, onde existia um concurso entre dez pessoas de diferentes universidades e depois só dois ou três é que entravam no estágio da Cidade FM. Por acaso, entrei porque também já tinha a bagagem de rádio na Universidade e adorei desde o primeiro minuto. Aí quase que me esqueci um bocadinho da televisão. Terminei o curso e o estágio e comecei a trabalhar na Meo SW, onde estive durante imenso tempo, mas depois apercebi-me que, apesar de ter também uma paixão enorme por rádio, faltava-me sempre a outra parte, a parte visual. Esta área é audiovisual. Já tinha a parte de áudio, faltava-me o visual.
Nos EUA para aprender a representar
Depois de se formar, decidiu ir para Los Angeles. Qual foi o seu objetivo com esta aventura?
Sempre fiz cursos e workshops de representação e de televisão. Já estava a trabalhar há mais de um ano, dois e pensei: “faço muitos cursos destes ligados a televisão, teatro, representação, se calhar devia apostar nessa parte”. Decidi ir estudar para fora. Juntei algum dinheiro para poder ir para os Estados Unidos dar azo a isso, mas sentia muito que esta área da televisão e representação era instável, por isso, encarava sempre como um hobbie. Fazia um curso aqui ou ali, sempre ciente que o que queria era ter uma vida estável, sossegadinho, com rotinas. A rádio permite ter essas rotinas. Tinha um programa na Meo Sudoeste à tarde e o meu horário era aquele e estava feito. Agora, a televisão é muito mais do que isso. Quando dou esse passo e vou para os EUA foi mais porque não tinha nada a perder. Tinha poupado algum dinheiro e onde trabalhava já não havia nenhum desafio. Era sempre o mesmo programa há muito tempo, acabava por não ser desafiado constantemente. Então, decidi ir para os EUA.
Quais foram as principais diferenças que encontrou no mundo da comunicação e representação em Los Angeles?
Todas (risos). Nos EUA, tudo corre de forma muito diferente. Apesar de ser uma população muito maior do que a nossa, em Los Angeles, quando acontece é à séria. Existe um star system que é muito falado, que é quando chegamos àquele lugar, as coisas não podem correr mal na carreira, a menos que, de repente, cometamos um erro qualquer muito grave. Em Portugal, nunca chegamos àquele sítio, ao pódio e aí acaba por ser difícil.
As primeiras diferenças que encontrei foram, por exemplo, o facto de toda a gente à minha volta respirar cinema, televisão, representação, teatro. Ia a um supermercado e a pessoa que estava na caixa era realizador ou ator, era sempre ligado à área e acabava por beber muito da área que tanto gostava. A maior diferença é que lá este meio é mesmo encarado como a indústria da televisão e do cinema, ao passo que cá não tem esta dimensão. Eles dispõem de outras ferramentas que não temos. Quando regressei, passados dois anos e tal, usei aprendizagens para me movimentar no panorama nacional e tentar algo nesta área.
Mas de que maneira essas ferramentas o ajudaram a evoluir?
As ferramentas que trouxe dos EUA foram fulcrais. Costumo dar este exemplo a todas as pessoas, porque é tão simples e cá não se pratica. A importância de termos um “resumer”, que é o nome que eles dão a um currículo atualizado com vídeos, entrevistas, fotos, tudo o que tenhas realizado. É o nosso material e andamos sempre com ele num disco externo ou numa pen e entregamos nos locais. A verdade é que, muitas vezes, não obtenho respostas e lá também não, como é óbvio. Aquilo que os meus professores me diziam é que não há melhor ferramenta do que a conversa. Enviamos um e-mail e o nosso material. Com o passar do tempo, ninguém responde. O que sempre sugeriam e que resulta é ir ao local e tentar falar com alguém que possa ser útil, mas uma conversa muito informal, sem grandes preocupações. Só fazemos questão de nos apresentar. A melhor ferramenta que podemos ter e o melhor método de trabalho somos nós próprios. Nos EUA, resulta e, em Portugal, foi exatamente o que fiz. Não me davam respostas nas primeiras semanas, ia lá, aparecia e tentava marcar uma reunião com alguém. Levei, muitas vezes, “nãos”, mas houve uma ou outra que tive um sim e, uma dessas vezes, resultou na oportunidade de participar, pela primeira vez, numa novela. Valeu-me mais do que qualquer aula de representação, que tenha tido nos Estados Unidos. Lá funciona desta forma: apresentamo-nos, falamos com as pessoas e essa é a melhor arma que podemos ter para conquistar alguma credibilidade.
