• Universidade Autónoma de Lisboa
  • Autónoma Academy
  • NIP-COM

UALMedia

Menu
  • Notícias
    • ALICE e Autónoma publicam “Polarización política, emociones y campañas electorales”10 Setembro, 2025
    • Sónia Sénica publica “Ordem Tripolar”10 Setembro, 2025
    • Carlos Pinheiro é o primeiro doutorado em Ciências da Comunicação na Autónoma15 Julho, 2025
    • “O Pan-africanismo e o Colonialismo Português” é o novo livro NIP-C@M7 Julho, 2025
  • Reportagens
    • Veganismo: “Não é preciso mudar tudo de uma vez”3 Setembro, 2025
    • Cidade FM: descontraída, mas profissional9 Julho, 2025
    • BBKilling: dança, resiliência e o poder do K-pop18 Junho, 2025
    • Patrocínios, a difícil onda que os jovens surfistas têm de ultrapassar11 Junho, 2025
  • Entrevistas
      • Teresa Faria: “Nunca meti nenhuma cunha, não sei o que é isso”14 Setembro, 2025
      • Rodrigo Saraiva: “Acredito que Portugal e os portugueses podem muito mais”10 Setembro, 2025
      • Catarina Reis: “Uma história nunca é pequena demais para ser contada”5 Setembro, 2025
      • Carmo Lico: “Aceito que não gostem, mas não aceito que digam que não sei fazer”31 Julho, 2025
  • Opinião
      • Opinião
        • 20 de novembro de 2024: Dia Universal das CriançasAna Paula Pinto Lourenço
        • Mascarados de nada Cheila Lafayette
        • Carta ao Pai Natal Cheila Lafayette
        • A Lua de Joana: Um aviso para a saúde mentalMariana Rebocho
      • Crónicas
        • O regresso nostálgico de Angry Odd KidsDiogo Mendes
        • Cooperativa Kallax: uma banda especialDiogo Mendes
        • Os jovens, afinal, gostam de política  Henrique Gussul
      • Críticas
        • O regresso nostálgico de Angry Odd KidsDiogo Mendes
        • Cooperativa Kallax: uma banda especialDiogo Mendes
        • Overthinking: o 8º pecado mortalTatiana Martins
  • Dossiers
    • IV Congresso Internacional do OBSERVAREUALMedia
    • Bastidores da Emissão de TVJoão Veloso
    • Conferência “Os Jovens, o Jornalismo e a Política”UALMedia
    • Projetos TVUALMedia
  • Cábulas
    • Erasmus+16 Outubro, 2018
    • O que é Literacia Mediática?4 Junho, 2018
    • O que é o Código Deontológico dos Jornalistas?5 Abril, 2018
    • Regulamento Geral de Proteção de Dados4 Junho, 2018
  • Artigos
    • O Associativismo em Portugal: dos despejos à esperança por um futuro26 Março, 2024
    • Do desinteresse à participação: Educação no caminho para as urnas1 Março, 2024
    • Comunidade cigana: as inverdades que levam à discriminação e exclusão29 Junho, 2023
    • Neonatologia: Quem cuida dos cuidadores23 Março, 2023
  • Rubricas
    • César Boaventura assume: consequências da acusação de viciação de resultados foram positivas2 Outubro, 2020
    • Raio-X ao Futebol: ‘Águia’ já joga o triplo2 Outubro, 2020
    • Raio-x ao Futebol: O campeão da incompetência16 Julho, 2020
    • Raio-X ao Futebol: Benfica volta a escorregar e deixa o título à mercê do Porto14 Julho, 2020
  • UALMedia Rádio
      • Podcasts
          • Vinil
          • Uma história para o Dia do Pai
          • Too Spicy
          • PontoCom
          • Ponto de Vista
          • Poesia
          • Passagem de Turno
          • No Ar
          • Não temos paciência
          • Laboratório
          • Histórias Com Sons
          • Frente & Verso
          • Escrito Por Linhas Tortas
          • Dois à Deriva
          • Confiança
          • Conferências
          • Calma
          • Café & Crime
          • Achas que é bonito ser feio?
          • Academycamente
      • Notícias
        • Academycamente: Vamos de férias, mas é ouvir!
        • Voluntários para animar uma causa
        • As “100 Mais” de 2024
      • Podcasts Antigos
          • What´s Popin, What´s Flopin
          • Triângulo com quatro lados
          • Trepadeira
          • Trendy News
          • Top 10
          • Thursday´s Vibez
          • Sundown
          • RitUAL
          • Reflexões da Ana
          • Ready. Gap. Go!
          • Rapresentação
          • Psicologia Para Todos
          • Poddemos Descomplicar
          • Pessoas e Pessoas
          • Pensar nas expressões
          • Palavra Certa
          • O Condomínio das Intrigas
          • Malucos na Uni
          • Lusofonia
          • Lá na zona
          • Jazz and Blues
          • Incrível
          • Homo Economicus
          • Girls Like Sports 2
          • Falando Claramente
          • Êxitos de Sempre
          • eTalks
          • Escolhe Tu
          • Entre Linhas
          • Educadores
          • Duas à Sexta
          • Disco Por Inteiro
          • Dinosaur Cataclysm
          • Dance
          • Crónicas & Murais
          • Conversas de café
          • Cão com pulgas
          • Cá vai disco
          • Bola ao centro
          • As quatro da vida airada
          • Amargo & Doce
          • 2000 Watts
          • ´Tàs à vontade
      • Estatutos
      • Grelha de Programação
Últimas
  • Teresa Faria: “Nunca meti nenhuma cunha, não sei o que é isso”   |   14 Set 2025

