Alejandro Grimaldo García nasceu a 20 de setembro de 1995 em Valência. Formado no Futebol Clube Barcelona, chegou ao Sport Lisboa e Benfica a 29 de dezembro de 2015 e atua como lateral-esquerdo. Grimaldo relembra os seus tempos de formação, a chegada ao clube da 2º Circular e o desejo de voltar a jogar depois da paragem dos jogos devido à covid-19.
Começou a dar os seus primeiros toques no Paterna. O Valência contratou-o depois de um jogo amigável e, em 2008, com 12 anos chegou ao Barcelona. Qual foi a sensação de ter chegado a um clube tão grande e com tanta história como o Barcelona?
Bem, no princípio foi muito difícil. Era muito novo e o facto de ter que me separar da minha família e dos meus amigos foi difícil de gerir. Foi uma decisão, por um lado, muito boa porque ia para o FC Barcelona, que era o clube em que tinha o desejo de jogar, mas, por outro lado, foi uma decisão muito difícil porque, como já referi, era muito novo e não queria separar-me das pessoas de quem mais gostava. Mas a decisão que tomei, que foi a decisão de ir, foi bastante boa.
Tornou-se, aos 15 anos, o jogador mais novo na Segunda Divisão Espanhola. Sendo o mais jovem, foi fácil integrar-se e lidar com a pressão que a Segunda Liga exige?
Quando estás a jogar nas categorias inferiores, estás a jogar futebol, mas não deixa de ser um pouco uma “diversão”. É muito diferente de jogar na Segunda Divisão porque já é futebol profissional e, sendo profissional, todos os jogadores têm que jogar e esforçarem-se bastante. Ao fim e ao cabo, há muita pressão num clube como o Barcelona. Temos que ganhar cada jogo, tentar melhorar o que temos a melhorar e, claro, que havia pressão, mas felizmente melhorei bastante. Era muito jovem, mas receberam-me muito bem.
“Queria dar um passo à frente”
Dia 29 de dezembro de 2015, com 20 anos, foi oficializado como jogador do Sport Lisboa e Benfica. Como é que surgiu esta proposta?
Estava na equipa B do Barcelona, não sabia se ia continuar ou não. Por isso, quando me apresentaram a proposta do Sport Lisboa e Benfica percebi, logo desde o primeiro momento, que queria dar um passo em frente diante de um clube tão grande como o Benfica. Por isso mesmo, foi uma decisão muito fácil para mim. Foi a decisão mais acertada e, obviamente, que estou muito feliz por a ter tomado.
O facto de Espanha ser um país perto de Portugal e a língua ser idêntica ajudou na mudança do Barcelona para o Benfica?
Sim, afinal Portugal está muito perto de Espanha, o tempo dos dois países são muito parecidos e come-se muito bem também em Portugal. Sobre o idioma, consegui entender praticamente desde o primeiro dia porque são línguas muito idênticas. A equipa é, para mim, uma família e desde o princípio que me acolheram como um deles e isso ajudou-me bastante na mudança. São condições que fazem com que a adaptação se torne muito mais fácil.
Veio sozinho?
No princípio, vim com os meus pais que ficaram comigo durante uns meses. Depois, voltaram para Espanha e fiquei sozinho. Na verdade, foi tudo bastante fácil.
“Celebrar o título no Marquês de Pombal foi o dia que mais me marcou”
No início da época de 2016-2017, tornou-se titular indiscutível e marcou o primeiro golo pelos ‘encarnados’ para o campeonato frente ao Feirense. Foi uma sensação de objetivo cumprido?
Era muito difícil entrar numa equipa que estava a ganhar muitos jogos. Sabia que tinha que trabalhar e dar o máximo para, na seguinte temporada, tentar jogar o máximo de jogos possível. Quando chegou o início da pré-temporada, encontrei-me muito bem, estava muito confortável com a equipa e com o mister e fiquei bastante contente por me terem dado a oportunidade de ser titular e, assim, poder somar muitos jogos com esta camisola.
Renovou em novembro do ano passado o contrato, tendo já cinco anos de ligação ao clube. Sente que foi um sinal de confiança dado pelo Benfica?
Sim, creio que isso foi um sinal de confiança, tanto por parte do Benfica, como também pela minha parte. Ambos queremos estar onde estamos e é muito importante que continuemos assim, havendo sempre confiança tanto num como no outro. Grimaldo e Benfica são agora uma união.
Já foi campeão pelo Benfica três vezes, uma Taça de Portugal, uma Taça da Liga, três supertaças e foi campeão europeu sub-19. Que momentos lhe ficaram mais marcados?
Posso dizer que todos os momentos foram muito bonitos, mas o primeiro dia que fui celebrar o título no Marquês de Pombal foi o dia que mais me marcou. Toda a gente falava no quão incrível era, mas eu não sabia até chegar a esse dia e celebrar o título.
“Queremos jogar e ganhar o campeonato”
O coronavírus afetou bastante o setor do desporto, alterando a rotina de todos como nunca antes visto. Sente falta da competitividade que os jogos transmitem?
Sinto falta de tudo um pouco. A rotina de ir treinar com os meus colegas de equipa é, praticamente, desde que tenho cinco anos, o que mais gosto de fazer. Estivemos parados muito tempo e sei que vai ser muito duro voltar. Mas é o que todos temos que fazer. É um problema grave para todo o Mundo, mas acredito que todos sabemos o que temos que fazer para conseguirmos melhorar e voltar a jogar.
Concorda com o retorno da época?
Eu quero jogar! Estou, há muito tempo, sem jogar e o que um futebolista quer é jogar. Queremos todos jogar e ganhar o campeonato. Por isso, sim, concordo que voltemos aos jogos, mas evidentemente com segurança.
Para terminar, em praticamente todas as entrevistas que dá é bastante notória a vontade de jogar pela Seleção Espanhola. É, de facto, o seu “grande” objetivo a nível profissional?
Tenho muitos sonhos e, felizmente, já consegui cumprir muitos deles. Para mim, ir à Seleção Espanhola é um sonho que tenho, praticamente, desde miúdo e desejo muito conseguir jogar um Europeu ou um Mundial com a camisola da Seleção Espanhola.