Bom dia, boa tarde e boa noite, caros leitores. Espero que estejam todos gorduchinhos devido a esta quarentena, que nos força a ir ao frigorífico, local onde costuma haver coisas para comer, de cinco em cinco milissegundos.
Assumo publicamente que estou a ficar cada vez mais habituado ao facto de nunca mais poder comer frango assado dentro da própria churrasqueira e ficar com a roupa, o cabelo e a alma a cheirar a sebo de pele de frango mal depenada.
O tema de hoje surge porque enquanto aluno de uma determinada universidade, e tal como todos os outros alunos do ensino superior, tenho aulas via videoconferência – ou, como dizem os meus professores, com o mesmo conhecimento tecnológico de um passarinho depois de levar com uma picareta de gelo, “chamadas de tela com uma luzinha verde”.
As chamadas são via Zoom, um programa baratucho que não dá para fazer chamadas com mais de 40 minutos se não se for PRO. Bem que podiam ser via Skype, mas depois ficávamos todos a saber que o professor Vítor, de Física Quântica, tem como e-mail ‘cabeçudo.para.as.amigas69@hotmail.com’.
Existem vários desafios nestas aulas. Há alunos que batem quatro vezes com a cabeça na bancada de mármore da cozinha antes de ligar o microfone, há câmaras ligadas quando os alunos estão vestidos como se fossem vender farturas na Feira de Corroios e ainda comentários do género “é a menopausa da velha”, porque se esqueceram de desligar o microfone. Todos sabemos que o comentário é verdade, mas temos de fazer de conta que somos boas pessoas.
Para combater estes desafios, propunha haver uma ‘tropa do Zoom’, onde os professores aprendiam a mexer com a plataforma, mesmo aqueles sem níveis de QI suficientes para descascar um abacate. Tropa onde os alunos seriam avaliados antes de poderem falar, ou seja, seria feita uma pergunta antes de poderem ligar o microfone do estilo: “E você já comeu fruta hoje?” ou “É crente?” Se respondessem que sim à segunda questão, por mim, eram expulsos da aula e o computador bloqueava automaticamente, porque pessoas dessas acreditam em mentiras e a Wikipédia é um sítio perigoso (bucha religiosa semanal).
Deixei aqui as minhas sugestões. Se quiserem deixar as vossas, mandem-me uma mensagem direta, mas devagarinho, para o e-mail cabeçudo.para.as.amigas69@hotmail.com. Pode ser que vos responda com um facto sobre física quântica. Por hoje é tudo, não gosto nada de vocês, principalmente se forem utilizadores de colunas em espaços públicos. Beijinhos na nuca e até para a semana.