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Catarina Carvalho

Catarina Carvalho: “Ajudar é tão fácil”

Entrevista

Celina Madureira 03 Ago 2015 Entrevistas

Licenciou-se em Gestão, mas decidiu dedicar a vida a espalhar a fé em Cristo e a ajudar pessoas por todo o mundo. Chama-se Catarina Carvalho e tem 29 anos.

Já viajou por mais de 30 países, já morou em alguns deles e inclusive agora vive em Inglaterra, na cidade de Londres. Como começou este interesse em viajar?
Sempre tive interesse em viajar, sempre gostei de falar línguas e tenho a vantagem de aprender línguas facilmente. As viagens aconteceram por acaso. Fiz a minha primeira viagem missionária, além das turísticas, em 2012. Tinha uma amiga a trabalhar em Moçambique e convidou-me para ir lá durante três semanas para trabalhar nas aldeias mais desfavorecidas. Essa viagem fez-me perceber que o que gostava de poder fazer era viajar e usar os meus dons para ajudar os outros.

“Essa viagem fez-me perceber que o que gostava de poder fazer era viajar e usar os meus dons para ajudar os outros”

Auxiliou crianças e adolescentes em África. Foi nessa viagem que começou?
Sim, tinha a minha amiga a trabalhar lá, numa escola de música, convidou-me e eu, tendo lá alojamento, fui com o objetivo de dar algumas aulas de cozinha, e apoiar algumas adolescentes para que pudessem, depois, criar também os seus negócios e desenvolver as suas capacidades.

E tem continuado?
Sim, tenho feito mais algumas. Depois dessa viagem, estive em Marrocos, durante uma semana. Foi uma experiência de evangelização. Viajámos de comboio, por várias cidades, para falar com muçulmanos e tentar saber o porquê das suas tradições e cultura, tentarmos também entrar um bocadinho no “mundo” do islamismo. Foi das viagens mais perigosas, porque, mesmo não sendo “proibidos”, os cristãos são perseguidos. Eles não são contra os cristãos, são contra cristãos que tentam evangelizar os muçulmanos. Por isso, tínhamos que andar a fazer às coisas as escondidas, usar palavras de código e não podíamos andar de Bíblia na mão. Depois estive nos EUA, através da igreja, numa comunidade menonita [movimento cristão que defende o pacifismo, rejeita a autoridade eclesiástica e vive em comunidades separadas do “mundo”] e ai tive que ser flexível, tive que me adaptar completamente, tirar os nossos paradigmas da cultura europeia e adaptar-me a eles.

Os menonitas aceitaram-na bem? Visto serem muito seletivos em quem deixam entrar na comunidade…
Sim, mesmo os muçulmanos de quem temos a ideia de pouco acolhedores, são muito anfitriões. Gostam de receber bem as visitas e estão abertos a falar de religião. Se perguntarmos coisas sobre o Corão ou porque rezam cinco horas, eles estão completamente à vontade para nos explicar e esclarecer todas as dúvidas. Até agora, todos os religiosos que encontrei, contrariamente ao que estava à espera, foram muito abertas para falar da sua religião.

Não houve nenhuma situação complicada?
Em Marrocos, estava com amigos a falar sobre como tinha sido o dia e, por várias vezes, foram-nos espiar. Tivemos que parar de falar. Nos dois meses que vivi no México, a família com que eu estava foi ameaçada de morte e, durante uns dias, tivemos que andar escondidos. Em Moçambique, foi uma situação mais triste do que complicada, porque não estava a espera e foi algo que me assoberbou. Sabia que íamos auxiliar uma aldeia muito pobre e decidi fazer umas bolachas para distribuir pelas crianças. Quando lá cheguei, eles eram muitos e as bolachas não davam para todos. Então, decidi não dar, para não dar a uns e não dar a outros. Veio um pequenino e disse “tem bolachas?”, e eu disse, sem saber como ele tinha descoberto: “Tenho, mas vou-te só dar a ti, mas tu não digas a ninguém, porque não tenho mais!” Então, lá levou a bolacha e foi embora. Passado um bocado, veio outra vez: “A senhora não tem mais bolachas?”. E eu “Então mas ainda há bocado te dei uma!” E ele disse: “Eu fui dar ao meu irmão.” Ou seja, ele foi pedir para dar, não foi a pensar “ela só tem uma, vou comê-la”! Ia buscar e depois distribuía, mas como haviam centenas de miúdos e eu não tinha bolachas suficientes, pensei: “Tenho de voltar para poder ajudar e fazer mais!” Nunca tinha visto nada assim. Estivemos lá dois dias e as casas não tinham condições sanitárias nenhumas. E é nestes casos que quero mesmo poder voltar para ajudar.

“Até agora todos os religiosos que encontrei, contrariamente do que estava à espera, foram muito abertos para falar da sua religião”

Foi católica e agora é evangélica, como aconteceu esta mudança?
Eu fui católica, mas pertencia ao grupo dos católicos não praticantes. Fui batizada quando era mais nova e fiz a primeira comunhão. Depois, em 2009, tive uma experiência muito traumática, o fim de uma relação de 10 anos, e fiquei mesmo no fundo do poço. Um dia, questionei-me “Deus, se realmente existes, preciso de saber, preciso que me mostres que realmente existes.” Felizmente Deus provou-me a sua existência. Os meus tios eram evangélicos e, nessa altura, comecei a frequentar a igreja e aceitei Jesus. Mudou-me muito enquanto pessoa, abriu-me a visão. A igreja possibilita-me fazer estes trabalhos missionários.

