Foram 24 horas vezes 30 dias a viver no Aeroporto da Portela, em Lisboa. Fernando Pinto, fundador do Projeto Amélia, falou com o ID sobre a ONG que fundou .
Fotografias: Carlos Ratinho
O Projeto Amélia tem como objetivo levar tratamento médico a crianças e adultos no limiar da pobreza no Myanmar, só assim poderão ser salvas. Estou certa?
O Projeto Amélia é uma organização não governamental. A sua missão é o transporte humanitário e isto inclui muita coisa: transporte de médicos, enfermeiros, materiais hospitalares para cenários de emergência, como tsunamis. Também pretendemos dar apoio aéreo e terrestre a missões que estejam a decorrer. Uma das missões em que estamos a trabalhar é no Myanmar, porque fomos convidados pela World Child Cancer, que é uma outra organização que nos indicou que precisava de apoio para um novo projeto.
O Myanmar abriu-se ao Mundo em 2012 ou 2011. A partir desse momento, as autoridades locais puderam começar a ligar para o estrangeiro e a pedir ajuda. O hospital infantil Yangon ligou para a World Child Cancer e explicou: “Temos aqui um problema grave, não estamos a conseguir tratar os miúdos porque não temos médicos nem condições.”
Dois anos mais tarde, a World Child Cancer contacta-nos para, numa primeira fase, ajudarmos a transportar os médicos para o país. Quando chegámos lá, no ano passado, deparámo-nos com esta realidade: apenas 10% dos miúdos com cancro são internados e os restantes 90% não têm qualquer tratamento. O estigma neste momento é “eu tenho cancro, eu vou morrer”. Portanto, evoluímos de um cenário em que estávamos a ajudar a transportar médicos para um de ajuda no transporte de miúdos para o hospital.
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Como nasceu o projeto?
Não nasceu de um clique, nasceu de uma conjuntura de situações. Primeiro que tudo, o meu irmão teve leucemia, eu ainda estava em Portugal. Todos nós ouvimos falar de cancro mas, quando nos toca a nós, as coisas são diferentes. Passei cinco anos a acompanhar o meu irmão no IPO do Porto. Vocês são muito novos, mas quando forem pais vão sentir uma coisa que hoje não sentem. É quase antinatural verem o vosso filho sofrer ou morrer primeiro do que vocês. Vi o meu irmão a morrer primeiro do que o meu pai ou primeiro do que eu. Felizmente não morreu à última da hora, reagiu, mas tocou-me muito saber que somos uma imensa minoria. A maior parte das crianças no mundo não têm o que temos em Portugal.
Esse foi um momento importante. O segundo momento foi o nascimento da minha filha, que me fez olhar mais para toda a situação e achar que o nosso mundo é estranho. Vivemos tão focados em nós e eu não queria chegar a velho e pensar: “O que é que eu fiz pela humanidade? Peças de teatro!” Eu gosto muito de teatro, ainda faço, mas… imaginem-se a morrer. A bater o pé nos últimos tremeliques e a imaginarem: “O que fiz eu pela vida, o que fiz eu pelas pessoas?”
Como dizemos em Inglaterra, é um no-brainer entre dedicar e ajudar a mudar a vida de pessoas a aturar atores e criar produções artísticas… não há dúvidas. Após o nascimento da minha filha, tive que abrandar para tomar conta dela, foi o momento oportuno.
O Amélia exige uma mobilização humana e espírito de equipa bastante consistente.De que maneira conseguiu construir e mobilizar este apoio?
Foi difícil. Imagina o que é amanhã dizeres que vais criar uma ONG. Depois, chegas à porta das pessoas e dizes: “ Vou criar uma ONG!” As pessoas começam-se a rir de ti. “Vais criar uma ONG? Vais criar uma UNICEF, vá, diz lá que vais criar uma UNICEF?” Primeiro, há uma ideia errada do que é uma ONG, já que a maior parte são pequenas e médias ONG’s.
