Clube da minha terra é uma rubrica onde desvendamos os segredos e as particularidades de vários clubes locais. Fomos conhecer a casa da Associação Desportiva de Oeiras.
Em busca de símbolos icónicos e talentos natos, o Desportista acompanha-o e traz-lhe a mais prestigiada gama de associações desportivas nacionais. Na estrada, o GPS destinava-nos para os grandes clubes regionais, por isso, seguimos por um atalho que nos deu até Oeiras.
A Associação Desportiva de Oeiras é uma associação que conta com mais de um século de existência, conjugado com glória e o espírito aspirante na mente. Com a fundação em 1906, rapidamente se tornou numa figura a seguir e um símbolo da cidade, com as demonstrações gloriosas e batalhadoras, dando de caras a um clube que engrandece Oeiras. A ADO, como é mais conhecida, alinha numa vertente multidesportiva, despegando-se da ideia do predomínio e a panóplia futebolística.
A posição do clube mantém-se com uma procura dos jovens para fazerem parte da associação, onde podem escolher entre modalidades como futebol, masculino, hóquei, patinagem ou xadrez.
Com a estrela ao centro, o vermelho e o branco em força e o preto nos contornos, o emblema dá uma cara à associação. No caso do futebol e o hóquei, o equipamento prende-se com as riscas vermelhas a percorrer um fundo branco.
Recentemente, com um novo nome, o Estádio Municipal Mário Wilson tem aberto portas para os mais curiosos que não resistem à tentação de vislumbrar tudo o que lá se passa. O estádio tem o encanto de aquilo que se pode chamar de galeria a céu aberto. Aqui, o foco de ser uma associação passa pelo objetivo da formação dos atletas, segundo o coordenador da ADO.
Gonçalo Carapinha, ex-treinador dos iniciados, e, nesta temporada, a desempenhar as funções de coordenador do clube e treinador-adjunto dos juniores de futebol, desvendou-nos uma das fraquezas do clube, a nível da formação profissional. O mesmo defende que o clube não têm a capacidade de ter uma formação profissional totalmente lapidada, já que “existe um contexto profissional de mudanças recorrentes e existe uma forte aposta em conciliar as formações com o contexto desportivo, sendo que o objetivo é a formação de boas pessoas e bons atletas”.
Como uma das prioridades do clube é o desenvolvimento dos seus atletas a nível desportivo, não se pode esquecer a vertente social. Desta forma, Gonçalo apontou que a chave é delinear uma cultura corretiva e de união desportiva e de equipa, “porque isso são valores que devem acompanhar os jovens desde o início, estando esses valores sempre ligado às diversas transações das suas vida. É muito importante afastá-los de algo negativo e aproximá-los das coisas positivas, numa ideia de que é importante que eles ganhem valores para que consigam viver bem numa sociedade. Queremos que consigam conciliar a escola e o desporto, em simultâneo, para que se tornem mais capazes. É agradável”.
Sobre as maiores diferenças que vê no mundo do futebol, desde as melhorias técnicas, as logísticas (como as capacidades dos campos, balneários, materiais, …) e a recorrente mudança dos atletas, Carapinha afirma, muitas vezes, as pessoas sentem que são os melhores e esquecem-se de se focar na aprendizagem. Em relação às mudanças técnicas, domina-se pelas mudanças nos treinos – os mesmos melhoram e, consequentemente, os clubes melhoram bastante. Existem muitas pessoas a estudar determinadas áreas técnicas e assim conseguem tornar os treinos mais complexos, com o aumento do desempenho. Existe, ainda, muita falta de apoio das instituições externas para com os clubes.
O coordenador do clube afirma que a abordagem e a mentalidade a seguir é de um clube com várias modalidades além do futebol, e os atletas devem experimentá-las todas para crescerem. “Temos um leque de opções. Para nós é difícil crescer , por exemplo, no futebol feminino, devido à logística, pois temos vários escalões e torna-se um pouco difícil gerir todos nos campos que temos. Mas o que pretendemos sempre, em qualquer modalidade, em qualquer jovem, é que se priorize a importância da felicidade do desporto”, termina.
Ambição, dedicação e orgulho são as palavras que perpetuam os ideais do clube de Oeiras e transparece a envergadura da ADO.