Procurou formar-se de alguma maneira, de forma a divulgar melhor a Bíblia?
No México, durante os dois meses que estive lá, frequentei o instituto Bíblico. Lá, tive várias cadeiras de Teologia, sobre o Antigo Testamento, o Novo Testamento e sobre alguns livros em particular. Durante as manhãs, estava ocupada com as aulas e, depois, através do instituto, fazia alguns trabalhos comunitários. O objetivo era ficar dois ou três meses e ir para os EUA para acabar o curso, mas, na altura, o meu pai ficou doente e ligaram-me a avisar: “Vem para Portugal porque foi diagnosticado um cancro nos pulmões ao teu pai, ele não sabe ainda, mas já está no nível quatro.” Nessa altura, pensei: “Não, isto não é normal, estou a viver um sonho, a viajar, a estudar, a aproveitar ao máximo e agora isto acontece, não pode ser.” Decidi logo que tinha de voltar imediatamente e voltei. A minha mãe era crente, o meu pai não, o meu pai dizia-se católico e devoto a Nossa Senhora de Fátima. Era contra eu andar numa igreja evangélica, porque achava que me tinham feito uma lavagem cerebral. Quando voltei, foi muito difícil. Um dia de manhã, do nada, numa quinta-feira, a minha mãe disse: “Vê lá que o teu pai quer falar contigo.” Eram para aí umas 9:00h da manhã e lá fui eu de pijama e disse “então, diz lá pai…”, e ele diz: ” Quero saber a verdade, ninguém me diz a verdade, quero saber a verdade”. Pensei: “Bem, ele ainda não percebeu o estado em que está a nível de saúde, deve querer que eu lhe diga.” Mas não lhe ia dizer: “Olha, estás em estado terminal, isto já não há cura, não há tratamento que te valha, nada.” Naquele momento, a única coisa que me ocorreu foi: “Olha, a única verdade que conheço é Jesus, porque ele na Bíblia diz: «Eu sou o caminho da verdade e ninguém vem ao Pai se não através de Mim, é essa a verdade que queres saber?»”. Ele calou-se e depois disse: “Não, eu quero saber a verdade. Chamem-me a doutora.” Eu disse: “Olha pai, neste momento, não há doutora, não há tratamento, nem remédios nem nada que te salve. Neste momento, há apenas Deus, e tu tens que aceitar agora, porque não há tempo. Vamos fazer uma oração.” E ele fez uma oração comigo! Nunca tinha feito uma oração na vida dele e fez uma oração comigo. Disse que aceitava Jesus, pedia perdão dos seus pecados e reconhecia que estava mesmo dependente de Deus. Isto foi a uma quinta- feira e o meu pai faleceu no domingo a seguir. Por isso, foi mesmo uma experiência transcendental. A partir daí, pensei: “Vou ficar em casa a dar apoio ao meu irmão e à minha mãe, não há maneira de voltar a sair e fazer estas viagens.” Entretanto. surgiu a viagem para Marrocos.

“Quando as pessoas não têm saída, viram-se para Deus, reconhecendo que se calhar é a única opção, quando na verdade, Ele esteve sempre ali”

De que forma Deus é importante para as missões de voluntariado?
Os meios mais fáceis de ajudar, obviamente, são os meios físicos: dinheiro, comida, roupas… Mas não é o suficiente. Quando viajamos para um sítio, onde as pessoas perderam tudo, literalmente tudo, como no caso do Tsunami na Ásia ou no Haiti, o desespero, a angústia e o medo são sobremaneira grandes que não basta ter uma sopa quente e uma manta para o frio. É necessário haver alguém que esteja ao teu lado e que te conforte, te dê um abraço, diga que tudo vai ficar bem, mesmo que, na altura, seja impossível imaginá-lo. É nestas alturas que acredito que Deus se pode mostrar através da fé, da esperança. Um abraço nestas alturas sabe melhor que um prato de sopa. Acredito que apenas confiando e tendo fé num Deus sobrenatural se pode ultrapassar estas situações. E quando digo estas situações, não têm necessariamente de ser catástrofes, todos enfrentamos situações difíceis na vida: mortes, divórcios, doenças, despedimentos… Que, muitas vezes, nos parecem ser o fim da linha. E nestas alturas, normalmente, quando as pessoas não têm saída, viram-se para Deus, reconhecendo que se calhar é a única opção, quando, na verdade, Ele esteve sempre ali.

Nas missões como se sobrevive monetariamente?
Nos países em que vivi mais tempo, trabalhava. Uma das famílias com quem trabalhei, tinha uma empresa e trabalhava lá alguns dias, noutros dias fazia limpezas com outra rapariga. Normalmente nestas viagens, tenho sempre alguém que me dá alojamento e comida, só tenho que pagar as viagens e alguns gastos que queira fazer lá.

