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-Início»Entrevistas»Rui Maria Pêgo: “O entretenimento não deve ser entendido como menor”

Rui Maria Pêgo: “O entretenimento não deve ser entendido como menor”

Irina Verde 24 Set 2018 Entrevistas

Foi na televisão que se estreou, mas é o teatro a sua mais recente paixão. Aos 29 anos, Rui Maria Pêgo fala um pouco sobre o seu percurso profissional, da televisão à rádio, onde atualmente é uma das vozes das manhãs.

Vencedor da 5ª edição do casting do Curto Circuito, Rui Maria Pêgo começou o seu percurso na SIC Radical com 19 anos. Mais tarde passou por várias estações como a Radar e a Rádio Sudoeste. Atualmente, encontra-se a fazer as manhãs na MegaHits com o programa Snooze, na companhia de Maria Correia e Conguito. Afirma que nunca teve dúvidas do que queria ser, sempre foi algo muito “automático”. Nas imediações da redação da MegaHits, num ambiente descontraído, Rui fala sobre as principais dificuldades que sentiu no início da sua carreira profissional.

Falemos um pouco da sua infância. Em criança já brincava à rádio e televisão?

Sim, sabes que quando era miúdo tinha esta coisa de achar que queria duas coisas: cantor e apresentador de televisão. E, apesar de gostar de cantar, achei que tinha esta “coisa” de jornalismo até porque, como os meus pais trabalhavam na área, sempre lidei e cresci dentro de sets de televisão ou de estúdios de rádio. Tudo isto era muito natural, aliás, nunca tive grandes dúvidas! Mais tarde surgiu o teatro, algo que sempre quis fazer, mas que nunca tive coragem de assumir. Em miúdo, sempre participei em todos os teatros que podia e era sempre eu que interpretava o papel de jornalista nas peças. Sempre tive muita facilidade para comunicar, não tive toda a confiança do mundo, mas sempre foi para mim muito automático.

É filho de Júlia Pinheiro e Rui Pêgo nomes incontornáveis da comunicação social em Portugal. Acha que os seus pais tiveram influência na escolha profissional?

Eles gostariam muito que eu nunca tivesse escolhido isto, melhor dizendo [risos], eles gostavam imenso que não tivesse tido qualquer tipo de relação com este mundo. Eles acham que é um meio muito duro, e é! É um meio de enorme competição e, ao mesmo tempo, há poucos lugares, não é? Portugal é um país pequeno, ainda assim, acho que estamos a viver uma fase que, embora os meios tradicionais se estejam a tentar adaptar, há diversas maneiras de produzires conteúdo, seres um comunicador e não estares apenas numa televisão, numa rádio ou num jornal. Acredito que, se tiveres algo para dizer ao mundo, há alguém que oiça. Eu acredito nessa máxima! Mas sim, acredito que os meus pais tiveram influência na minha escolha porque sempre vivi muito perto deste meio e tive a sorte de ver carreiras sempre muito bem-sucedidas. No entanto, sempre fui alertado para a “violência” do que é trabalhar na comunicação social.

Violência?

Sim, não é uma palavra que empregue de forma inconsciente, aliás, neste meio é preciso estar preparado para o que pode acontecer, é um meio que pede muito de ti, pede muito da capacidade de aguentares pressões seja em que área for… Tudo isto faz parte mas, às vezes, ainda não sabes quem és de facto e já estás a ter de te relacionar com milhares de pessoas. É uma coisa que pode ser assustadora.

O começo do percurso profissional

Começou a trabalhar em televisão aos 19 anos. Olhando para trás, não acha que foi cedo demais?

Se acho que foi demasiado cedo? Acho que sim … Eu acho que aos 19 anos não sabes nada, não sabes quem és. Nesta altura, começas a ter que lidar com situações da “vida adulta” e já estás a ter que ser profissional, ter a responsabilidade de falares para milhares de pessoas. Eu não tinha noção da responsabilidade! Queria muito fazer televisão, sempre tive o sonho de apresentar um programa de televisão. Recordo-me quando o João Manzarra foi ao casting, tinha eu 16/17 anos, sofria tanto naquela altura, porque também queria poder participar. Quando surgiu a minha oportunidade, fiquei bastante supreendido porque não estava nada à espera de ganhar e estava naquela de “e agora como é que eu faço?” Agora, de repente, tenho um programa.

