Os encarnados receberam e venceram o Boavista por 3-1. Com esta vitória, a equipa da Luz coloca um pouco de pressão na equipa do Porto.
O campeão nacional vinha de uma derrota na Madeira por 2-0 e de uma semana instável, marcada pela saída de Bruno Lage do comando técnico. A saída do treinador parece ter tido um efeito positivo no plantel, pela forma como se apresentou frente a uma equipa bastante interessante, orientada por Daniel Ramos.
Depois de um início difícil, os pupilos (para já) de Nélson Veríssimo conseguiram assumir o controlo do jogo e, aos 13 minutos, abrem o marcador. Bola longa de Gabriel para a grande área adversária à procura de André Almeida, Helton Leite falha a saída, e o lateral português não perdoa o erro do guardião e faz o primeiro. A equipa galvanizou-se e, como aconteceu em inúmeros jogos esta época, não adormeceu no jogo e foi à procura do segundo, que acabou por chegar aos 31 minutos. Mais uma bola longa soberba de Gabriel, desta vez a encontrar Pizzi. O médio português desfere um cabeceamento colocado e cheio de intenção, sem hipóteses para Helton Leite. Os encarnados não tiraram o pé do acelerador e, perante um Boavista bastante passivo na defesa, chegou ao terceiro perto do intervalo. Gabriel, à entrada da área, marca um golo sublime, juntado um golo a duas assistências em apenas 41 minutos.
A segunda parte começou como a primeira: posse de bola muito disputada a meio campo, jogo com pouca qualidade e demasiado faltoso. Quando a equipa da casa parecia ter voltado a assumir o controlo do jogo foram os boavisteiros que chegaram ao “golo de honra”. Livre lateral de Carraça, que encontra Gustavo Dulanto ao segundo poste. O central brasileiro efetua um remate de belo efeito, sem qualquer tipo de hipóteses para Odysseas. Os encarnados voltavam a sofrer um golo de bola parada. Até ao final, o jogo foi muito bem controlado pelos encarnados, que tiveram bastantes dificuldades em fazê-lo desde o recomeço do campeonato.
Mas a vitória do SL Benfica não se deveu apenas a isso. Foi visível uma maior intensidade na circulação, mais agressividade nos duelos, maior eficácia no último terço e maior entreajuda defensiva. Apesar disso, continua a apresentar algumas dificuldades: erros graves posicionais defensivos e falhas de marcação nas bolas paradas. Dada a instabilidade no clube, foi um jogo bastante positivo. O Boavista, a equipa sensação pós-paragem, revelou sempre bastantes dificuldades ofensivas e defensivas e, se não fosse o grande jogo de Helton Leite, poderia ter saído da Luz com uma goleada para esquecer.
Com esta vitória, o SL Benfica reaproxima-se provisoriamente do FC Porto. O Boavista desce para décimo lugar, com os mesmos pontos de Moreirense e Santa Clara.
SL Benfica:
Odysseas (3) – Teve pouco trabalho e não tem possibilidades de defesa no golo de Dulanto.
André Almeida (4) – Bom jogo do lateral. Marcou um golo com um ângulo reduzido e esteve forte defensivamente.
Rúben Dias (3) – Jogo um pouco apagado, devido à fragilizada manobra ofensiva boavisteira. Ganhou metade dos duelos que disputou.
Jardel (3) – Jogo um pouco apagado, devido à fragilizada manobra ofensiva boavisteira. Ganhou cinco duelos em 11 disputados.
Nuno Tavares (4) – Bom jogo do jovem lateral. Muito forte defensivamente e aplicou cruzamentos bastante perigosos.
Cervi (2) – Jogo muito fraco do extremo. Não teve influência na avalanche encarnada e teve dificuldades com a bola nos pés. Anda Jota a jogar cinco minutos por jogo…
Gabriel (5) – Jogo incrível do médio com passaporte português. Defendeu bem, marcou um golo, assistiu para os outros dois. Bom regresso à titularidade.
Weigl (4) – Excelente jogo do trinco alemão. Apenas falhou dois passes em 69 tentados (2!), efetuou três desarmes e esteve perto do golo com um bom remate à entrada de área.
Pizzi (4) – O Luís Miguel que todos conhecemos está de volta, mas será para ficar? Marcou um grande golo de cabeça e assistiu para o golo de Gabriel. Grande jogo.
Chiquinho (4) – Bom jogo do médio. Tem uma grande influência na estratégia ofensiva benfiquista. Continua a pecar na definição, infelizmente.
Seferovic (2) – Está vários níveis abaixo de Carlos Vinícius, não se percebendo a sua titularidade. Falhou muitos golos com apenas Helton Leite pela frente.
Rafa (3) – Entrou aos 72 minutos (e bem), ganhou os cinco duelos que disputou e efetuou três desarmes.
Vinícius (3) – Entrou também aos 72 minutos e marcou um bom golo de cabeça, bem anulado por fora de jogo.
Boavista FC:
Helton Leite (4) – Cometeu um erro crasso no primeiro golo, deixando a bola para André Almeida, mas salvou a equipa de uma goleada. Excelente guarda-redes.
Carraça (4) – Bom jogo do lateral. Teve sempre muita raça, ganhando vários duelos. Assiste para o golo da equipa com um belo cruzamento.
Ricardo Costa (3) – Teve muitas dificuldades defensivas, deixando fugir Seferovic muitas vezes.
Gustavo Dulanto (4) – Teve algumas dificuldades a defender, juntamente com Ricardo Costa, mas marcou um grande golo.
Marlon (2) – Péssimo jogo do lateral. Muitas dificuldades em acompanhar Pizzi.
Paulinho (2) – Nunca conseguiu entrar no jogo, tendo apenas ganho quatro duelos em 14 disputados.
Nwankwo (2) – Perdeu muitos duelos e provocou várias faltas. Passou ao lado do jogo.
Fernando Cardozo (2) – Não teve influência no jogo da equipa, também pela falta de fulgor ofensivo da mesma. Perdeu 10 vezes a posse de bola
Alberto Bueno (2) – Não teve influência no jogo da equipa, também pela falta de fulgor ofensivo da mesma. Perdeu 14 vezes a posse de bola.
Gustavo Sauer (2) – Não teve influência no jogo da equipa, também pela falta de fulgor ofensivo da mesma. Perdeu 18 vezes a posse de bola.
Cassiano (3) – Não teve influência no jogo da equipa, também pela falta de fulgor ofensivo da mesma. Perdeu oito vezes a posse de bola. Apesar da má prestação, foi alvo de três faltas por parte da defesa encarnada.