“Esta cooperativa não é nossa, não é vossa, é de todes”. Foram estas palavras que marcaram a noite do passado sábado, no espaço cultural Com Calma, em Lisboa, que recebeu de braços abertos a atuação da banda Cooperativa Kallax.
Com um visual peculiar e uma sonoridade que junta os icónicos sintetizadores dos anos 70 às intensas influências do rock alternativo contemporâneo, este quinteto lisboeta formado no final de 2023, apresenta características que os diferem da maioria dos grupos, sendo por isso merecedores de um carinho especial por parte do público português.
A noite começou com uma versão de Mellotron – O Planeta Fantástico, do aclamado álbum 10.000 Anos Depois Entre Vénus E Marte, de José Cid, demonstrando, desde logo, o quão promissor e surpreendente seria o repertório da banda. Seguiu-se um alinhamento marcado pela versatilidade e profissionalismo na execução dos temas, sempre com boa disposição e humor na comunicação com o público.
Vários clássicos da música portuguesa foram tocados ‘à moda de Kallax’ — como “Chiclete”, dos Taxi, ou “Comunhão de Bens”, de Ágata —, porém as grandes surpresas da noite ficaram para os originais da banda, entre eles “Fauno”, “Pisca” e “Incerteza” . Escrita pelo baixista Pedro Matos, a balada açucarada “Carlos Da Maia” foi o ponto alto da noite, com o recinto totalmente iluminado pelas luzes dos telemóveis. Uma experiência carregada de emoção.
No final, foi ainda prometido que no início do próximo ano irá ser lançado o primeiro EP da banda, com o objetivo de conquistar as grandes massas.