Em Inglaterra, existem 160 mil e só uma pequeníssima minoria são grandes. São oito as maiores e o resto é tudo pequenas e médias. Vão desde ONG’s que têm um funcionário a 30, 50.
O meu processo foi este: um ano a reunir com outras ONG’s. As respostas começam a tornar-se hinos como “apoio aéreo, apoio aéreo”, porque uma UNICEF, uma Cruz Vermelha ou os Médicos Sem Fronteiras têm aviões próprios, pilotos e frotas. As pequenas estão sujeitas a voos comerciais que vão para a capital do país. Imaginem o que é essas ONG’s terem um parceiro que chega ao país e aluga um avião com um piloto voluntário que vai com eles onde for preciso.
Existe outra ONG deste estilo, mas a maior no mundo tem um grande caveat, a tradução é “uma espinha na garganta” e a espinha está na garganta da MAF (Mission Aviation Fellowship). Eles são católicos e dizem que a missão é espalhar o Gospel. Quando chegas a países budistas ou muçulmanos, a MAF não é aceite. Há organizações que não conseguem entrar e a MAF é a maior de todas. Tentava há anos entrar no Myanmar e eles são sempre barrados, porque têm uma agenda religiosa. Eu não tenho agenda nenhuma a não ser ajudar.
O primeiro ano foi perceber o que podia fazer, algo relacionado com artes, mudar a vida das pessoas através da arte. Constituímo-nos enquanto Projeto Amélia em 2014 e uma das ONG’s com quem falámos nessa fase foi a World Child Cancer. Eles disseram: “Pronto, estão formados, vamos começar a trabalhar.” Eu disse: “Mas não tenho dinheiro ainda!” (risos) E eles responderam: “Podes pagar as viagens dos médicos!” Foi assim que comecei. O ano passado, aquela primeira vez que estive os 30 dias no aeroporto, foi para angariar dinheiro para essa primeira missão.
“Quanto maior é o sacrifício, mais as pessoas se sentem tentadas a ajudar”
O Amélia chegou ao público em 2015. Como é que esses 30 dias se tornaram uma mais-valia e uma chamada de atenção para o público?
Se chegares ao pé de uma pessoa e perguntares “dá-me dez euros para fazer isto?”, as pessoas vão dizer-te: “Não, desculpe!” Se fizeres algo que tenha algum sacrifício associado, estás a ser mais credível porque vêem e pensam: “Este tipo está a sofrer, este tipo está a sacrificar-se.” Eu quase morri!
Fui internado ao fim dos 30 dias, estive sete dias quase em coma, estava muito mal. Mas a verdade é que aqueles 30 dias permitiram-nos, por um lado, ser ouvidos: “Quem é o tolinho que está ali dentro dos aeroportos, nem sequer sai dos terminais e dorme onde consegue? Porque é que ele está a fazer isto?” Os media começaram a fazer perguntas: “Quem és tu? Quem são vocês? Porquê? O que precisam?” Isso foi um dos objetivos e foi completamente cumprido.
Depois a angariação de fundos. Quanto maior é o sacrifício, mais as pessoas se sentem tentadas a ajudar. Foi importante porque, se não tivesse feito o que fiz o ano passado, este ano não estava aqui. Ninguém tinha ouvido falar, não tinha feito o que fiz no Myanmar e, portanto, estaria na estaca zero. Foi vital no processo de construção desta organização.
As figuras públicas que dão a cara por este projeto alertam para esta problemática, estando com vocês no aeroporto. Qual tem sido a reação das pessoas e das figuras públicas?
Como vês, não estamos aqui com grandes cartazes e a fazer barulho, não é esse o objetivo. Para mim, tem sido mais interessante a reação de quem tem estado aqui do que de quem está de fora. Quem está aqui? Alguns deles são meus amigos, outros são pessoas que aceitaram o desafio. Muitos chegam cá a saberem o essencial porque já lhes dei um briefing. Acontece como com o Luís Eusébio [Luís Eusébio foi visitar Fernando Pinho ao aeroporto]. O José Fidalgo já veio cá duas vezes, eles voltam todos. O Luís foi ontem representar o Projeto Amélia ao Programa do Fernando Alvim. Não fui eu, foi ele!