Porquê que achava que não ia ganhar?

Porque achava que era muito novo, era dos mais novos, e às vezes a idade pesa. Sabia que tinha caracteristícas que, trabalhadas, podiam dar num bom apresentador de televisão e nisso não sou nada modesto [sorri], mas tinha a noção que não sabia nada, que era muito “verde”. Sempre fui determinado e obsessivo, e quando sentia que as coisas não estavam a correr bem tentava dar a volta para não permitir que nada corresse mal. Quando fiz o casting fui muito disuadido e não fui nada encorajado. Apesar de ser dos mais novos, sempre fui muito votado pelo público, e o casting vivia muito da escolha do público, era quase como um reality show. Se sou mais “leve” na maneira como comunico deve-se aos três anos que passei no Curto Circuito, porque aprendi bases e tive sorte, podia experimentar e fazer disparates. Hoje em dia, já é mais complicado experimentar a rádio e a televisão.

Voltaria a concorrer ao casting da SIC Radical?

Sim, claro, porque fui muito feliz! Mas houve momentos horríveis. No início, quando comecei a ter que aprender a lidar com as polémicas, porque se descobriu que eu era filho da Júlia Pinheiro e nunca tinha dito a ninguém, nunca fiz disso um acontecimento, e a dada altura as pessoas começaram a achar que eu tinha ganho o casting por ser filho de uma figura da televisão portuguesa, diziam que tinha sido ajudado. Mas não foi o caso, e é indiferente tentar-me justificar porque as pessoas acham o que acham… Apesar de tudo, não trocaria esta experiência, porque me ajudou imenso para iniciar o meu percurso profissional, foi como uma escola. E com esta experiência, levei amigos para a vida toda como o Diogo Valssasina, Diana Bouça-Nova, Carolina Torres… são pessoas com quem tenho uma enorme cumplicidade. E, se sou o que sou, deve-se também ao que vivi lá!

Disse em entrevista à SMACK.pt que “escolhia a televisão porque adora … e por ser a imagem mais perfeita”. Esta declaração prende-se com o facto de ter começado neste meio?

Sabes que, hoje em dia, não sei o que responderia. É muito engraçado, eu gosto disso que é: em Portugal, há esta coisa de “tens de escolher um! Queres ser uma cadeira ou uma mesa? Não podes ser os dois!” Não concordo com isso, cada vez mais há aquela coisa de podermos ser multifacetados, porque somos múltiplos! Na altura, se calhar respondi isso porque estava com saudades de fazer televisão [risos] e porque, no fundo, a televisão tem um extraordinário poder no sentido em que pode moldar consciências. Eu adoro ver e produzir televisão, mas o teatro tem algo que, à época, não tinha visualizado porque estava traumatizado [risos]. O teatro é maravilhoso e dá uma sensação tremenda estares em palco, porque há uma procura pela verdade que é diferente do entretenimento, da rádio , da televisão. Porque têm objetivos diferentes! Tenho muita dificuldade em escolher. Na televisão, sou muito feliz, assim como no teatro e na rádio. Não quero ter que escolher, até porque não é preciso escolher.

Pressões na comunicação

Que tipo de pressões são mais frequentemente sentidas na televisão?

As pressões da televisão são múltiplas e, normalmente, têm a ver com a imagem, se és bonita o suficiente… É muito numa lógica do teu valor exterior, algo que compreendo, mas não aceito em completo. Eu percebo que tens de ter uma imagem cuidada para puderes fazer televisão, mas esta “imagem cuidada” não pode ser ditatorial! A televisão tem uma componente estética que não pode ser ignorada. Não acho que as pessoas devam ter mais ou menos trabalho pela sua aparência fisica, mas sim pelas suas capacidades comunicativas. A dada altura, senti uma pressão de que não podia ser quem era, que ser gay era um problema, porque podia afastar público. Perdi muitas oportunidades profissionais por causa disso. Agora, também sei que muita coisa mudou, porque a mudança não é uma coisa automática. Percebo quem diz que isso não devia ser importante, mas é, porque molda a tua realidade!

