Antigo professor do Departamento de Ciências da Comunicação da UAL, fundador da Rádio Autónoma e uma referência da rádio portuguesa, Vítor Nobre faleceu aos 77 anos.
Começou a dar aulas de rádio na Universidade Autónoma, em 1993, e ninguém lhe ficou indiferente, marcando gerações de alunos que frequentaram a licenciatura em Ciências da Comunicação. Foi uma figura ímpar que construiu, juntamente com João de Sousa, um espaço de experimentação que lhe era muito familiar: a Rádio Autónoma, que conta com emissões regulares desde março de 2011 e tem vindo a ser esse lugar de encontros e sonoridades frequentado, até hoje, pelos alunos de Ciências da Comunicação. Um legado de Vítor Nobre.
Além da docência na Autónoma, também deu formação de rádio (locução, animação e produção/realização radiofónica), no Centro de Formação da Rádio Difusão Portuguesa (RDP) e no Cenjor.
Vítor Nobre vivia para a rádio. Ingressou na então Emissora Nacional em 1970 como locutor, onde trabalhou nas mais variadas áreas, desde o desporto, a informação, a continuidade ou a onda curta. De maio de 1974 a junho de 1975, desempenhou funções de diretor da RDP/Algarve e, na década de 1980, foi voz-off na RTP. Em 1998, montou e dirigiu o projeto Rádio Expo, da RDP, por ocasião da Expo98. Chefiou o Serviço de Programas Especiais da RDP – Antena 1 e, ao longo de 12 anos, realizou e apresentou, com Gabriela Canavilhas e Luís Caetano, os programas da manhã da Antena 2, “Allegro Vivace” e “Despertar dos Músicos”.
Como forma de homenagear o docente, a direção do Departamento de Ciências da Comunicação da Autónoma decidiu instituir o prémio anual “Vítor Nobre”, que será atribuído ao melhor trabalho desenvolvido no âmbito da unidade curricular de Atelier de Rádio.