As pessoas estão a tornar-se embaixadoras do projeto. Quando elas se sentam comigo e começo a explicar o que está a acontecer em detalhe, ficam chocados. Aliás, fica toda a gente, ninguém tem consciência que o transporte é um problema. Para nós, o transporte é qualquer coisa do género “não tenho boleia, que chatice.” Para estes miúdos há um hospital. Eles não passam fome, eles têm comida, nenhum desses miúdos morre de fome, não há fome no Myanmar. O problema é a infraestrutura que não existe! Como o Myanmar, em muitos outros países.
Quando as pessoas que estão aqui se apercebem que o transporte pode ser uma crise humanitária, neste caso devastadora porque, como já disse, 90% das crianças morre. O coração abre-se, as pessoas tornam-se embaixadoras do Projeto Amélia e isso é muito mais do que aquilo que estava à espera. A única coisa que estava a pedir era para passarem 24horas no aeroporto e está a acontecer muito mais do que isso: as pessoas estão a sentir o projeto como delas. Nós gostamos que as pessoas sintam o projeto como delas e, se quiserem vir connosco ao Myanmar, que venham!
A reação dos atores tem sido essa: apaixonam-se pela causa, pelo trabalho que estamos a fazer, querem ajudar para que se consiga fazer mais. Isto é um aeroporto e, por natureza, as pessoas não param, as pessoas estão sempre a passar. Nós também não viemos para aqui com o objetivo de parar as pessoas, viemos porque o estar aqui simboliza a espera destas crianças, constantemente à espera de embarcar e ninguém lhes dá o dinheiro.
As pessoas olham, como já reparaste. Quando estão pessoas à noite a dormir aqui ainda é pior, com sacos-cama, os cobertores, espalhamos tudo e fazemos a coisa ser mais visível. O staff do aeroporto conhece-nos, polícias, seguranças, forças de segurança e equipa de marketing. Estão a apoiar-nos imenso, tem sido uma experiência muito gira. Há pessoas que param, pessoas que olham, que interagem, pessoas que perguntam e que nos vêem na televisão, porque temos ido a vários programas. Vêm aqui com cinco ou 100 euros na mão para nos dar.
Não aceitamos, não podemos aceitar donativos em dinheiro por questões de credibilidade. Não há pior coisa que alguém te dar cinco euros e pores a nota ao bolso, que é o teu bolso, não é o bolso da organização. Portanto, não aceitamos. Agradecemos imenso às pessoas, damos os dados bancários, as pessoas vão ao banco e depositam no banco. São essas a reações que temos tido, são muito diversas.
“Nós queremos fazer as coisas muito transparentes”
Quem ajuda terá o seu nome pintado num avião. Para além disso, existem outras formas de contacto entre as pessoas que contribuem e quem será ajudado?
Sim, temos uns vinis, porque não temos um avião nosso. Utilizamos vários aviões, conforme a região onde estamos. Quando temos um disponível, imprimimos um vinil com um autocolante, colamos naquele que usamos, normalmente por períodos de uma semana ou de um mês. Quem contribui recebe um update por e-mail do que está a acontecer na missão.
O objetivo é que as pessoas se sintam parte integrante do projeto porque, na verdade, só continua a existir porque elas confiaram. Sem aquele dinheiro, o projeto não existia. De uma próxima vez que precisemos de pedir dinheiro para uma nova campanha, eles sabem que podem confiar.
É uma linha não cortada?
