É uma das caras mais reconhecidas da rádio portuguesa. Joana Cruz, 39 anos, apresenta atualmente o podcast BFF nas noites da RFM ao lado de Rodrigo Gomes. Lutadora, alegre e positiva, destaca a rádio e a televisão como as paixões da sua vida.
Lisboeta de raiz, passou a sua infância na capital portuguesa, junto dos seus pais e irmã, e recorda com carinho os momentos passados em Albergaria-a-Velha, onde passava férias com a família. Lembra-se de ir para casa da avó antes de ir para a escola e ouvir “a Bola Branca e o Jogo da Mala” na rádio Renascença, programas que ainda hoje considera míticos. Para Joana é uma honra poder trabalhar ao lado de pessoas que sempre admirou na rádio portuguesa, como Zé Coimbra e Paulo Fragoso.
Uma das experiências que mais marcou Joana na infância foi o tempo que passou, juntamente com a irmã, num lar de idosos em Campo de Ourique, quando tinha apenas 12 anos. Nessa altura, já manifestava os dotes comunicativos e usava-os para criar jogos e atividades, na esperança de poder dar mais alegria a estas pessoas.
Desde cedo soube que a área da comunicação era a sua paixão. Entrou no curso de Comunicação Social da Universidade Católica Portuguesa, e desde logo começou a sentir uma especial atração pela rádio e pela televisão. Durante o segundo ano na faculdade, concorreu a um anúncio que viu no jornal, que procurava jovens locutores para abrir uma nova rádio, a Mega FM (atual Mega Hits), e foi uma das seis pessoas selecionadas. Joana considera-se uma sortuda por ter podido estudar aquilo que gosta e simultaneamente fazer aquilo que queria.
Na mesma altura em que entrou na Universidade Católica foi admitida no Conservatório, mas acabou por desistir e dar prioridade ao curso. Contudo, afirma que o teatro faz parte da sua vida e que acaba por satisfazer “o bichinho da representação” em produções feitas na rádio e até na televisão. Adora ir ao teatro e fez alguns workshops de interpretação, mas clarifica que, para já, não está nos seus planos investir nesta área.
Adora viajar, futebol, ir ao cinema e “ginasticar”, paixão que descobriu aos 30 anos, e que considera fundamental para se ser saudável. Afirma que o ginásio já faz parte da sua rotina diária e que o exercício físico deveria ser receitado pelos médicos a toda a gente. “Mas, na verdade, eu faço ginásio para poder comer à vontade”, confessa, entre risos.
Sente-se uma pessoa descontraída no trabalho, e diz não ficar nervosa perante os novos desafios que fazem parte da sua vida profissional. “Sinto-me como um peixe na água”, afirma. Joana revela ainda que a televisão foi a área que mais a desafiou, uma vez que passou a ter de lidar com ecrãs, com imagem, e que isso foi algo que contrastou com a rotina que tinha na rádio. Felizmente, o facto de ter começado a trabalhar tão cedo na rádio deu-lhe a certeza de ter a bagagem suficiente e as capacidades necessárias para saber lidar com esses novos desafios que lhe foram sendo propostos ao longo da carreira profissional.
“Eu costumo dizer que o trabalho deve ser sempre 99% de suor e 1% de inspiração”, afirma. Crê que, apesar de grande parte dos trabalhos na área da comunicação permitirem uma maior liberdade criativa e até de improvisação, estas só devem acontecer depois de ser feita uma preparação prévia dos conteúdos, para que haja um maior rigor e dedicação naquilo que é entregue ao público. É, portanto, nesta fórmula que Joana se baseia para fazer aquilo que tanto gosta.
Acredita que, enquanto locutora de rádio, a sua missão é prestar um serviço de qualidade ao público. Um serviço que transmita companheirismo, alegria, motivação, e os melhores valores que a humanidade tem. “Quando passamos para dentro do estúdio, há muita coisa que fica lá fora. E que tem mesmo que ficar”, diz Joana. Sente que o seu papel é fazer com que o público esqueça os seus problemas e que sinta que o seu dia melhorou um pouco apenas porque escolheu estar na companhia da RFM.
Sendo hoje uma das figuras mais reconhecidas da rádio portuguesa, Joana assume a importância do feedback que é dado pelo público, e acredita que as críticas e opiniões dos ouvintes podem ser uma forma de melhorar o seu desempenho profissional. Enquanto locutora de rádio, o melhor elogio que pode ter é saber que conseguiu transmitir algum tipo de emoção. “A pessoa liga-se a nós de uma maneira especial e isso é ouro”, acrescenta.
Considera-se amiga do amigo, companheira, bem-disposta e muito positiva. “Gosto de ver o copo meio cheio”, refere Joana. Afirma ser teimosa e também algo forreta. “O meu melhor amigo, o Rodrigo Gomes, diz que sou forreta. Sim, é verdade. Mas eu vejo isso como sendo uma virtude. Sempre se poupa aqui e ali para se gastar acolá”, ironiza, entre risos. Crê que a esperança e gratidão são essenciais nas mais diversas áreas da vida, pelo que valoriza e agradece não só tudo aquilo que tem de bom, como o que tem de mau: “É aquele Yin-Yang que para uma pessoa perceber o que é o doce tem que conhecer o amargo, e para dar valor ao quente tem que já ter sentido frio”.