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Conjecturar vidas nos retratos

Luís Carmelo 06 Mai 2021 Crónicas, Crónicas

Um retrato trabalha em três frentes. Por um lado, investe na contenção da sequência temporal. Por outro lado, empresta vida a uma figura que se realizará através de um contorno inanimado. Por fim, propõe, no âmbito dessa construção (ou desse contratempo formal), a medida irreal que é dada, na dimensão linguística, à palavra eternidade. Esta tensão entre a duração segmentada e a promessa de abolição do tempo permite avaliar a sinopse de uma vida, como se um simples instantâneo pudesse decompor todas as intensidades e olhares que a comprimem.

Contar uma vida através dum retrato é uma caminhada entre a imagem e o poder da conjectura. Peirce reviu no conceito de “abduction” todo o imenso poder da conjectura. Para o autor, a conjectura é uma actividade humana da “thirdness”, o que significa que antecipa, prevê, constrói e projecta para o futuro a partir do que lhe é dado (e é, também, uma categoria que, como o autor sublinhou, está ligada ao “interpretante”, ou seja, encontra-se directamente conectada com o processar ilimitado das imagens que constituem, em cada instante, a encenação da consciência).

O poder de conjecturar não é apenas um poder de antecipação, ele é igualmente um poder de natureza poética, pois está ao seu alcance conceber o que antes nunca foi criado. Este lado criativo da ‘poiesis’ assegura a projecção de figurações originais e modelares sem tradução nas palavras. Trata-se de um misto de intuição e de previsão de algo que parece dado ou até óbvio. A conjectura é, pois, uma arte alheia à sintaxe conceptual e, por isso mesmo, capaz de trabalhar com hipóteses mais idealizadas do que racionalizadas.

Todo este poder de organização, ao mesmo tempo sensorial, torna-se, a certa altura, metonímico, o que quer dizer que, devido aos efeitos da contiguidade, acabarão por criar-se na mente do observador diversas séries de realidades que decorrem das primeiras instruções geradas pela conjectura. Ou seja: o olhar coloca em movimento um leque vasto de informações que depois se aprofundam e detalham.

Este aprofundar conduz ao traçar de uma narrativa (mais circular do que linear) que, através de um processo poético-alegórico, nos acaba por sugerir algumas das intensidades chave da vida do retratado. Tal como Fernando Gil escreveu, “a conjectura constitui uma prática de liberdade. Ao fabricá-la o espírito manifesta-se – cito agora um filósofo, Fichte – como agilidade pura. A mente desarrima-se da tradição que a condiciona e enforma, para a sobrevoar e jogar a desarticulá-la”. Por outras palavras ainda: a conjectura “representa um momento breve de felicidade, entre o inconforto da situação cognitiva que a ela conduziu e a certeza antecipada que a sua comprovação evidenciará incompletudes”. Seja como for, a ausência de conjectura atrai desenganos, senão mesmo patologias.

Um exemplo curioso: em A carta roubada de Edgar A. Poe, o investigador policial Dupin procura no hotel onde habita o ministro D um importante documento desaparecido. Procura em cada milímetro sem se preocupar em estabelecer uma ordem prévia, como se procedesse a um inventário e não a uma selecção (“Vasculhámos o edifício inteiro, quarto por quarto, dedicando as noites de toda uma semana a cada um deles. Examinámos os móveis de cada aposento. Abrimos todas as gavetas possíveis” (…) “Nem a quinquagésima parte de uma linha nos passaria despercebida. Depois das mesas de trabalho, examinámos as cadeiras. As almofadas foram submetidas ao teste das agulhas. Removemos a parte superior das mesas…”). Pouco ou nada interessa o desenlace, embora, o ministro D ignorasse até ao fim o desaparecimento da carta e tivesse continuado a agir como se os segredos nela contidos ainda estivessem na sua posse. A ausência total de conjectura anda, deste modo, de mão dada com o desengano (o ministro D permanecia completamente nu na governação e no país, mas imaginava estar vestido a rigor).

Olhar um quadro e conjecturar é um ofício da poética e também um ofício mental. Um casamento arrebatado que, em princípio, habita todos os humanos com a devida naturalidade, embora com excepção para quem é polícia, sobretudo se tiver sido criado pela pena de Edgar A. Poe. Há lições que não se devem esquecer.

–
GIL, Fernando. Mediações- Imprensa Nacional – Casa da Moeda, Lisboa. 2001, p. 286.
PEIRCE, Charles S.., Collected Papers of Charles Sanders Peirce, Vol II, The Belknap Press of Harvard University Press, Cambridge, Massachusetts. 1978, pp.p. 211-213 (§8.313 e §8.315).
POE, Edgar A. A carta roubada. Editorial Presença. Lisboa. 2003 (1844).

Este texto foi publicado no jornal “Hoje Macau” e é aqui reproduzido com a devida autorização do seu autor.
    
2021-05-06
Ana Cabeças
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