A derrota com França nas grandes penalidades, na passada sexta-feira, ditou a eliminação da seleção das quinas do Campeonato da Europa. Apesar do fraco rendimento apresentado por Portugal nos jogos anteriores, finalmente, conseguimos ver uma seleção portuguesa a mostrar o porquê de ter sido considerada uma das favoritas a vencer o Europeu.
Portugal jogou “olhos nos olhos” com a vice-campeã do mundo, sendo superior em vários momentos do jogo, porém, não conseguiu converter as oportunidades que teve ao longo da partida.
Num cômputo geral, pode dizer-se que a participação de Portugal ficou aquém das expectativas. A seleção comandada por Roberto Martinez apresentou um futebol desinspirado, lento e previsível, criando poucas dificuldades às equipas adversárias. Foi assim contra a Chéquia, apesar da vitória, Geórgia e Eslovénia (venceu apenas nos penáltis), seleções que estavam, facilmente, ao alcance de Portugal. Mas quem serão os verdadeiros responsáveis?
A meu ver, o principal responsável é Roberto Martinez. Em vários momentos, o selecionador nacional mostrou uma certa incapacidade em ler os momentos do jogo. Na maioria das ocasiões, as substituições que realizou não tiveram qualquer impacto na dinâmica da equipa. Outra debilidade que Roberto Martinez não conseguiu corrigir foi a fraca finalização de Portugal. A seleção ficou em branco contra a Geórgia, Eslovénia e França. A principal opção atacante, Cristiano Ronaldo, não marcou qualquer golo durante os 485 minutos em que esteve em campo.
No banco estavam Gonçalo Ramos e Diogo Jota que, olhando para a sua utilização, não contaram para o treinador. O ponta de lança do PSG jogou apenas 25 minutos neste Europeu, já o atacante do Liverpool esteve 70 minutos em campo. Será falta de coragem ou o selecionador não quer aceitar que Cristiano Ronaldo, aos 39 anos, não apresenta o rendimento de outros tempos?
Bruno Fernandes e Bernardo Silva também não estiveram ao seu melhor nível, talvez pela época desgastante que tiveram ao serviço dos seus clubes. Certo é que estiveram muito longe daquilo que podem aportar à seleção nacional. Mas nem tudo foi mau: Diogo Costa, Pepe, Rúben Dias, João Cancelo, Nuno Mendes, João Palhinha e Vitinha – para mim, o melhor jogador de Portugal neste Europeu – foram aqueles que mais se destacaram ao longo da competição.
Com o Euro para trás, é altura de olhar para a próxima competição. Portugal voltará a entrar em campo no mês de setembro para disputar a primeira e segunda jornadas da Liga das Nações contra a Croácia e a Escócia, respetivamente. Será o começo de um novo ciclo ou a continuidade daquilo a que assistimos na Alemanha?