É. Em Portugal, as pessoas pensam “já dei uma moedinha”. Depois, não sabes o que é que lhes aconteceu, tens que ir à procura da informação, informação que, muitas vezes, nem sempre é clara. Nós queremos fazer as coisas muito transparentes, basta um dedo, uma suspeita, que até pode ser mentira para pôr em causa o trabalho. Não estou preocupado com o meu futuro ou da organização, estou preocupado com o futuro daquelas crianças, que estão à espera que faça alguma coisa por elas.
Nem sempre foi fácil dormir nos aeroportos, certo?
Ainda não é. Só consigo dormir quando estou extremamente exausto. Este ano, temos relações públicas, uma equipa de marketing… O problema é que, no ano passado, estava completamente sozinho, já não conseguia sequer pensar e tinha que estar a responder à imprensa, a responder a e-mails ou a redefinir estratégias. Chegava a um ponto em que já não tinha controlo do corpo, agarrava no telefone e caía-me das mãos. Estava a entrar em colapso, desmaiava, foi uma loucura! Valeu a pena, tinha que ter acontecido, mas nunca mais farei naqueles moldes. Precisamos de mais dinheiro e a estratégia é chegar a mais portugueses. A forma é chegar a mais meios de comunicação, é ter mais caras conhecidas, porque estas pessoas são o que nós chamamos “líderes de opinião”, influenciam outras. É muito importante para o projeto ser credível, ser forte!
E como têm sido as reações dos funcionários dos aeroportos?
O ano passado, estava à ‘socapa’ como passageiro, não tinha autorizações para nada. Sentava-me nos cafés e ficava lá. Alguns aeroportos mandavam-me para fora, porque não tinha bilhete, um cartão de embarque… Dormi em casas de banho, até fechado numa igreja do aeroporto de Madrid, na capela que têm lá dentro. No aeroporto de Lisboa, dormia lá em cima, no café.
Este ano, a ANA [ANA – Aeroportos de Portugal] é nossa parceira oficial e está a ajudar. Os próprios funcionários vão passar aqui 24 horas. É a diferença entre vocês estarem aqui a fazer uma entrevista às escondidas ou vocês estarem aqui com as câmaras, com tudo organizado e oficial.
É certo que o Governo do Myanmar sabe que a vossa ajuda é a única salvação para centenas de crianças. Ou isso ou morrem. Desde o começo até hoje, como tem sido a vossa relação?
Uma ONG só vai para o Myanmar quando é convidada. Temos que receber uma carta a dizer: “Vocês estão convidados a vir para cá por esta e aquela razão.” E nós vamos. O visto tem que ter essa carta associada, ninguém vai para lá pedir nada. O Myanmar tem problemas muito mais graves do que este: tem populações inteiras sem médicos. Em zonas mais deslocadas, não têm dinheiro para a medicação e a quimioterapia está a ser paga com dinheiro que ninguém sabe bem de onde está a vir.
Há problemas muito mais graves e compreendo que a prioridade deles não sejam estas 2.700 crianças, porque há muito mais centenas em condições muito precárias, com falta de água, por exemplo. Há malária por todo o país. Existem muitos outros problemas no país. Não somos a Força Aérea Americana, somos um grupo de voluntários, não podemos atacar o problema maior, atacamos este problema específico que, para mim, é muito pessoal. Depois, tudo isto é dramático, estarem isolados, não terem médicos. Mas há outras ONG’s a apoiar. Os Médicos Sem Fronteiras estão lá, há muitas ONG’s no Myanmar neste momento, eles precisam de muita ajuda.
O Governo também está a mudar, é um processo muito complicado. Comecei as negociações com um Governo e agora já é outro. A tendência é para ser sempre mais fácil. Começámos com os militares e agora é um Governo democrático. Portanto, estão sempre recetivos para podermos fazer as coisas. O Myanmar é um país muito humilde, a única coisa que tens que ter em atenção é nunca criticar o país, que tem muito orgulho em si próprio.
Mas já aconteceu alguma situação de criticar o país?