  • ALICE e Autónoma publicam “Polarización política, emociones y campañas electorales”   |   10 Set 2025

  • Sónia Sénica publica “Ordem Tripolar”   |   10 Set 2025

  • Rodrigo Saraiva: “Acredito que Portugal e os portugueses podem muito mais”   |   10 Set 2025

  • Catarina Reis: “Uma história nunca é pequena demais para ser contada”   |   05 Set 2025

  • Veganismo: “Não é preciso mudar tudo de uma vez”   |   03 Set 2025

 
-Início»Opinião»Crónicas»Crónicas»Manuela Ribeiro e a medula do tempo

Manuela Ribeiro e a medula do tempo

Luís Carmelo 15 Abr 2019 Crónicas, Crónicas

Existem liturgias: são escritas que irrompem do gelo do quotidiano, suspendendo-o. Por vezes, detêm a locomoção do ramerrame mais trivial, refreiam o trânsito das palavras e disfarçam-se daqueles fossos de orquestra onde se imaginam melopeias ainda por compor. São instantes movidos pela intensidade, podem durar anos, mas passam-se apenas em horas. O jogo dos dias esfuma-se nos raros momentos em que essas florestas compactas se estendem na palma da mão e nos brindam. E nos surpreendem.

Na passada sexta-feira, Hélia Correia afirmava, nas Correntes d´Escritas, que o entusiasmo é um dom que nos é dado pelo deus. A frase (e os seus constituintes, um a um) deverá ser entendida como um ser vivo que se move num território de encantamento e que habitará apenas no ‘passado do passado’: a vorverganggenheit, tal como Blumenberg soletraria. Esse território, que é a ‘Grécia da Hélia’, consiste num mundo líquido que precede o lajeado do pensamento organizado, mesmo aquele que, na etimologia de Platão (no diálogo ‘Íon’), faz equivaler a palavra a “ser tomado pelo deus” (“En+theos” – com a devida assessoria do meu mano António de Castro Caeiro). De lá se resgata a água dos rios perdidos, de lá afloram novos rostos e cumplicidades, de lá se conserta até a complacência da perda.

Em vinte anos de Correntes d´Escritas, passei pelo doce labirinto apenas quatro vezes, mas três nos últimos três anos. Em 2017, foi lá que me imaginei a fechar a porta à morte do meu pai (sim, a morte tem portas: condutas que arrastam a imortalidade para aquele tipo de máscaras que se evaporam na face, achincalhando-a). O ano passado, percebi que os amigos de infância se podem engendrar de um âmago para outro. Este ano, confesso que o portento foi mais terreno, mas fez-me confundir a precisão dos teodolitos com a vaga ideia de que o mundo é um guindaste invisível que nos capta, que nos murmura e que nos captura em segredo (João, o Baptista, pregava no deserto, mas era ouvido e era essa a pujança da coisa).