Voltou a Portugal e concorreu ao programa “CC All Stars”, da SIC Radical, em 2014. O que recorda da experiência?
Não foi a primeira vez que me tinha inscrito no casting. Na faculdade, por brincadeira, eu e alguns amigos tínhamo-nos inscrito e não deu em nada. Voltei a candidatar-me, mas honestamente nem estava à espera de ser chamado. Foi quando percebi que as ferramentas que tinha trazido dos EUA eram úteis, pois, depois deste trabalho, fui a outro casting gravado e estava muito mais à vontade do que alguma vez estive. Quando uma câmara liga, a coisa transforma-se e muitas pessoas que até podem ser super extrovertidas, de repente, ficam nervosas e não conseguem dizer nada de jeito.
Nos EUA, cultivam esta experiência de uma forma diferente: quem está para lá das câmaras é uma pessoa, é importante falar com ela e isso ajuda a não ficar nervoso. Pelo menos, é algo que faço ainda hoje, quando vou a castings. Comprimento os técnicos, os diretores de casting que estão ali e falo logo com eles. Tento fazer algum tipo de conversa para quebrar o gelo, para depois quando realizar o casting estar mais tranquilo e correr melhor. Mas adorei participar no ‘Curto-circuito’, como se costuma dizer: “morri na praia”. Deu-me a bagagem necessária para fazer programas em direto, porque estivemos vários meses a apresentar o ‘Curto-circuito’ em direto, a passar etapas e aquilo, a brincar a brincar, acaba por ser um estágio em televisão. Portanto, foi uma aprendizagem, uma escola brutal.
Membro da “família” TVI
Também neste ano estreou-se na TVI, no programa ‘Ora Acerta’. Começou a ver o realizar de um sonho?
É curioso, pois o casting para o ‘Ora Acerta’ foi antes do ‘Curto-circuito’. Ainda estava a viver nos EUA, vim passar férias a Portugal e já estava agenciado. A minha perspetiva era já que estava lá fora a viver, a estudar representação, mas queria que, ao regressar, tivesse castings à séria para a área que tinha estudado. Pretendia, sobretudo, que me levassem a sério. Andava sempre a chatear a minha agente a dizer que queria castings para novelas, programas de televisão, o que fosse, porque tinha essa bagagem de comunicação social. Era aquilo que queria.
Uma das vezes que vim a Portugal, chateei tanto a malta da agência, mas tanto, que a rapariga disse-me que, naquele dia, havia um casting para um formato novo na TVI e realizei o casting. Já tinha a bagagem dos EUA, não ia tão nervoso como antes. Senti que aquilo nem me correu mal; foi normal. Voltei para os EUA. Mais tarde, venho definitivamente para Portugal, participo no casting do ‘Curto-circuito’ e pensei que ia voltar à estaca zero, a ir a castings e tudo mais. Nisto, toca o telefone e era a rapariga da agência onde já nem estava inscrito. Diz-me que tinha sido o escolhido para fazer o programa da TVI, um ano e meio depois de ter realizado o casting. Fui para Budapeste apresentar o programa em direto para a TVI. Aí sim, fiquei muito nervoso, do tipo ‘agora é a sério’. Penso que foi uma oportunidade brutal para mim, também por ser um conteúdo e um formato muito difícil de fazer. Estar uma hora e meia a falar em direto para uma câmara acaba por ser muito chato para quem o faz, mas é uma forma de começar e é uma porta, sobretudo, para outras coisas. Foi o timing certo para fazer este tipo de programa. Foi uma experiência muito boa, apresentei o programa durante seis ou sete meses e bastou para ter mais aprendizagem em televisão e depois dar saltos para outras coisas.
Ainda na TVI, apresenta pela primeira vez ao lado de Cristina Ferreira e acaba por participar no programa ‘Você na TV’. Realizou a rúbrica ‘Mais Vip, Mais Forma’, onde acompanhava os treinos das figuras públicas. Esta oportunidade foi o culminar de duas paixões?
