O Boarding Gate é uma rubrica onde entrevistamos desportistas portugueses que se encontram no estrangeiro. O convidado desta semana é Reinaldo Ventura, jogador de hóquei em patins do CGC Viareggio, de Itália.
Começou com 3 anos a patinar no Clube Hóquei dos Carvalhos, clube da sua terra, por influência do seu pai e do seu padrinho, que era treinador nesse clube. Jogou nos Carvalhos até aos 12 anos, conquistando um campeonato de infantis, que o deixou muito feliz pela ligação que tinha e mantém com o CHC. Depois, foi jogar para o FCPorto onde fez o resto da sua formação e quase todo o seu percurso como sénior até aos 26 anos. A sua próxima etapa foi feita no OCBarcelos, durante 2 anos, e transferiu-se após isso para Itália, no CGC Viareggio, onde vai já na sua segunda época.
Porta de Embarque
Embarcou nesta experiência à procura de novas ideias e novas formas de trabalhar, principalmente para se “valorizar a nível de conhecimentos hoquísticos”. Apesar de várias oportunidades para deixar o país, Reinaldo achou que “nesta altura da minha carreira fazia mais sentido que alguns anos atrás”. Neste momento está pronto para “ ajudar dentro de tudo o que me é possível ajudar este clube a dar o passo que necessita para vencer de forma regular”.
Cultura
A língua foi a maior barreira, mas “ao fim de relativamente pouco tempo foi ultrapassada”. Habituado à mentalidade portuguesa, diferente da italiana, Reinaldo admite que “a experiência acumulada ao longo de tantos anos a jogar ao nível mais elevado ajudou a que estas diferenças tivessem pouco impacto”. Apesar disso, toda a adaptação foi muito positiva sendo que sentiu um grande esforço das pessoas “para que eu me sentisse em casa e mais importante que tudo isto foi que eu e a minha família nos adaptámos muito bem”.
Com o estilo do hóquei português nas veias, “pensava encontrar um hóquei menos intenso”, mas não foi o que aconteceu e essas diferenças fizeram Reinaldo “crescer e perceber um pouco mais de como funcionam outras realidades do hóquei”.
Desporto em Portugal
Sendo que os tempos mudaram, sente que “hoje fazer desporto de alta competição exige um grande esforço da parte das famílias e dos atletas, e nem todos estão dispostos a abdicar de muitos momentos para o praticar”. Acrescentando ainda que “ a paixão por uma modalidade é um fator decisivo”. Felizmente, onde se encontra atualmente, diz existir uma “grande paixão pela modalidade nesta cidade e temos um grande apoio por parte dos adeptos que nos seguem para todo o lado e em casa temos sempre uma grande afluência de público”.
Para além disso, Reinaldo pensa que “para melhorar o número de atletas, no caso do hóquei, é tornar a modalidade atrativa, moderna e mediática”.
Voltar a Portugal, sim ou não?
Marcado pelo “respeito e o carinho” com que todos o receberam nesta nova etapa da sua vida, Reinaldo diz que “voltar a Portugal é sem dúvida um objetivo”, contudo não acredita que será como jogador. Neste momento tem um objetivo maior “que é vencer algum titulo pelo Viareggio”, algo que ambiciona e irá sentir-se realizado.