Não me passa pela cabeça sacralizar a literatura e até creio que a sua força, hoje em dia, decorre do estado de nicho (meio exilado e meio desterrado) a que chegou. E concordo, há muitos muitos anos, com a verdade de que a poesia é mesmo a linha da frente. Vou ainda mais longe: estou em crer que o ‘produto livro’ é cada vez mais um lodo cheio de bacilos nefastos. A única coisa que a poesia e a literatura têm em comum com esse lodo é que encarnam num corpo em forma de livro. Por uma questão de nitidez, adoraria que a poesia e a literatura encarnassem noutra configuração e noutros formatos. E que se vendessem, não em livrarias, mas em poerias e em literarias. Mas isso só seria possível numa espécie de ‘Grécia da Hélia’. Ser contemporâneo (mesmo dos mais íntimos) é desafiar as vagas do poente num mesmo arco do tempo. É essa a inevitabilidade da nossa vida, mesmo para os adoradores da pureza que se imaginam no ar, lançados por catapultas.

Após uma semana de Correntes d´Escritas, voltei a perceber que o entusiasmo é realmente um dom. Eu explico: sabemos que a ciência dos dias tem atrelados de todo o tipo e que a maior parte das carruagens se perde pelo caminho. Esta operação, que é a operação de existir, torna-se ainda mais vincada nestas calendas digitais em que o presente insiste em ser uma ‘black box’ que apaga todos os vestígios à sua volta. Pouco sobra. De qualquer modo, é nestas paisagens de quase desolação que, inesperadamente, se erguem as liturgias. São arquipélagos sem oceano à volta: traços salientes no meio da brancura que permitem decifrar tudo o que afinal é branco. Eu explico melhor ainda: descobri um poeta nas Correntes, chama-se José Rui Teixeira e acaba de ser publicado na colecção ‘Elogio da Sombra’, dirigida pelo Valter Hugo Mãe (‘Autópsia’ – poesia reunida). Trata-se de uma poesia que já se domiciliava no ‘passado do passado’, naquele mundo de liquidez que felizmente subsiste para nos tramar as modas e as vogas… e eu é que lhe cheguei já tarde (ora leia-se e releia-se: “O inferno é uma colecção de borboletas,/ onde domestico cruelmente a beleza/ e exercito pacientemente o escrúpulo”).

Descobrir um poeta é também uma metáfora de muitas outras circum-navegações, é claro. Poderia falar, durante horas, de muitos outros que me tocaram especialmente, mas permitam-me a ênfase para o João Rios (‘Reter o amor do gancho do talho’) e para o José Anjos (‘Uma fotografia apontada à cabeça’), ambos editados pela Abysmo. No restante do vasto descobrimento, testemunhei muitas outras vozes e tentações, ao longo da longa semana em que contracenei com as (vigésimas) Correntes d´Escritas. Uma polifonia de fundo para sacudir os dias: foi um prazer ter trabalhado com dezenas de professores bibliotecários ao lado de um equipa de luxo (Ana Margarida de Carvaho, Filipa Melo, Henrique Correia, Isabel Bezelga, Margarida Fonseca Santos e Paulo Faria); foi um prazer ter levado as Sessões Ícone da EC.ON – Escola de Escritas às Correntes d´Escritas e foi ainda um grande prazer ter apresentado um livro (‘Primeira Linha de Fogo’ de Ana Margarida Carvalho) e ter visto um outro meu (‘Ficcionalidades de Prata’) – ambos com a chancela da Nova Mymosa – ser tão bem apresentado por essa alma antiga que é a Marta Bernardes.

As atmosferas perduram bem mais do que os factos, diz-se. Mas não serão elas que conservam a medula do tempo. Quem o faz é, provavelmente, o tal dom de que nos possuímos através do deus que se desoculta, quando menos esperamos. Mas há uma pessoa, por trás dos cenários mais ínvios, que, há anos e anos, mantém um jeito de ligação directa com esta ventura. O seu nome é Manuela Ribeiro.

4   
2019-04-15
Ana Cabeças
Artigo anterior :

TUaLER: “Os Olhos de Ana Marta”, a história de uma menina de porcelana

Artigo seguinte :

A fotofobia dos ignorantes

Artigos relacionados

“Ah…”

“Ah…”

Lourenço Catarino 24 Mai 2022
As saudades sem mundo

As saudades sem mundo

Luís Carmelo 25 Jun 2021
A descaracterização da nossa Casablanca

A descaracterização da nossa Casablanca

Luís Carmelo 03 Jul 2020

Veja também

Teresa Faria: “Nunca meti nenhuma cunha, não sei o que é isso”

Teresa Faria: “Nunca meti nenhuma cunha, não sei o que é isso”

A sua mãe era uma mulher da cultura. Mesmo antes do 25 de Abril, organizava festivais e tinha um colégio de artes. É a ela

Rádio em direto

  • Popular
  • Últimos
  • Tags
  • Teresa Faria: “Nunca meti nenhuma cunha, não sei o que é isso”

    Teresa Faria: “Nunca meti nenhuma cunha, não sei o que é isso”

    Francisco Vilaça 14 Set 2025
  • As comemorações da Revolução

    As comemorações da Revolução

    UALMedia 25 Abr 2014
  • Vinis de abril

    Vinis de abril

    João Santareno 25 Abr 2014
  • Onde estava no 25 de abril?

