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Pedro Guilherme: “O MUSA é de todos e para todos”

Rodrigo Lourenço 02 Out 2018 Entrevistas

Enquanto se ultimam os derradeiros preparativos para a organização do Festival MUSA Cascais , Pedro Guilherme, presidente da Criativa conta sobre como era o festival de Carcavelos no início, o que motivou a fundação da Criativa e muito mais.

O Pedro é o presidente da Criativa, uma associação sem fins lucrativos, assente no voluntariado. De onde surgiu a ideia de criar esta organização?

De um grupo de amigos que queria fazer uma fanzine [revista de autor de artigos independentes] que era uma coisa que em 1999, quando foi fundada a associação estava muito em voga. A malta juntava-se toda e fazia uma série de artigos sobre os mais variados temas, imprimíamos e distribuíamos gratuitamente. Nós queríamos fazer uma fanzine mais estruturada e decidimos criar uma associação para estar como estrutura por detrás dessa fanzine, de forma a ser algo mais estruturado. Na altura, para fazermos a associação, era necessário muito dinheiro! Fomos ao Centro Comunitário de Carcavelos e fizemos um festival que se chamava MUSA [Músicas Urbanas e Sons Alternativos]. Esse festival aconteceu para termos dinheiro para conseguirmos construir a associação. O festival correu muito bem, constituímos a associação, fizemos o número zero da fanzine. O festival correu tão bem que começamos a fazer outra edição do festival e a fanzine, que foi o grande motor para a associação existir nunca mais foi feita. Em 20 anos de história, temos uma edição zero da fanzine e depois fomos para outras áreas completamente diferentes. A associação nasceu para uma fanzine e a primeira edição do festival foi feita para a criação da associação. Nunca foi a ideia de “Vamos fazer um festival!” O festival tinha o propósito de angariar dinheiro para a associação e termos dinheiro para seguir com estes projetos. A partir daí, a malta gostou e continuámos com a segunda edição.

Porquê a localização em Carcavelos?

Nós somos todos de Carcavelos, queríamos fazer algo na nossa terra. Carcavelos sempre foi o centro de muita coisa: do hip-hop/ do surf/ do skate. Nasceu muita coisa, aqui em Carcavelos. É um polo muito grande em termos artísticos. Carcavelos é a nossa terra e, basicamente, quisemos fazer algo na nossa terra, no nosso concelho, para nós, ou seja, não ter de ir para Lisboa ou outros sítios, ter uma coisa nossa, somos daqui.

Para além de estarem por detrás da organização do MUSA, quais são os projetos em que a Criativa está envolvida?

Já tivemos imensos projetos, com ciclos extremamente alternativos. Na altura, queríamos ver cinema alternativo e só podíamos ver em Lisboa. E o pessoal estava irritado, porque se quiséssemos ir ver um filme sem ser de Hollywood tínhamos de ir para Lisboa. Também começámos a fazer ciclos de cinema alternativo em Carcavelos, ou seja, anualmente fazíamos um mês de ciclos de cinema. Fizemos intercâmbios, projetos de hortas comunitárias, que teve um sucesso brutal, e agora a Câmara ficou com esse projeto [das hortas] de forma a evolui-lo mais, foi um projeto que nos deu imenso trabalho. Formação, atividades desportivas, debates, colóquios, as coisas que uma associação faz. O que a associação tem de bom é que chega alguém que quer ser sócio da associação, é sócio, e diz: “Eu quero ir à lua!” e nós dizemos: “Bora!”. Fazemos todos os possíveis para que esse projeto vá para a frente. A base da Criativa é muito essa! As pessoas vêm ter connosco, mostram os projetos delas e seguimos com esses projetos todos.

“O MUSA sempre foi voluntariado”

Uma das características deste festival é que as pessoas podem ser voluntárias no MUSA (tal como acontece na Criativa). A ideia de voluntariado começou na Criativa ou com a primeira edição do MUSA?