E estas pressões ainda acontecem hoje em dia?

Hoje em dia não, mas nesse caso em particular ainda não é uma coisa absolutamente tranquila. Atualmente, trabalho num grupo que nunca me fez sentir que não podia ser aquilo que sou e é um grupo católico, portanto, podia haver esse contexto. Mas não existe, sempre pude ser aquilo que sou, que quero, o meu valor enquanto profissional é que interessa, se faço bem, se chego a horas, se sou apelativo…o resto tem uma importância relativa! Houve um momento em que era aconselhado a vestir-me e a comportar-me de uma certa maneira e acho que também tinha a ver com o facto de não me conhecerem, nem eu me conhecer a mim. Alertaram-me também para ter cuidado com o que dizia porque era muito incisivo, e Portugal não é um país para seres incisivo o tempo todo, podes ser pontualmente, não podes ser sempre. Também fui aconselhado ao oposto “sim faz o que tu queres, o que tu pensas”, mas estas situações ocorreram pontualmente no início da minha carreira.

A um nível prático, quais são as características para se ser um bom profissional de televisão?

Curiosidade, acho que a curiosidade é essencial, em relação a ti e em relação aos outros porque, para poderes comunicar com os outros, tens de te pôr na cabeça deles. Diria que a segunda coisa seria a empatia, tu precisas de ser curiosa e empática. Sem estas duas [características] não vais conseguir chegar até eles, e o que tu fazes em televisão e na rádio é comunicares de forma transversal, de dentro para fora. Para seres bem sucedida na televisão em Portugal precisas de ser curiosa, empática, ser aguerrida (capacidade de trabalho) porque nem a televisão nem a rádio são sítios fáceis! A rádio tem uma coisa boa porque te permite ir crescendo. Na televisão já não é assim, tens menos espaço para errar. Ambicioso q.b , não passando por cima dos outros. E ser verdadeiro, que para mim é o que resulta sempre na televisão porque, se não fores verdadeira, não vais conseguir chegar aos outros da forma que queres chegar. Não é a manipular e a dizer a frase que achas que soa melhor, é tentar perceber de onde é que isto vem e o porquê de o fazer!

Faço a mesma pergunta para a rádio: a um nível muito prático, quais são as características decisivas para se ser um bom profissional de rádio?

A capacidade descritiva é muito importante na rádio. Na televisão, claro que descreves, mas tens a ajuda da imagem. Na rádio, tens de ter a capacidade de criar cenários na cabeça das pessoas, e isso significa que tens de ler muito mas, sobretudo, tens de ter vocabulário porque as palavras neste meio são as tuas armas, como um arsenal que utilizas para chegar aos outros. O impacto de usares uma palavra incomum é maior do que usares algo que é vulgar de ser ouvido, algo que te causa uma reacção. Por exemplo, eu custumo dizer “isto é um berbicacho” e isto soa descontínuo na rádio, é pouco comum ser ouvido. Na MegaHits, fazemos muito isso, tentamos comunicar de uma forma que não é expectável fazendo do entretenimento uma surpresa para agarrar o ouvinte. A capacidade de supreender o outro é transversal neste meio! No Snozze, tentamos fazer isto diáriamente. Ainda hoje, às 10 da manhã, estava a falar de cultura, um tema que é importante, mas pouco provável de ser falado de manhã cedo.

A “paixão” pelo entretenimento

Há certamente estratégias para manter um ouvinte sintonizado. Pode falar-me dos seus métodos?

A minha estratégia é ser supreendente. Claro que nem todos os dias consegues ser supreendente. Por exemplo, quando estou há mais horas no ar, torna-se complicado porque há um limite de supresa que consegues criar mas é o que se chama de embrulho da coisa. Se te vou falar, por exemplo, das 10 razões porque deves ir a Braga, se calhar torna-se mais interessante falarmos da nossa experiência do que falar de razões que encontrei num site qualquer. A estratégia é ser supreendente, atento e tentar pôr-me no lugar das pessoas. É tentar relacionar-me com quem me está a ouvir. O desafio é superares-te!