    Onde estava no 25 de abril?

    João Honrado 25 Abr 2014
  • 40 anos, 20 Fotos

    40 anos, 20 Fotos

    João Serralha 25 Abr 2014
  • Teresa Faria: “Nunca meti nenhuma cunha, não sei o que é isso”

    Teresa Faria: “Nunca meti nenhuma cunha, não sei o que é isso”

    Francisco Vilaça 14 Set 2025
  • ALICE e Autónoma publicam “Polarización política, emociones y campañas electorales”

    ALICE e Autónoma publicam “Polarización política, emociones y campañas electorales”

    UALMedia 10 Set 2025
  • Sónia Sénica publica “Ordem Tripolar”

    Sónia Sénica publica “Ordem Tripolar”

    UALMedia 10 Set 2025
  • Rodrigo Saraiva: “Acredito que Portugal e os portugueses podem muito mais”

    Rodrigo Saraiva: “Acredito que Portugal e os portugueses podem muito mais”

    Matilde Quaresma 10 Set 2025
  • Catarina Reis: “Uma história nunca é pequena demais para ser contada”

    Catarina Reis: “Uma história nunca é pequena demais para ser contada”

    Daniela Brás 05 Set 2025
  • Rádio Autónoma podcast ualmedia no ar animação vinil joão de sousa Universidade atelier Entrevista mariana rebocho aula poesia pontocom prática disco joao santareno de sousa futebol academy cristina patrício academycamente natal Leonor Noronha Lídia Belourico
  • Ficha Técnica
  • Política de Privacidade
  • Manual de redacção

Últimas notícias

Teresa Faria: “Nunca meti nenhuma cunha, não sei o que é isso”
Rodrigo Saraiva: “Acredito que Portugal e os portugueses podem muito mais”
ALICE e Autónoma publicam “Polarización política, emociones y campañas electorales”
Sónia Sénica publica “Ordem Tripolar”
Catarina Reis: “Uma história nunca é pequena demais para ser contada”
Veganismo: “Não é preciso mudar tudo de uma vez”
Carmo Lico: “Aceito que não gostem, mas não aceito que digam que não sei fazer”
André Paulo: “Quando o Ruben me ligou, pensava que estava a brincar”
Ana Moreira: “Na rádio, trabalhamos muito as palavras para lhes dar vida”
Tozé Brito: “Quando estiver a olhar mais para trás do que para a frente, páro e reformo-me”
Carlos Pinheiro é o primeiro doutorado em Ciências da Comunicação na Autónoma
Filipe La Féria: “Em Portugal, a arte faz-se muito para uma elite”
Cidade FM: descontraída, mas profissional
“O Pan-africanismo e o Colonialismo Português” é o novo livro NIP-C@M
Maria do Carmo Piçarra eleita vice-coordenadora do ICNOVA
Ana Paula Lourenço coordena simpósio de Direitos Humanos das crianças e adolescentes na era digital
Nuno Gama: “O nosso trabalho é dar alma às peças”
António Botelho: “O Mundial [Catar 2022] foi o expoente máximo da minha carreira”
Carlos Pedro Dias intervém em ação de formação da CEPOL
Jaime Lourenço convidado a participar na cátedra Jean Monnet
Bruna Gomes: “Nunca ganhei nada, só um cabrito no bingo”
BBKilling: dança, resiliência e o poder do K-pop
Adérito Lopes: “No fundo, o teatro salvou-me”
Patrocínios, a difícil onda que os jovens surfistas têm de ultrapassar

Últimos Podcasts

  • Academycamente: Como a IA está a ser usada na indústria da publicidade?
  • Poesia: Mário de Sá Carneiro – Glosas
  • Vinil: Phil Collins – In The Air Tonight
  • PontoCom: Maria João Martins – “Sempre senti que o poder me cortava a possibilidade de ser criativa”
  • Vinil: Tears For Fears – Mad World
© Copyright 2024, Todos os direitos reservados | Website desenvolvido por: Trace - Soluções Internet
Escola Superior de Enfermagem