A Fundação Calouste Gulbenkian acaba de aprovar o projeto de investigação “Academia de Cidadania Digital”, proposto pela Cooperativa de Ensino Universitário/Universidade Autónoma de Lisboa ao concurso Academias do Conhecimento 2019. A investigação será iniciada em setembro de 2019, tem a duração de três anos e prevê um investimento global da ordem dos 100 mil euros.
A Autónoma tem como parceiros a União de Freguesias de Ramada e Caneças (UFRC) e o Agrupamento de Escolas de Caneças, no concelho de Odivelas. O projeto visa medir os efeitos de uma metodologia de intervenção desenvolvimento de competências sociais e emocionais de crianças de Pré-escolar e de 1º Ciclo. Para isso, assume uma lógica de investigação-ação num contexto comunitário, gerando continuidades entre os contextos de aprendizagem formal e informal.
Ao nível do terreno, que será caracterizado pelos investigadores, estão previstas atividades de STEAM (acrónimo anglófono para Ciência, Tecnologia, Engenharia Artes e Matemática), num espaço denominado Makers, a criar, bem como atividades de Literacia dos Media e da Informação, entre elas a conceção, produção e realização de noticiários em suporte vídeo, bem como de a disponibilização de conteúdos em suporte online.
O projeto vai ser desenvolvido por um grupo de professores e investigadores do Departamento de Ciências da Comunicação, designadamente Vitor Tomé (coordenador), Paula Lopes, Bruno Reis e Carlos Pedro Dias. “Trata-se de uma oportunidade única, pois apostamos no Pré-escolar e no 1º Ciclo, seguindo orientações e modelos internacionais, adaptados às características específicas da comunidade”, refere o coordenador do projeto, segundo o qual “os resultados e as práticas desenvolvidas devem contribuir, depois, para replicar o projeto noutras escolas, portuguesas, e não só”.
Já para Reginaldo Rodrigues Almeida, administrador na Cooperativa de Ensino Universitário, entidade instituidora da Universidade Autónoma de Lisboa, o projeto “é o exemplo vivo da conjugação de saberes, onde se cruzam as altas competências universitárias com a capacidade de aprender, de forma útil, transversal e coerente, que deve nortear todo o processo de ensino/aprendizagem”.
O presidente da União de Freguesia de Ramada e Caneças, Manuel Varela, considera esta parceria “uma mais-valia para o território educativo, na medida em que os desafios atuais relacionados com a promoção de competências sociais e emocionais junto de crianças são fulcrais para o desenvolvimento dos cidadãos e cidadãs e consequentemente para a sustentabilidade do território”.
Também o diretor do Agrupamento de Escolas de Caneças, Fernando Costa, afirma que o projeto será “muito importante para o corpo docente do agrupamento”, sobretudo tendo em atenção que “o trabalho desenvolvido pelas professoras, em colaboração com o professor Vitor Tomé, tem sido muito importante para o desenvolvimento de novas competências nas crianças, particularmente ao nível da comunicação, trabalho colaborativo, desenvolvimento da linguagem, capacidade argumentativa e desenvolvimento de uma consciência de cidadania responsável e interventiva”.
Salienta que que o projeto agora aprovado pela Fundação Calouste Gulbenkian “prevê a diversificação de atividades a desenvolver com as crianças” e, sublinha, está “em perfeita sintonia com os programas e aprendizagens das diferentes áreas de estudo do Pré-escolar e do 1º Ciclo”, pelo que prevê “a melhor recetividade e envolvimento de toda a comunidade escolar, particularmente das famílias neste projeto, à semelhança do que se verificou em projetos anteriores”.