Clube da minha terra é uma rubrica onde desvendamos os segredos e as particularidades de vários clubes locais. Esta semana, a rubrica tem lugar em Oeiras. Fomos conhecer a casa do Atlético Clube de Porto Salvo.
Clube da minha terra é uma rubrica onde desvendamos os segredos e as particularidades de vários clubes locais. Esta semana, a rubrica tem lugar em Oeiras. Fomos conhecer a casa do Atlético Clube de Porto Salvo.
ACPS, como é conhecido o Atlético Clube de Porto Salvo, é um emblemático da cidade de Oeiras, que pinta as ruas de azul, vermelho e branco. Fundado em 1948, permanece com as suas origens humildes, mas com a ambição de uma progressão conturbada e aparatosa.
De “Os Estrelas” fazendo a ponte para “Os Unidos” e acabando no atual Atlético Clube de Porto Salvo, uma história de reviravoltas e mudanças (talvez a melhor palavra para descrever o clube de Oeiras), estamos na presença de um clube de alterações sistemática e à procura de fazer algo inédito. Em 1945 foi criado “Os Unidos”, por parte de alguns membros de “Os Estrelas”, e a 20 de Junho passou a ter o nome oficial de Atlético Clube de Porto Salvo. Com as sete décadas de existência, não se mostram tímidos com os seus feitos e com uma formação de ambição e a conquista no coração, tendo-se “afirmado como um clube de referência no desenvolvimento e formação de jovens jogadores, assim como na aposta contínua e sustentada na equipa sénior, com um reconhecido e vasto historial nas competições distritais de Lisboa” – palavras de ACPS para descrever os objetivos.
À chegada ao campo Adriano Canas, encontramos Rogério Ramos, jogador de formação e, atualmente, a jogar nos séniores do clube de coração. Com 21 anos, atua pela lateral direita, posição que descobriu com 12 anos após o início da sua formação e, desde então, não largou. O Porto Salvo foi um clube que sempre lhe foi incutido em pequeno pelo pai, que também foi o primeiro o primeiro clube federado que representou.
O futebol, como desporto de eleição, tem um vasto quadro de eleição. Desde os petizes aos veteranos, a aposta na formação é a costela que permanece intacta e os triunfos é algo que querem dar aos adeptos que estão presentes treino após treino, todas as semanas, a acompanhar os seus ídolos mais novos. Rogério Ramos refere, ainda, que o Porto Salvo é “um clube que forma homens.”
Referente à mudança do antigo ‘pelado’ para estas novas instalações que contam com três campos sintéticos, Rogério comenta que no ‘pelado’ a bola vinha toda aos saltos, sendo que o chão estava cheio de buracos e o pó pairava no ar em todos os momentos. Já em contraste, revela que neste novo sintético encontram um piso mais suave, direito e sem buracos; destacou como outro fator mais sentido o facto de as dimensões do terreno de jogo terem aumentado substancialmente. Com as novas instalações veio também a vontade de jogar e o proporcionar as melhores condições aos jovens, de maneira a conseguirem obter melhores resultados, numa maneira mais versátil e cómoda para quem joga, assiste e quem lá vive as maiores emoções.
Atuais vice-campeões da 1ª Divisão da AF Lisboa, os séniores contaram com uma subida de divisão à Divisão de Honra a dois jogos antes do final do campeonato, acompanhados pelo Belenenses. Na antepenúltima jornada do campeonato existiu um confronto entre os dois nomeados à subida, com uma vitória do ACPS. Para quem vivenciou este feito revela que foi fruto de muito trabalho e dedicação e, como diz Rogério Ramos, “este era um sonho que, por algumas vezes, esteve perto de ser alcançado… pela época que fizemos, mostrou todo o trabalho nos treinos e o esforço dentro de campo, tendo sido ainda mais gratificante ter o emblema do Porto Salvo ao peito. É óbvio que teve um sentimento muito especial”.
À conversa com Rogério Ramos percebemos o ambiente vivido no clube de Oeiras, “o ambiente não tem explicação”. Este jogador, tendo já passado por vários clubes, admite estar a viver uma atmosfera diferente, especial e bastante emotiva. Persiste a ligação entre a equipa de séniores e as equipas de formação, sendo que os elementos participam em alguns treinos dos mais novos e os mais novos vão aos treinos dos mais crescidos. “O facto de termos 8 jogadores das camadas jovens que saíram para a equipa principal diz tudo”, sendo que a forte aposta na formação abrange uma valorização muito grande dos atletas por parte da direção.
Em tom leve e de descontração, quando questionado acerca do sentimento associado ao vestir e o despir do manto sagrado revela que “é um sentimento de orgulho por representar a equipa principal, ao clube que me abriu as portas e que me faz ser feliz. Já quando a dispo, sinto que cumpri a minha missão e o meu dever”.