O MUSA sempre foi voluntariado. Onde começou a haver mais voluntariado foi quando o MUSA começou a crescer cada vez mais. Em 2007, abrimos as portas para fora porque o MUSA começou a ter dimensões e os nossos sócios não conseguiam [fazer tudo]. É extraordinário a quantidade de pessoas que querem ser voluntárias do MUSA. Nós fazemos uma seleção muito grande, são muitas pessoas, não vão todas. Há três fases de seleção e os mais fortes ficam como voluntários, automaticamente são sócios da Criativa.

Por “mais fortes” entendem-se os que vão mais vezes como voluntários?

Por “mais fortes” entende-se os mais responsáveis, os mais dedicados, os que realmente querem estar lá e fazem por isso. Isso vê-se pelas pessoas, vê-se realmente que há uma série de ações, uma série de trabalho que é feito antes e percebe-se quais as pessoas que estão connosco. O “forte” não é em termos físicos, mas em termos da forma de estar. Isso, para nós, é o mais importante.

Ainda dentro do voluntariado, as pessoas podem-se candidatar através do sítio do MUSA. Desde que começaram com esse paradigma até agora, notam que há cada vez mais pessoas interessadas em irem ajudar o MUSA?

O número tem-se mantido ao longo destes anos todos. Há edições em que achamos que há pessoas extraordinárias e lá não o são. Há pessoas que pensamos que são “ok” e depois lá são extraordinárias. O voluntariado continua a existir de forma forte e não notamos muita diferença de há uns anos para cá.

“Esta é a minha casa” 

Um dos conceitos do MUSA é alertar para um modo de vida sustentável, algo que começou a ser feito a partir da 9ª edição. Sentem que esta mensagem de sustentabilidade está a ser bem-recebida?

Em 2007, chegámos a um paradigma. Havia ali algo que estava perdido e não estávamos a perceber o quê, e percebemos que seria a parte da sustentabilidade. Nessa altura, não se ouvia falar de sustentabilidade. Havia um festival que era o Boom, que é um festival impressionante em termos de sustentabilidade. Nós não queríamos fazer nada em termos concretos de sustentabilidade. Queríamos que as pessoas se preocupassem com o seu redor. Criámos uma tag que é “Preocupas-te?” e o que queríamos é que as pessoas parassem cinco minutos por dia e pensassem: “Este é o meu mundo, esta é a minha casa. Tenho de cuidar dela!” Foi uma série de mensagens que começámos a passar durante muitas edições relativamente ao “Preocupas-te?”. Mal fizemos isto, todos os festivais o fizeram e começamos a perceber que estava a haver um green wash [dizer que tem práticas em benefício do ambiente e depois essas práticas não se concretizam] brutal. Começámos a ver vários festivais a fazer isso. A sustentabilidade, depois, tornou-se algo chato. Nós continuámos com a parte da sustentabilidade. Fizemos muita ação ligada à sustentabilidade, conseguimos continuar a tê-la. Temos dois talhões no Parque Natural de Sintra-Cascais, vamos lá plantar árvores, fazemos medições das emissões de carbono, sabemos as árvores que temos de plantar e já plantamos cerca de 650 árvores. Há uma série de árvores que são árvores invasoras [acácias]. Nós plantamos carvalhos e, passado meio ano, estão a nascer lá acácias e nós temos de retirar as plantas invasoras para os carvalhos poderem nascer, é um trabalho duplo que fazemos. Verificamos que, na parte do ambiente, no MUSA existe emissões de carbono e a grande pegada é do público. A nossa grande questão foi: como é que podemos ter algo diferente? Estamos a criar um parque de bicicletas, incentivar o carpool [partilhar o carro por pessoas com o mesmo destino], o pessoal ir e vir de comboio. E desta forma tentar minimizar a pegada de carbono que o público faz. Também continuamos a fazer a nossa remada [100 pessoas que vão desde Cascais até S. Pedro a nadar em prol dos oceanos]. O oceano está mesmo aqui ao nosso lado, portanto é algo a que estamos muito ligados.