Quais são os conselhos que dá a quem quiser começar uma vida de voluntariado?
Ir sempre com uma instituição, porque em alguns países é perigoso. Aos jovens que querem, é uma experiência para a vida que, sem dúvida, devem fazer: Ajudar é tão fácil e, se ajudarmos, somos tão mais felizes! Ver realmente o que é perder é uma experiência que nos muda completamente. Às vezes, queixamo-nos que o país está mal e que não temos dinheiro, mas temos condições. Se calhar, não temos dinheiro para ter o telefone topo de gama, é verdade, mas temos as mínimas condições e temos muitas ajudas. Há outros países que não e quem sofre mais são mesmo as crianças. Todos os jovens que têm oportunidade, façam [missões] nem que seja uma vez na vida, porque é enriquecedor, transformador e vão ficar com vontade de voltar. E não precisam de ir com uma igreja, como eu. Existem imensas instituições com que ir.

Tem trabalhado como baby-sitter interna. Como tem sido essa experiência?
Estou a trabalhar com uma família que tem bastantes recursos financeiros e, nesta casa, também me sinto em missão, embora a minha missão não seja dar roupas ou comida, mas levar palavras de conforto e de alento e testificar que Deus é um Deus de amor que, “de tal forma amou o Mundo, que enviou o seu filho unigénito para que aquele que nele creia não pereça, mas tenha vida eterna”. Neste “campo missionário”, é mais difícil falar de Deus, porque quando se tem muito dinheiro parece que tudo é possível: viagens em “executiva”, suites 5 estrelas, vinho a 100 libras a garrafa. Nem tudo é possível, mas infelizmente eles pensam que sim. O dinheiro compra coisas, mas não dá felicidade, um cliché, que aqui pude comprovar. Nesta família também há discussões, depressões, doenças, “azares da vida” que todos os comuns mortais enfrentam. Aqui confia-se que os melhores hospitais, os melhores médicos, os tratamentos mais caros vão resolver… E, sim, é uma ajuda, mas o medo e o desespero que se sente quando se recebe o diagnóstico de um cancro, aos 37 anos de idade, ou a noticia de um aborto causado por uma vacina, não há nada que possa ajudar, se não Aquele que nos criou, que nos conhece, que nos ama e que é O único capaz de nos consolar e dar-nos a paz que transcende todo o entendimento.

Qual é o seu conceito de felicidade? É intimamente ligado com a sua relação com Deus?
Sim, completamente. Para mim a ideia de Deus é a ideia de um Pai que nos ama, que nos ajuda e que nos apoia, portanto não faz sentido nós vivermos longe de Deus, Ele quer o melhor para nós. Sem dúvida, a maior perda que tive foi o meu pai, em dezembro de 2013. Se não fosse a fé que tenho e a ajuda espiritual, não sei como é que estaria aqui hoje, eu e a minha família. Sem dúvida que a felicidade vem de Deus. Quero frisar que sou contra a religiosidade! Ser cristão não é ir à igreja aos domingos, dar esmolas aos pobres, ler a Bíblia e recitar rezas de memória, vestir de certa maneira, regras e mais regras… Jesus veio ao mundo para que pudéssemos ser livres. Ser cristão é uma forma de viver. Para mim, a melhor forma… Há uns dias encontrei uma frase de Pablo Picasso que exprime bem o meu conceito de felicidade: “O sentido da vida é encontrar o nosso dom. O propósito da vida é dá-lo.”

Quais acha que são os principais ensinamentos que Deus nos quer transmitir?
Deus é amor. Ele quer é que nós nos amemos uns aos outros, é o primeiro mandamento e é o mais importante. Não quer que nos julguemos uns aos outros, andemos a falar mal, a ser mesquinhos e invejosos. Ele quer que sejamos honestos, íntegros e verdadeiros. O que está a acontecer no mundo talvez não acontecesse se fossemos assim, se tratássemos as pessoas com amor.

Morar no estrangeiro é uma ideia a longo prazo, ou pensa voltar para Portugal?
Gostava de voltar a Portugal. Amo o meu país e acredito no potencial que tem. Por isso, voltar é uma hipótese, principalmente se houver algum problema com a minha família. Depois, também vou querer constituir família e vou ter que assentar um bocado, mas imagino-me nas missões com a minha família, com os meus filhos às costas!

Quais são os planos para o futuro?
Quero voltar a África e quero ir à India. Tenho alguns contactos de orfanatos, gostava de poder ir ajudar por algum tempo. O meu sonho no futuro é abrir uma coffee shop cristã, um espaço para jovens, onde se possa aprender mais sobre Deus, sobre Jesus, e onde os jovens se sintam confortáveis em questionar. No estrangeiro, já se vê muitos lugares assim, onde jovens cristãos se reúnem, em bares, cafés, e falam abertamente de assuntos atuais numa perspetiva cristã.

Trabalho realizado no âmbito da unidade curricular “Técnicas Redactoriais”, no ano letivo 2014-2015, na Universidade Autónoma de Lisboa.

       
2015-08-03
Autor UALMedia
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