Como diz o velho ditado futebolístico, “equipa que ganha não se mexe” e o selecionador Roberto Martínez cumpriu isso à letra. O onze inicial que entrou em campo frente à Turquia e que venceu de forma categórica (3-0) na segunda jornada da fase de grupos, foi o escolhido para defrontar a seleção eslovena. À partida, não se esperava um jogo fácil. A Eslovénia ainda não conhecia o sabor da derrota neste Europeu e vinha motivada pela histórica passagem aos oitavos de final de um Campeonato da Europa.
A primeira parte fica marcada por um claro domínio da seleção portuguesa, porém, Portugal não conseguiu materializar esse controlo em oportunidades claras de golo. Cristiano Ronaldo ainda tentou através da marcação de dois livres diretos, mas não teve grande sucesso. Destaque para Vitinha e João Palhinha que dominaram todos os duelos a meio campo e para as arrancadas de Rafael Leão que causaram enormes dificuldades à defesa eslovena.
Na segunda parte, a história repetiu-se. Portugal esteve sempre por cima do jogo, impulsionado por um João Cancelo endiabrado que mostrou o porquê de ser um dos melhores laterais do mundo. Tudo isto muda aos 65 minutos quando Roberto Martínez decide, surpreendentemente, substituir Vitinha, aquele que estava a ser o melhor jogador da partida, mantendo em campo jogadores que demonstravam claramente estar em sub-rendimento, como Cristiano Ronaldo, Bruno Fernandes ou Bernardo Silva. A partir daí, a “seleção das quinas” pouco ou nada conseguiu fazer até ao fim do tempo regulamentar.
No prolongamento, Portugal teve a oportunidade de se colocar em vantagem através de um penálti, mas Cristiano Ronaldo não conseguiu convertê-lo, levando o capitão português às lágrimas. Já perto do fim, Pepe, desgastado, perde a bola, deixando Sesko, ponta de lança esloveno, isolado perante Diogo Costa que faz uma enorme defesa, dando início à noite histórica vivida pelo guarda-redes português.
Depois do 0-0 durante os 120 minutos, chegou o desempate por grandes penalidades. E é aqui que surge um novo “herói nacional”. Diogo Costa tornou-se no primeiro guarda-redes a defender três penáltis num Europeu, permitindo assim que o país continue a sonhar com a reconquista do Campeonato da Europa.
Próxima paragem: Hamburgo. Nos quartos de final, Portugal irá defrontar a França, reeditando a mítica final do Europeu de 2016. Quem sabe se a sorte não cai para o mesmo lado.
Veja aqui o resumo do jogo e os respetivos penáltis defendidos por Diogo Costa