Atualmente, está a fazer rádio na MegaHits com o programa SNOOZE, entre as 7:00h e as 11:00h. O entretenimento é decisivamente “a sua cara”?

Sabes que eu acho que o entretenimento é um espaço onde tudo pode acontecer, o que não acontece com a informação. Eu gosto muito da ideia do infontaiment, o entretenimento misturado com a informação. O entretenimento pode ser consciente, pode mudar a vida das pessoas, porque podem não estar disponíveis para ouvir informação então ouvem o entretenimento e aquilo [pode] provocar uma reacção que pode mudar a tua vida. Acho que o entretenimento é “a minha cara”, mas não é só a minha cara!  O entretenimento não deve ser entendido como menor, para pessoas “menos elásticas” do ponto de vista intelectual, algo que não concordo em nada, e pelo qual luto muito! Por que é que o entretenimento é menor? Porque entretém as pessoas? Não tem nada por trás? Pode ter. Aliás, atualmente a Casa dos Segredos é um bom exemplo porque põe a “nú” e fala de questões que, se calhar, não se fala normalmente àquela hora, para aquele tipo de público, naquele contexto. É extraordinário falar-se de uma relação gay sem qualquer tipo de problema, há milhares de pessoas em casa que não têm coragem de contar aos pais e isto pode ser transformador, nesse sentido.

O programa da manhã é feito em parceria com Conguito e Maria Correia. Acha por vezes complicado gerir egos?

Não, acho que não [sorri]. Acho que já tive programas onde foi mais complicado! Na televisão é mais difícil, porque tem o contexto da imagem. É normal haver discussões e confrontos em contexto de grupos de trabalho. Eu adoro trabalhar em equipa e não é coisa que me assusta!  Ninguém faz nada sozinho e acho que a televisão tem mais trabalho de equipa do que rádio. A Maria chegou primeiro como estagiária e o Conguito chegou há oito meses. Uma pessoa absorve muitas coisas deles, quando já achamos que conhecemos tudo! Nunca tive esse problema. Sempre percebi que não é o meu brilho que apaga o teu brilho e o teu brilho não apaga o meu, os dois juntos fazem mais! Talento gera talento!

Qual o conselho que daria aos jovens que ambicionam entrar no mundo da comunicação? A seu ver, quais são os desafios a serem enfrentados?

Acho que um dos grandes dramas da atual geração é que vocês são preguiçosos. Eu também fui, mas não tive a oportunidade de o ser por muito tempo, porque tinha de provar todos os dias que merecia, o que também pode ser chato, porque não tens de estar sempre a provar o que vales. Se foste contratada … foi por alguma razão. Mas quando se tem este “chip” na cabeça, fazes o trabalho melhor, às vezes sofrido, mas fazes melhor. O problema de muitos não generalizando, é que pensam que por ter um curso terão um caminho facilitado sem esforço. Há muito pouco espaço e têm de ter a noção de que, para conseguirem chegar lá, terão de trabalhar muito! O meu conselho é ter a noção de que, se calhar, não vamos fazer logo aquilo que queremos ao ínicio, e saber fazer tudo. O teu sucesso depende de ti! Cheguei a fazer rádio de manhã, tinha uma série à tarde e ainda estudava à noite, tudo isto para conseguir pagar as minhas contas. Portanto, tenho imenso respeito por quem quer seguir esta área, mas também tenho a noção de que, muitas vezes,  os estagiários que acompanho são muito preguiçosos. Têm aquela ideia de ” mereço porque estive a estudar “. Mas não, é preciso lutar e ser informado e não seres expectável. Se tu trabalhares, consegues!

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Foto retirada da página do Facebook oficial de Rui Maria Pêgo
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Curto Circuito entretenimento MegaHits Rui Maria Pêgo 2018-09-24
Irina Verde
Tags Curto Circuito entretenimento MegaHits Rui Maria Pêgo
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