Como disseste, ainda dentro da sustentabilidade, encontra-se a tag “Preocupas-te?”. Para minimizar a pegada de carbono do festival a Câmara Municipal de Cascais deu-vos um talhão no parque natural de Sintra-Cascais para plantarem árvores. A Câmara Municipal de Cascais é um dos vossos maiores apoios?

A Câmara Municipal de Cascais é o nosso grande apoio desde sempre, também com a União de Freguesias de Carcavelos e Parede. Sem eles, o MUSA nunca tinha chegado onde chegou e é um acreditar muito forte por parte do poder local relativamente ao festival. Eles viam uma associação do seu concelho, um grupo de jovens do seu concelho, que fez um milagre brutal, (que é fazermos com o que temos) um festival com 20 anos de forma completamente impressionante. Se não tivéssemos o apoio deles, o festival não estava neste patamar.

Há outros apoios?

Há outras parcerias que vamos tendo ao longo dos anos, mas se tiver de dizer ao longo de 20 anos quem são os nossos parceiros são: Câmara Municipal de Cascais e União de Freguesias de Carcavelos e Parede, sem dúvida absoluta! Sem eles o MUSA nunca iria existir ou estava num patamar muito inferior ao que está agora. Há uma aposta muito grande deles na juventude, na educação não formal que nós fazemos, no “espalhar” o nome de Cascais. Para eles, é bastante importante e eles gostam do trabalho que nós fizemos.

Uma das linhas-guias do MUSA é a aposta em bandas em início de carreira. Numa época em que a tecnologia está ao alcance de um maior número de pessoas, vê uma evolução na qualidade musical das bandas que se “candidatavam” ao MUSA no início do século e agora, em 2018?

Havia muito mais bandas no início do século, havia muito mais a questão de os amigos juntarem-se e terem uma banda. A tecnologia não era a melhor na altura. Recebíamos mais de 1000 cassetes e estávamos a ouvir no gravador e havia um júri que escolhia as bandas. Obviamente, com a tecnologia, hoje em dia qualquer um faz o trabalho de quatro ou cinco e a diferença é abismal. Tu, em casa, consegues gravar o som de uma banda de forma muito interessante, enquanto, na altura, tinhas um gravador, estavas numa garagem e aquilo era uma confusão. Se tivesses de ir para um estúdio aquilo era caríssimo. Hoje em dia, está tudo muito diferente. Em questão de bandas, há muito menos bandas, sem dúvida, do que havia há 10 anos atrás. Na altura havia muita malta a mandar-nos hip-hop porque o MUSA nunca foi só reggae. Tivemos punk, metal, rock, pop, tivemos tudo.

“Foi o reggae que nos mudou”

Como disse, o MUSA, no início, não era um festival de reggae. Porque mudaram o estilo de música do festival?

Não fomos nós que mudámos para o reggae, foi o reggae que nos mudou. Nós íamos pondo reggae no MUSA e a coisa ia acontecendo. Quanto mais o reggae vinha a vibração era melhor e o público gostava. Estamos ao pé da praia, estamos com os surfistas, a Linha de Cascais gosta muito de reggae. Sempre que púnhamos reggae havia uma positividade e boa energia muito grandes no festival. E decidimos, cada vez mais, começar a pôr reggae. Nos “cabeça-de-cartaz” púnhamos reggae e as outras bandas eram uma “mistura”. Continuamos a fazer “misturas”, mas com headliners de reggae. Até que chegámos a uma altura em que, cada vez mais o reggae estava a ter procura no MUSA. Em modo reggae começou em 2007, totalmente reggae foi a partir de 2014. Em 2007, houve a primeira grande enchente do MUSA, foi o grande pulo do MUSA na praia de Carcavelos.

Mas, o MUSA começou em 1999. Antes de chegarem à praia de Carcavelos passaram pelo Centro Comunitário de Carcavelos e pela Feira de Carcavelos. Quais são as diferenças entre estes três espaços?

