A equipa de Sérgio Conceição voltou a perder pontos à porta fechada, desta vez contra o último lugar, Desportivo das Aves. Este empate volta a deixar a luta pelo título em aberto.
O conjunto do FC Porto entrava para o jogo com a oportunidade de aumentar a sua vantagem na liderança para cinco pontos, ainda que provisória. Apesar disto, os azuis e brancos entraram no jogo com pouco fulgor e demasiada displicência no último terço do campo. Apesar da posse de bola ser esmagadora para a equipa visitante, nos primeiros 20 minutos não houve qualquer oportunidade de golo. Até que, depois de um passe longo para o coração da área dos avenses, Fábio tem uma saída impetuosa sobre Otávio. Apesar de socar a bola, Carlos Xistra e, mais tarde, o vídeo árbitro consideram grande penalidade a favor dos portistas. Zé Luís, chamado a marcar, acaba por falhar, desferindo um remate bastante fraco para a direita do guarda redes da casa. O conjunto visitante reagiu bem ao penálti falhado, continuando a gerir a posse de bola, a sobrecarregar o lado da bola e aproveitando bem as incursões de Tomás Esteves e Corona. O conjunto da casa, orientando por Nuno Manta, tentou controlar a manobra ofensiva do Porto através de muita agressividade, acabando por cometer muitas faltas. Apesar de um controlo óbvio do jogo, os azuis e brancos tiveram bastantes dificuldades em ultrapassar a ‘muralha’ vermelha e branca e criar perigo.
A segunda parte começou diferente da primeira: o conjunto orientado por Sérgio Conceição apoderou-se da posse de bola, mas alterou um pouco a estratégia ofensiva. Com as dificuldades de criar perigo na primeira parte, a equipa portista apostou mais nos remates de longa distância, o que causou muito perigo à baliza do Aves. O tempo passava e o golo não chegava, muito por causa da grande exibição do guarda-redes avense, Fábio Szymonek, o que aumentou os níveis de ansiedade dos azuis e brancos. A partir dos 60 minutos, o jogo do Porto foi mais direto, com cruzamentos constantes para Zé Luís e, mais tarde, para Marega, Soares e Aboubakar. Sempre com um jogo muito confuso, pouco organizado e no desespero (nos descontos, o Porto contava com três pontas de lança em campo), os líderes do campeonato foram incapazes de converter as suas situações em golo. O Aves, ofensivamente, foi inexistente, o que não choca ninguém a sua posição na classificação da Primeira Liga. Apesar disso, o trabalho defensivo foi notável. Com isto, fica a sensação de que o FC Porto podia ter feito muito mais, acabando o jogo com apenas duas grandes chances de golo.
Com este desaire, o Porto aumenta a vantagem (provisória) para o Benfica para três pontos. Em caso de vitória do rival frente ao Rio Ave, a liderança do campeonato voltará a ser partilhada. O Aves permanece na última posição, a onze pontos da “linha de água”.
CD Aves:
Fábio Szymonek (4) – Foi uma autêntica muralha. Fez várias defesas muito importantes, incluindo um penálti, e manteve o empate até ao final. Melhor em campo.
Kevin Yamga (2) – Teve muitas dificuldades em segurar Luís Diaz e perdeu muitas vezes a posse de bola. Jogo infeliz.
Jonathan Mananga (4) – Excelente jogo do central angolano. Ganhou maior parte dois duelos em que participou, sendo determinante para neutralizar o jogo direto dos dragões.
Oumar Diakhite (3) – Neutralizou alguns lances perigosos, sendo o jogador mais solto na linha de três centrais. Bom jogo.
Bruno Morais (2) – Apesar de alguns desarmes importantes, foi o central com mais dificuldades de acompanhar o ataque do Porto.
Afonso Figueiredo (3) – Jogo bastante seguro do capitão avense. Conseguiu parar as investidas de uma dupla tão perigosa como Tomás Esteves e Corona.
Falcão (3) – Foi importante no controlo do meio campo e teve pormenores com bola bastante interessantes. Bom jogo do médio brasileiro.
Zidane Banjaqui (3) – Foi obrigado a defender bastante, o que dificultou a sua tarefa no jogo. Apesar disso, lutou bastante.
Estrela (3) – Como Zidane, é um atacante que se viu obrigado a defender, dadas as características do encontro. Esteve bastante apagado do jogo.
Mohammadi (2) – O melhor jogador do Aves foi o pior no encontro. Como todos os atacantes da equipa, foi vítima da inexistente manobra ofensiva de Nuno Manta. Um talento a perder-se…
Pedro Soares (3) – O jovem avançado de 21 anos teve nos pés a primeira e única oportunidade de golo do Aves, tendo o seu remate sido bloqueado por Mbemba. A par disso, ganhou muitos duelos e sofreu várias faltas.
FC Porto:
Marchesin (-) Foi um autêntico espectador: zero defesas, zero saídas, zero socos.
Tomás Esteves (3) – Exibição bastante sólida da jovem promessa. Fica a pergunta sobre o facto de não ser titular mais vezes…
Mbemba (3) – Neutralizou o pouco trabalho que teve, mas perdeu a posse de bola mais vezes do que o desejável para um central (9).
Pepe (3) – Teve o mínimo de trabalho defensivo, mas nunca facilitou. Levou amarelo por uma falta desnecessária.
Diogo Leite (3) – Adaptou-se bem à nova posição de lateral esquerdo, dada a ausência de Alex Telles. Ganhou muitos duelos e acabou com um acerto de passe muito bom (97%).
Sérgio Oliveira (4) – Mais uma vez, a figura do encontro do lado do Porto. Muitos passes decisivos, muitos duelos ganhos, um remate perigoso de longa distância. Apesar disso, continua a perder a posse de bola várias vezes.
Luis Diaz (4) – Foi o elemento do Porto que mais desequilibrou e foi um perigo constante para a baliza do Aves. Como já mencionei sobre o extremo colombiano, continua a pecar bastante na definição.
Uribe (3) – Esteve bastante apagado do jogo ofensivo, mas foi bastante impetuoso a defender. Continua a fazer algumas faltas desnecessárias no meio campo.
Otávio (4) – Excelente jogo do médio brasileiro. Criou bastantes jogadas de perigo e foi alvo de muitas faltas por parte da equipa avense. Bastante desequilibrador.
Corona (3) – Como habitual, mostrou a típica classe com os pés, oferecendo várias bolas de perigo aos colegas. Apesar disso, esteve mais apagado do que o costume.
Zé Luis (2) – Falhou um penálti, falhou várias vezes a definição em zonas perigosas e teve vários remates desastrosos. Jogo para esquecer.
Marega (2) – Entrou aos 60 minutos e teve nos pés a principal oportunidade do Porto: no coração da área, rematou à figura de Fábio. Entrada infeliz.
Vitinha (3) – Entrou apenas aos 77 minutos, mas chegou para fazer um grande passe para o falhanço de Marega. Mostrou pormenores bastantes interessantes e uma qualidade de passe soberba. Grande promessa.