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Pop é mas é o diabo

Luís Carmelo 18 Out 2019 Crónicas, Crónicas

Durante os últimos meses estive ocupado com um romance que foi escrito a partir de marcos familiares (não sei, francamente, se é um romance). Quer isto dizer que o projecto abraçou memórias que acabaram autonomamente por crescer, dilatando a semente dos factos. Concluí, mais uma vez, que o acto da escrita só existe se se situar no instante e no instinto da derrapagem.

Escrever nasce do delírio onde pululam afectos e todos os seus anticorpos mais negros. Ao fim e ao cabo, o delírio é uma vasta floresta sem qualquer árvore. Quem nunca entrar num espaço destes, branco e árido por natureza, é porque afinal não escreve; apenas publica livros. Pode redigir-se nos conformes, organizando-se enredos com as baias certinhas de uma boa trama; pode embelezar-se a cárie e as corrosivas – afiadas – máscaras dos advérbios, mas isso pode apenas redundar em higiene momentânea. Não deixa de ser verdade que a moralidade crítica se esquece amiúde de percorrer as galerias onde luz o minério, concentrando-se cada vez mais nos alardes que encapelam as superfícies do texto e os repetidos avatares (e palavras de ordem) da biografia literária.

Lembro-me de estar sentado, em Maio passado, diante do meu editor e de lhe ter falado sobre o que desejava fazer. Na mão tinha apenas o que não sabia. Foi importante ter registado o súbito assentimento, embora saiba que a solidão é bem mais do que estar a sós; a solidão é a indiferença radical com que o mundo nos deverá observar, quando ingressamos em territórios que se alimentam de uma compaixão igual à das ventanias do fim da tarde.

Com um nada a invadir-me a távola de lancelote, lá avancei com a obsessão de me ver a saltar de história para história, muitas delas contadas em vida pelo meu pai (sublinho “em vida”, pois há infinitas coisas que a morte também nos confidencia aos berros). Escrevi virado para um bosque, depois para um mar mortiço e, por fim, quase no desenlace, vi-me ao lado da minha gata, contemplados eu e ela pelo pátio de todos os dias.

Quando concluí a primeira versão do livro (porventura será a única), não me dei muito tempo de descanso. Teria sido penoso fazê-lo. Quase um mês depois – que entretanto ocupei com uma nova série de poemas (respondendo às ‘Cartas a Lucílio’ de Séneca) -, retirei da estante por mero acaso um livro que nunca havia lido. E estava lá tudo, dito e redito em jeito de testamento. E era-o, na realidade. Há sortilégios assim.

Eu explico: quatro anos antes de ter morrido, Marguerite Duras foi entrevistada por Benoît Jacquot. Da longa conversa resultou um filme que foi para o ar em Novembro de 1992 no canal ‘Arte’. No ano seguinte, o texto da entrevista apareceu em livro, publicado pela Gallimard com o título ‘Écrire’ (o que aconteceu entre nós, já em 1994, por iniciativa da Difel). Trata-se de uma reflexão poderosa sobre a escrita e o acto de escrever em que reencontrei todos os pontos de partida que eu vivera intimamente nas minhas reflexões de Maio passado.

Destaco três aspectos que li, como se tivessem sido escritos de propósito para aquele ápice inicial em que ainda continuo sentado diante do meu editor. Esse momento mantém-se, congelou-se. Falo, gesticulo, bem tento explicar o que quero escrever, mas sei que tudo é pantanoso, secreto, inaudito. Até hoje.

1- A primeira ideia: “estar sem tema”, sem ideia quase nenhuma do livro que nos espera, “é reencontrarmo-nos perante o livro” que desejamos. Por outras palavras ainda: “escrever é tentar saber aquilo que escreveríamos, se escrevêssemos”. É pura verdade: uma tentativa destas só avança no campo da derrapagem. Foi o que se passou.

2- A segunda ideia: “Se não é um livro o que nos espera, sabe-se sempre”; de qualquer modo, “estar só com o livro ainda não escrito é estar ainda no primeiro sono da humanidade”. Ou seja: regressar aos baldios onde persistem todas as fontes iniciais. E elas deverão ser rigorosamente inocentes, ingénuas e desconhecedoras da experiência que, nos seus vaivéns do hábito, cega bem mais do que revela.

3- A terceira ideia: “a solidão é sempre acompanhada de loucura; não a vemos, pressentimo-la”. É por isso que escrever é “uma faculdade que temos ao lado da nossa pessoa, paralelamente a ela”. Saímos de nós, é verdade: desarrumamos, desalinhamos, desabamos. No limite, é mesmo verdade e o meu editor terá toda a razão: exilamo-nos, desaparecemos. E o texto limitar-se-á a saber imprimir as marcas, a vaticinar os vestígios, a gritar o que é preciso ser gritado. E não vale a pena emoldurar o desvario. O melhor é mesmo deixá-lo respirar à vontade até que seque e se rarefaça cheio de gretas (como acontece às lamas aráveis do Nilo) diante dos olhos do público e da crítica, se os houver.

Por fim, até a “censura” – palavra perigosa! – de Duras se acabou por rever na minha reflexão de Maio sobre os mineiros ocultos que descem às profundidades da mina para a explorar, ela que permanecerá sempre encoberta pelos malabarismos da moda, das gerações e, inevitavelmente, das ‘correcções’ desferidas pelas sinuosas azagaias da coisa literária: “…censuro aos livros em geral: o facto de não serem livres. Vêmo-lo através da escrita: são fabricados, são organizados, regulamentados” (…) “o escritor torna-se no seu próprio chui. Quero dizer com isso a procura da boa forma, quer dizer, da forma mais corrente, mais clara e mais inofensiva” (…) “Mesmo os jovens: livros encantadores sem qualquer prolongamento, sem noite”.

Livros “sem noite”: livros asseados, livros sem falhas, livros centrados na expectativa do tempo que corre, livros inofensivos, livros vorazes mas apenas resguardados, aguardados, livros pop. Pop.

Este texto foi publicado no jornal “Hoje Macau” e é aqui reproduzido com a devida autorização do seu autor.
    
2019-10-18
Jaime Lourenço
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