1994. Surge um livro com um título peculiar nas livrarias. Com uma mensagem para contar, fez e fará parte da juventude de muitos portugueses.
Joana acabou de perder a sua melhor amiga, Marta. Morreu devido a uma overdose, provocada por um enorme vício em drogas. Como forma de refúgio, decide escrever num diário o seu dia a dia, como se estivesse a falar com Marta. Nele retrata tanto a vida na escola, como a sua saúde mental — consequência da família complicada e o peso de ter perdido um dos seus maiores pilares.
No desenrolar da leitura, ficamos presos à vida da protagonista e pensamos no que acontecerá a esta jovem, um ser invisível a pedir ajuda sem que ninguém se disponha a socorrê-la.
Foi preciso chegar aos 20 anos para ter coragem de ler este livro. Não é algo que se lê de ânimo leve. Tem de se estar preparado psicologicamente. A autora apresenta dois temas imensamente importantes: a toxicodependência e a saúde mental. Um livro que foi escrito há 29 anos e cuja história continua a retratar a realidade de muitos jovens. Pressão psicológica nas escolas e universidades, a sensação de que [os jovens] têm de ser perfeitos, o medo de falarem o que sentem para alguém, entre outros problemas.
Surpreendentemente, A Lua de Joana tornou-se numa das minhas leituras do ano. Li num dia. Além de sentir pena das personagens, senti raiva do sistema e dos adultos que nada fizeram para que os seus filhos ficassem bem. A importância de estarmos atentos a nós próprios — mas principalmente em relação ao outro — é mensagem fundamental desta obra.
Maria Teresa Maia Gonzalez é a mente brilhante por detrás do livro, com mais de 300 000 exemplares vendidos em diferentes edições e traduzido para seis países. Nasceu em Coimbra em 1958 e licenciou-se em Lisboa no curso de Línguas e Literaturas Modernas, variante de Estudos Franceses e Ingleses.