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A memória de Yokohama – III

Luís Carmelo 23 Set 2021 Crónicas, Crónicas

A mulher abriu a porta envidraçada da varanda e deu ordens para que parassem com tudo. Fê-lo com um gesto brusco. Os braços cruzaram-se por três vezes no ar, como se estivessem na pista em frente de um avião. No terraço, um dos agentes cumpriu a ordem e disse com o megafone: “Podem parar. Digam aos figurantes que parem a operação. Acabou a experiência”.

Os cientistas entraram de rompante no quarto. Envolveram silenciosamente a mulher e ouviram-na, enquanto passava as mãos pelo corpo inerte de Laurentino: “Meus senhores, a mais longa fase do projecto acabou neste momento. Como sabem, estamos face a uma experiência sem precedentes.”. A mulher abriu depois o peito de Laurentino, premindo na ondulação junto ao externo e continuou: “há três anos apenas, era difícil imaginar que esta mistura de circuitos, cabos, fibras conectoras, chips e sobretudo os quinhentos biliões de conexões interneuronais pudessem ser programados desta maneira”.

A mulher, afinal a directora do projecto há quase dois anos, falava com entusiasmo para os cientistas que enchiam o quarto do hotel da Fortaleza do Guincho e, num aceno rápido, acabou por abrir uma das válvulas do dorso e retirou o mais esperado dos artefactos, parecia uma caixa de fósforos com um cilindro em miniatura na parte inferior. E disse, com gravidade, a voz metálica e cheia de eco: “É a caixa azul do nosso robô!”. “Podemos finalmente ver as imagens que foram produzidas na mente do Laurentino?”, perguntou um dos assistentes.
“Claro”, concordou a mulher.

A pouco e pouco, os cientistas foram-se sentando como podiam e onde havia lugar. Sobre o tapete, na cama ou no rebordo da lareira. Não havia tempo a perder. Até que as primeiras imagens apareceram no terminal que estava ligado à minúscula caixa azul. Eram imagens às vezes sobrepostas e quase sempre alagadas por uma espécie de esquadria de cores fortes que distorcia os contornos precisos das figuras. Mas, a certa altura, as imagens tornaram-se mais nítidas: eram os chapéus quase brancos dos músicos da banda, era a imensa calote de betão a crescer entre penhascos, era um javali na sua última investida, eram as águas escurecidas da barragem, era o nariz arredondado de um judeu que não tinha nome judaico e da sua bela Clara, eram as três estrelas cadentes vistas da Tower Two, eram imagens de desejo pela mulher que contava histórias a Laurentino no avião, era o portão a deslizar sobre os carris negros da fundição, era um TIR gigante a atropelar um de dois namorados que iam de mão dada, eram fotogramas do filme L´Age d´Or de Buñuel, era o descampado aragonês, eram as chamas do World Trade Center observadas dos telhados do Soho, eram as árvores do terreiro da antiga fundição e era ainda o quarto de hotel a que um dia haviam chegado: ela deitada na chaise longue e ele na cama com os pés sobre a colcha onde está estampado um brasão e um pássaro com as asas em fogo.

No tecto, viam-se diagonais esculpidas a tijolo cru encimadas por uma folha de parreira aberta de par em par. E os últimos registos eram parapentes, nuvens esparsas, beduínos e tuaregues irados, móveis cobertos por lençóis brancos, um velho com ar de profeta, uma recta sem fim, aves gigantes sobre pranchas de surf, uma cidade cheia de zigurates, risos indistintos, rochas escuras sob águas verdes vagas muito claras e fogo, apenas fogo e mais fogo a sobrevoar o mar.

No final, segundos antes de acabar a gravação, revia-se a mulher a cair para o chão após a invasão da polícia. E, logo a seguir, já morta e inanimada, percebia-se que ela não passava de um robô, enquanto Laurentino ria a sonhar-lhe as entranhas, as mil simulações e a secreta fortaleza dos circuitos.

Num derradeiro ápice, como se olhasse para cima na direcção da estrela da manhã, Laurentino viu ainda um imenso trono de barro. E sentado nesse trono estava deus de barba por fazer e a rir às gargalhadas com ar matreiro. Juntava as mãos uma na outra, ajudado por milhares de cabos ligados a circuitos high tech, à imagem da escultura viva do artista Stelios Arcadiou, mais conhecido por Stelarc, The Third Hand, a tal que tanto o impressionara, precisamente há um ano, em Yokohama.

Este texto foi publicado no jornal “Hoje Macau” e é aqui reproduzido com a devida autorização do seu autor.
    
2021-09-23
Ana Cabeças
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