Vim de Budapeste, terminei o programa e pensei no que iria fazer. Senti que já não queria mais fazer aquele programa. É um risco para alguém que está a começar. Quanto volto, comecei a pensar se estava ou não ligado à TVI. Entretanto, ligaram-me para ir apresentar um programa especial aniversário com a Cristina Ferreira e aí é que percebi: “Ok, acalma-te. Se calhar já sou TVI”.
Verdade seja dita, foi uma experiência brutal. Tinha a Cristina Ferreira ao meu lado, não a conhecia de lado nenhum e, ainda por cima, às vezes a malta esquece-se que, como não vivi cá durante algum tempo, não tinha aquelas referências. Sabia quem era Cristina Ferreira, mas não que era “A” Cristina Ferreira. Sabia quem era Manuel Luís Goucha, porque também em certa parte cresci a ver alguns programas dele, mas não tinha a noção de quem era “O” Manuel Luís Goucha. Portanto, quando acontece, começo a fazer pesquisas sobre quem é a pessoa para saber o historial, já que ia apresentar um programa com ela. Comecei a ficar muito nervoso, mas correu muito bem e, depois sim, comecei a entrar no ‘Você na TV’, com as ‘Ricas Quintas’. Posteriormente, foi o culminar de duas paixões no ‘Mais Vip, Mais Forma’, que é o fitness e apresentar programas, porque adoro. Adoro fazer desporto, para lá da TVI, o Clube VII (risos) é onde passo grande parte do meu tempo. Foi muito bom.
Atualmente, apresenta ‘Ricas Quintas’ e ‘Somos Portugal’, ambos da TVI. Como é que se sente a trabalhar em frente às câmaras e ser cada vez mais acarinhado pelos portugueses?
O ‘Somos Portugal’ é o indicador certo se estamos a ter ou não algum tipo de sucesso e retorno do que fazemos. Existe um contacto brutal com as pessoas para quem fazemos televisão. Ter todos os domingos aquela possibilidade de ter ali um encontro com uma localidade qualquer, de norte a sul do país, onde as pessoas nos acarinham e tiram fotografias connosco. É ter, ou não, rapidamente, o resultado de um programa, ou de um canal, falando da TVI. Salvo raras exceções, todos os domingos temos multidões de perder o fim à vista e é gratificante, porque vejo o meu trabalho quase recompensado e não é com famas nem nada do género. É com o reconhecimento do nosso trabalho e falo por todos os meus colegas que fazem o programa comigo. É muito bom.
Uma vez que tem oportunidade de trabalhar dentro e fora de estúdio, qual é o ambiente que mais o satisfaz? Qual é o registo com o qual mais se identifica?
Por acaso não tenho uma preferência, mas posso dizer que vai muito assim: em dias de frio, em estúdio (risos), em dias de mais calor, fora. É mesmo isto (risos). Porque sofremos muito no ‘Somos Portugal’ com o frio, é uma verdade, muitas vezes estamos ali a fazer seis horas de direto e apesar de termos as condições mínimas, que temos, mas está a chover, está frio (risos) e fazes as seis horas ali por que tem de ser, mas fazes por amor à camisola e porque gostas daquilo que fazes.
Participou em algumas séries e novelas portuguesas como ‘Bem-vindos a Beirais’ e ‘Mar Salgado’. Como viveu esta experiência? Gostou da representação?
Adorei e tenho saudades. Adorei trabalhar com atores e atrizes tão grandes e com um nome tão sonante. Passei a minha vida toda a vê-los e, de repente, estava ali. Foi muito importante mesmo, principalmente, porque não tinha nenhuma experiência em Portugal.
Espreita: “Pela Fechadura”
Também tem vindo a apostar no mundo digital. É autor do blogue e canal de Youtube “Pela Fechadura”, onde dá dicas de vida saudável, lifestyle e também realiza entrevistas. Como é que nasceu este projeto?
