A palavra “Amo-te” é de dificuldade extrema de dizer. É a antítese da formação desse casamento que me espanta. As pessoas têm medo de a dizer aos amados. A verdade é que, entre o amor e o medo, vai a distância de uma vida, mas essa pode passar na rapidez de um verão.
Parece uma avalanche de fogo dizê-la pela primeira vez. Mas será real? Não acho que seja. É uma descarga emocional ou falsidade misturada com a procura e o alcance de uma proeza. Mas não deixem que vos engane, porque eu amo de verdade. Amo e sinto-me amado – esta é a melhor parte da história.
Não há fim na imensidão quando é a cabeça que é comandada pelo coração. A rima não foi propositada, foi talvez proposta do consciente que albergo no meu peito, agora fortalecido. Talvez considere o amor mesmo inconsciente, porque não?
Quando dormimos não pensamos, sonhamos, e será que o desejo continua a aparecer no onírico? Será a minha amada para sempre se num sonho? Aí posso responder com máxima clareza: não. Para ser sincero, nem no real é para sempre, as trevas chegaram com os seus passos negros. Tudo isso faz lembrar uma história do impossível, a que conta como a morte se apaixonou pela vida, mas isso fica para outra altura.
A verdade é que não me sinto o mesmo quando estou com minha amada, sinto-me melhor, diferente, porque não sou eu, sou melhor, mais bondoso, mais erótico, mais pessoa, mais “mais”.
Ponderem experimentar enamorar-se, mas não o provoquem, deixem provocar, inconscientemente é melhor, mais direcionado do que se pensa.
Procurem a luz, o vermelho, o parceiro de momentos encantados e aí chegará o êxtase, chegará o “mais”.