Já não somos só o povo da sardinha na brasa a pingar gordura para o carvão.
Somos as noitadas no Bairro Alto e na Rua Cor-de-Rosa com litrosas compradas nos “monhés”.
Já não somos só o povo do choco frito em Setúbal.
Somos os “monhés” que inundam as ruas de Lisboa como anos antes, os chineses o fizeram.
Já não somos só o povo que para em frente à televisão quando dá o Benfica – Sporting.
Somos a baixa dos turistas e não a baixa dos portugueses.
Já não somos só o povo que inunda o Algarve e a Costa da Caparica em Agosto.
Somos os Tuk Tuk a roncar pelas ruas das cidades.
Já não somos só o povo que para na rua para engraxar os sapatos.
Somos os rooftops para beber o Gin, da moda, numa espreguiçadeira ao sol.
Já não somos só o povo dos bailaricos ao som de música pimba.
Somos os festivais de verão que percorrem o país de norte a sul.
Já não somos só o povo de Amália.
Somos o povo que se queixa da crise, mas que esgota o Meo Arena, dezenas de vezes por ano.
Já não somos só o povo de Portugal!
Somos Portugal de todos os povos!
Se ainda somos Portugal?
Somos!
Quando a sardinha cai numa fatia de pão saloio e a salada de pimentos vem para a mesa.
Somos!
Quando passamos nas ruas Lisboetas, na altura dos Santos Populares e uma das bancas ainda resiste e entoa música pimba.
Somos! Quando reunimos na praça do Marquês de Pombal mais milhares de pessoas, quando o Benfica é campeão, d que quando nos queremos manifestar contra o governo.
Se ainda somos Portugal?
Somos!
Mas já não somos só o povo de Portugal.
Somos Portugal de todos os povos!
Trabalho realizado no âmbito da unidade curricular “Escrita Criativa”, no ano letivo 2015-2016, na Universidade Autónoma de Lisboa.