O Centro Comunitário era um espaço mínimo. É dentro de muros e tinha um ringue [de futsal]. No ringue, fizemos lá o palco. A Feira de Carcavelos era um terreno maior, consegues fazer um festival de pequena/média dimensão. Chegavas ao MUSA, ias à feira, tinhas um balcão e tinhas a nossa malta toda a assar bifanas e sardinhas. Nessa altura, quase nada disto era possível, houve um crescimento muito grande. Tem haver tudo com estruturas e com a qualidade do evento. Basicamente, o que fizemos ao longo dos anos foi irmos aprendendo, estamos sempre a aprender. Temos pessoas que nos dizem “devíamos fazer aquilo ou aqueloutro” e nós dizemos “sim senhor” e abraçamos porque, para nós, o MUSA é de todos e para todos. E para quem nos quiser vir ajudar estamos sempre de braços abertos, sempre fomos assim. E o MUSA é visto por todos como uma comunidade, as pessoas sentem-se parte do MUSA, é isso que nós queremos.

O MUSA tem a duração de três dias. Será que daqui a algum tempo poderíamos ver o MUSA a ter a duração do Rototom, que é de uma semana? Que mudanças tinham de fazer para isso acontecer?

O MUSA é o MUSA e o Rototom é o Rototom , cada um com as suas características. Estás a falar de um festival que é o maior da Europa, com uma programação e artistas brutais, mas é um festival lucrativo. Nós somos um festival não lucrativo. Somos um festival que é feito de estudantes, de advogados, de engenheiros, de arquitetos e de tudo e mais alguma coisa que tiram dias de férias para estarem lá. É um festival que nunca mudou as suas raízes, a nossa forma de ser e de estar. O MUSA nunca esteve pago, a partida, em nenhum ano. Nós temos um risco todos os anos e temos de rezar para que não haja nenhuma catástrofe para que o MUSA aconteça. É muito complicado, como estamos, termos uma semana de MUSA. Nós somos um David e ele [Rototom] é um Golias. Em termos de estrutura e parte financeira, o Rototom tem um alcance muito maior do que nós. Para nós a cultura tem de estar ao acesso de todos! Com o preço dos bilhetes [1 dia: – 20 euros; 2 dias: – 25 euros; 3 dias: – 30 euros], queremos que um jovem com poucos recursos financeiros consiga ir ao MUSA.

Alguns dos aspetos que tornam o MUSA um festival apetecível são o preço simbólico dos bilhetes, as boas vibrações, a localização e a parceria que têm com a CP. Juntando estes fatores, podemos afirmar que o MUSA é o “festival encantado”?

O MUSA, dentro dos festivais urbanos, é o que tem melhor localização. Para já é em Carcavelos. Carcavelos é a terra dos belos [risos]. O espaço do MUSA é incrível, a praia está ali ao lado, também há muitas infraestruturas. Quem não quiser acampar tem os hotéis ali ao lado, há farmácias, supermercados, temos tudo ali. Estamos no urbano, mas estamos numa “ilha urbana”. O MUSA tem uma localização extraordinária. Para nós, é o festival encantado, é o festival dos nossos olhos.

Este ano o MUSA completa a 20ª edição. São 20 anos sempre com grandes nomes no cartaz, como, por exemplo, este ano Mellow Mood, Alpha Blondy, Anthony B, entre outros. Há algum artista que queiram trazer ao MUSA e ainda não tenham conseguido?

Sim, muitos! Gostámos de ter trazido pela primeira vez: Chronixx e Protoje. O que nos deu mais gozo a nível pessoal foi Chronixx e Protoje. [Protoje] Veio o ano passado porque adorou o MUSA e é super humilde. Todos os dias, nas nossas redes socias, são pedidos de mil artistas. Para quem está de fora é fácil! Muitas vezes, eles estão na Jamaica, ou estão em tour e não passam pela Europa.

       
Entrevista festival Musa Música 2018-10-02
Rodrigo Lourenço
Tags Entrevista festival Musa Música
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