Não. Os Médicos Sem Fronteiras já foram expulsos há uns anos, criticaram a resposta ao tsunami no país. O Myanmar também foi muito afetado, mas ninguém falou. A Tailândia está na linha de costa, a resposta não foi muito boa. Estavam ainda num período de ditadura, queriam lá saber do povo! Mas já foram readmitidos. A nossa postura é sempre: “Esta é a realidade, o Governo está a trabalhar para mudar e nós estamos a ajudar!”
“O nome Amélia é uma coincidência. É o nome da minha filha, mas também o de Amelia Earhart”
Amélia é também o nome da sua filha. De que forma é que ela é uma inspiração para ajudar os outros?
Foi a olhar para ela que pensei no projeto. Como é possível a um pai ou uma mãe não ter um hospital… Muitos dos médicos nestas vilas são médicos tradicionais, não têm formação em Medicina, como é possível viver-se assim? Em Portugal, morrer um filho é uma coisa que acontece de vez em quando. Lá é normal, é um dado adquirido. Podem morrer muito cedo, não consigo aceitar isso!
No momento em que vi a minha filha, senti-me tão importante. Imaginei perdê-la e ainda hoje faço esse exercício quase todos os dias. Quando não estou lá, acontece-me frequentemente. Por exemplo agora, aqui, penso: “O que é que me acontecia se a minha filha morresse? Dava em louco!” Portanto, esse sentimento de que há crianças que não têm a mesma sorte dela, de certa forma olhando para ela, recorda-me o meu objetivo.
Foi só a pequena Amélia que o inspirou ou também outras pessoas que conhecera?
O nome Amélia é uma coincidência. É o nome da minha filha, mas também o de Amelia Earhart, uma pioneira da aviação americana nos anos 20. Ela morreu num acidente, mas nunca se encontrou o avião. Foi a primeira mulher a atravessar o Atlântico e a demonstrar que o avião tinha muito mais potencial do que, na altura, de facto tinha. Hoje em dia, olhamos muito para a aviação como um meio de transporte, ponto final parágrafo. Mas tem o poder de mudar vidas, não é só para ir passar férias ao Algarve. Para muita gente, entrar no avião é como já estar no destino, é estar em porto seguro. Quando se vê um doente a entrar no avião em urgência, a expressão do doente é: “Já estou lá, estou no hospital!” E daí ‘Amélia’ jogou com as duas cotações: ser o nome da minha filha, mas também ser o nome de uma mulher que contribui tanto para a aviação.
De que forma é que a sua profissão de encenador reflete este projeto humanitário?
Gosto de produzir espetáculos e obras que falem da natureza humana, que falem dos desafios da nossa sociedade. A minha última produção foi “Despertar da Primavera”, que aborda temáticas complexas ainda nos dias de hoje, apesar de ser um clássico da literatura alemã do século XIX. Fala na sociedade, na pressão nos adolescentes, da homossexualidade, abuso sexual, suicídio juvenil, portanto, gosto muito de abordar este tipo de temáticas. Procuro sempre espetáculos que estejam relacionados com aspetos menos polidos da sociedade. Acho que esta ONG é um bocado uma extensão disso. Tendo não expor a situação mas, ao mesmo tempo, arranjar uma solução para ela. Na peça, fazemos a pergunta, nunca encontramos a solução.
O nosso trabalho é expor o problema, nunca resolvemos problema algum em teatro. É muito fácil levantar problemas, mas ninguém os resolve. Deste lado, acho que consigo resolvê-los. Costumo dizer: “Não mudo o mundo, mas mudo muita, muita gente.” Eu não vou mudar o mundo, é um facto, ninguém vai mudar o mundo.
Quando dinheiro é que o Projeto Amélia já conseguiu angariar até hoje?
Até ao dia de ontem, 12 mil euros.
Como é que as pessoas podem contribuir?
Através do site www. projeto Amélia.org. Podem contribuir através do paypal, cartão de crédito ou transferência bancária.
Vídeo: Projeto Amélia