Está a haver uma mudança de paradigma muito rápida, pois a televisão já bebe quase desses formatos. Hoje, por exemplo, um programa como o ‘Você na TV’ tem entrevistas bastante curtas, de cinco minutos. Às vezes, sinto que estamos a perder tempo de conversa. E o ‘Pela Fechadura’, tanto o canal de Youtube como o blogue, surgem de um convite de uma agência de marketing que queria que criasse esse projeto. Disse “está bem, se vou criar não pode ser uma coisa igual às outras todas. O que quero é fazer exatamente o inverso. Quando toda gente faz vídeos super curtos, quero produzir vídeos maiores a falar com pessoas, a ter espaço para conversar com elas, a contar a sua história”. O ‘Pela fechadura’ não é menos do que isto. É contar histórias com tempo, espreitar pela fechadura da vida das outras pessoas e fiz isso com Mónica Jardim, André Branco e Ivo Lucas. Entretanto, tive um período onde muita coisa estava a acontecer. Nesse período, só publiquei artigos escritos, mas agora sim, vou voltar com muitos vídeos e com muitas ideias porreiras. Vou adaptar-me um bocadinho mais, porque percebi que as pessoas não querem ver coisas muito longas. Fico triste por isso, mas tudo bem, vamos adaptar-nos. Vou contar à mesma as histórias que quero, espreitar pela fechadura. Vai ser um desafio todos os dias, será quase o meu canal de televisão em blogue e em Youtube. Vou ter muitas novidades a partir de janeiro, aliás, até antes.Hoje em dia, o que vemos a nível digital é quase uma descaracterização do que se faz e criou em televisão. É por isso que o digital influencia muitas vezes e está a influenciar, cada vez mais, a televisão. Basta fazer este exercício: primeiro víamos um programa do Herman José e eram entrevistas de pelo menos 20 minutos, meia hora, a uma personalidade. Hoje em dia, quer-se ver conteúdos no digital, de forma muito rápida. Quer-se ouvir conversas em 15 segundos nos instastories e ver um vídeo de 30 segundos no Instagram, pois é aquilo que a rede permite ver.
Em qual das funções ou papéis se sente mais realizado?
É mesmo um misto de coisas e, no fundo, não consigo escolher. Se me perguntarem o que sinto falta, respondo de fazer um papel num elenco, uma história que me desafie. O bichinho da representação está cá, porque estudei bastante para isso, também como estudei para comunicação social. Já que, ao longo destes anos, tenho sentido sempre a parte da apresentação bem resolvida, sinto-me realizado. Tenho a falta do outro lado, de representar. Estar em comunhão com as duas coisas pode ser muito bom para ambas as áreas. Ao contrário do que muita gente diz, queria ter esse outro lado.
Se me dessem a escolher, optaria pela representação porque gostava de voltar a esta área. O verão passado já vi parte desta vontade realizada, porque vai agora estrear um filme dia 13 de dezembro, que é o ‘Quero-te Tanto’, de Vicente Alves do Ó, onde tive a felicidade de participar com uma personagem muito gira e diferente, um barbeiro de bairro. Tiveram de me mudar o aspeto visual, foi muito giro. Foi um mês de gravações, foi muito pouco para a vontade que tenho, mas adorei e, finalmente, cinema. O curso onde estava, nos EUA, era mesmo direcionado para cinema, mais cinema do que televisão. Logo, adorei entrar neste filme e estou ansioso que estreie.
Expectativas elevadas
Como é que descreve o trabalho que tem hoje? É o que desejou?
Felizmente, a vida que tenho hoje não é bem aquilo que sonhei, porque é melhor. Tinha pensado ser economista e gestor. Portanto, é bastante melhor. Tinha muito a ideia de ter hábitos e rotinas e agora não tenho hábitos nem rotinas. Às vezes, não sei bem os meus horários do dia seguinte. Por vezes, é difícil gerir o tempo, mas adoro. Adoro fazer aquilo que faço e só tenho a agradecer, não sei a quem, mas só tenho de agradecer.
Já se começa a sentir um homem realizado ou ainda há muitas conquistas pela frente?
Ainda há muitas conquistas, mas cada coisa a seu tempo. Por vezes, tenho essa paciência e outras não. Há alturas em que sou muito impaciente e não lido muito bem com as frustrações. Já passei por isso algumas vezes, quando andava a tentar há muito tempo participar numa novela, por exemplo, e nada acontecia. Por outro lado, passo a redundância, tenho um lado muito paciente, que acaba por equilibrar, mas sim ainda há muito para fazer, muito para realizar. Vamos esperar. Quero ver o que é que vai acontecer daqui para a frente.